Por Fabio
Campos
Texto base: “... mas o pobre nada tinha, senão uma
cordeirinha que havia comprado. Ele a criou, e ela cresceu com ele e com seus
filhos. Ela comia junto dele, bebia do seu copo e até dormia em seus braços. Era
como uma filha para ele.”
– 2 Samuel 12:3 (NVI)
O escritor britânico C. S. Lewis, se correspondendo com uma
senhora americana, ao saber que ela estava triste por causa de uma doença que
havia acometido o seu bicho de estimação, disse que “jamais riria de alguém que estivesse sofrendo por causa de um animal
querido”, completando o raciocínio (e aqui ele foi cirúrgico), “acho que Deus quer que amemos mais a Ele,
não que amemos menos as criaturas (até mesmo os animais).”
Muita gente entende que para amar as
pessoas não se pode ter um afeto caloroso pelos animais. De fato, há os
exageros, e eu não concordo com eles, ou seja, quando os animais são tidos seres
maiores em dignidade do que o homem, criado a imagem e semelhança de Deus (não
parece, mas foi sim! Risos...)
Nós temos uma cachorrinha; com poucas
horas da sua chegada, ela conquistou o nosso coração. Seu nome é Polly Plummer (referencia a uma das personagens
das Crônicas de Nárnia).
Ainda não temos filhos (por razões
que só Deus sabe). Por vezes, inconscientemente, chamamos Polly de filha. Mas
também a chamamos de “demônio da Tasmânia”
(que o diga o falecido Digory – outro habitante de Nárnia, amigo de Polly – ursinho
que a demos logo quando ela chegou). Hoje, Digory, jaz!
A questão, no entanto, é que eu não
chamaria (nem de brincadeira) um filho de demônio da Tasmânia. Falo isso porque
os “chatos” são meticulosos (só com os outros) e gostam das coisas bem
explicadinhas, isto é, em seus mííínimos detalhes.
Certamente você, caro leitor,
percebeu que eu e minha esposa amamos muito o nosso bichinho. O que deve ficar
claro, porém, mesmo chamando-a de “filha”, é que jamais um animal tomará o
lugar dos nossos filhos. A “paparicação” deve ter certo limite. Gente é gente e
animal é animal. Até mesmo os animais não gostam de ser tratados como filhos.
Ponha ele na frente de um vídeo-game e deixe a porta da rua aberta; logo você
sairá que nem um doido em resgate do fujão.
Mas os chatos existem! (são um ponto
fora da curva!)
Não gostam nem de gente e muito menos
de animais. Se aborrecem rápido quando contemplam alguém cuidando do seu
rebanho com amor e carinho. Ai daquele que, mesmo sem querer, chamar o seu
bichinho de filho. Eu gostaria muito que estes senhores e senhoras estivessem presentes
no momento em que o profeta Natã contou aquela historinha a Davi para
confrontá-lo no seu pecado (2 Sm 11 – 12).
Na ilustração do profeta, o pobre
tinha apenas uma única cordeirinha. Era o xodó da família. Comia, bebia e
dormia junto dele e dos filhos. Com efeito, “era
como uma filha para ele” (2 Sm 12:3).
Como filha? Este homem nunca substituiu cachorros por filhos, mas o amor por
sua cordeirinha era tão grande a ponto dela ter parte dos privilégios que seus
próprios filhos tinham (comer, beber e dormir na cama).
O mínimo que se espera de alguém convertido é que
ele trate bem os seus animais; o ímpio, porém, não tem misericórdia, pois os
trata com crueldade (Pr 12.10). Quando alguém se converte a Cristo, até mesmo
os bichanos se alegram: não serão mais chutados por seus donos, os “Balaão” da vida (Nm 22.25), e nem
estarão mais no plano para o churrasco de domingo.
Os chatos e implicantes parecem não gostar
muito de que pessoas de bem tratem o seu cachorrinho com enternecido afago.
Aqueles que trataram os seus animais como eles devem ser tratados, se levantarão
no dia do juízo contra aqueles que condenaram tal atitude, mas que,
negligenciaram (amor, afeto, educação e proteção) os seus filhos.
Há muitas coisas que nos assemelha aos animais,
mas o fato de termos sido feitos a imagem e semelhança de Deus nos trouxe o
privilégio (e obrigação) de cuidar muito bem dos pets (como fazia o pobre da
historia do profeta Natã); enquanto que, os pets, não criados a imagem e
semelhança de Deus, jamais poderão ter um “afeto por nós” como nós devemos ter
por eles (apesar de que alguns deles, por tão carinhosos que são me faz duvidar
disto que eu disse!).
Portanto, quando um chato implicar com você
que ama e trata bem os seus animais, antes de dar ouvidos, procure saber como
ele trata a esposa e os filhos. Não tenho dúvida de que haverá mais surpresas
negativas do que positivas. Infelizmente!
Em Cristo Jesus, considere esta reflexão e
arrazoe isto em seu coração.
Soli Deo Gloria!
Fabio
Campos
“A
folha branca é o meu púlpito principal.”
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