Escola Bíblica Dominical – 10 de setembro de 2017 | Lição 11
Texto
Áureo: Mt 24.27
Verdade
prática: A Segunda
Vinda de Cristo será em duas fases distintas: primeira — invisível ao mundo,
para arrebatar sua Igreja; segunda — visível e corporal, com a sua Igreja
glorificada.
Leitura
bíblica em classe: l
Tessalonicenses 4. 13-18; Lucas 21.25-27
REFLEXÃO E OBJETIVO DA LIÇÃO:
(I) Analisar os eventos futuros;
(II) Identificar os termos bíblicos para a
segunda vinda de Cristo;
(III) Explicar os eventos da segunda vinda
de Cristo.
INTRODUÇÃO:
a.
Segundo a linha de interpretação pré-tribulacionsita, pré-milenista, a vinda de Cristo se dará
em dois momentos:
1) Ressurreição:
“Pois a trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.” – 1 Coríntios 15: 52
Arrebatamento: “Eis
que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última
trombeta. – 1 Coríntios 15: 51
2) A vinda de Cristo junto da sua
igreja para estabelecer o milênio
(evento que ocorrerá após a grande tribulação).
b. Após o
arrebatamento, se iniciará na terra o período da grande tribulação, momento em
que Deus tratará com os judeus eleitos levando-os à Cristo; os cristão, porém,
estarão no céu sendo galardoados pelo o que fizeram em favor do corpo.
I.
OS EVENTOS DO PORVIR
1. Fonte de predição.
a.
Os
eventos do porvir:
1)
arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.16,17);
2)
a vinda de Jesus em glória (Mt 24.30; Ap 1.7);
3)
o juízo de Deus sobre a terra no fim dos tempos (Mt 24.21);
4)
o futuro glorioso de Israel (Is 2.2,3)
5)
O reino milenar de Cristo (Is 9.7; 11.10).
b.
São acontecimentos anunciados desde o princípio do mundo, desde Enoque (Jd 14)
até o apóstolo João, o último dos apóstolos, no livro de Apocalipse.
2.
O destino dos impérios da antiguidade.
a
As profecias sobre os impérios antigos,
como a queda da Babilônia para nunca mais se erguer no cenário mundial (Is 13.19,20)
e ascensão e queda dos impérios medo-persa, grego e romano nos capítulos 7 e 8
de Daniel, entre outros profetas, se
cumpriram, e a própria história confirma esses fatos.
b. As profecias de Daniel fornece a prova
da precisão da Bíblia. Muitas de suas profecias são tão detalhadas e
específicas que há muito tempo têm confundido os críticos da Bíblia.
c. Classificam o livro como fraude. Eles
alegam que não foi escrito por Daniel no sexto século a.C. ― tempo que é
evidente pelos acontecimentos escritos no livro ― mas que foi escrito por um
autor desconhecido no ano 160 a.C., muito depois de vários eventos profetizados
no livro terem acontecido. Esta, alegam os críticos, é a verdadeira razão da
exatidão surpreendente do livro profético.
d. As profecias messiânicas se cumpriram
com abundâncias de detalhes, como o nascimento do Messias de uma virgem, na
cidade de Belém, seu julgamento diante de Pôncio Pilatos, sua morte, sua
ressurreição e a ascensão ao céu, entre outros.
3. Sobre as Diásporas judaicas.
a.
Esse
termo é usado pelos historiadores para referir-se às colônias judaicas
(forçadas ou não), que eles estabeleceram em outras partes do mundo, fora da
Palestina. A palavra é grega e significa dispersão.
b. Deus disciplina, mas jamais abandona o
seu povo. O castigo, por vezes, vinha com diásporas:
® A
primeira Diáspora:
“Por isso os lançarei fora desta terra,
para uma terra que vocês e os seus antepassados desconhecem; lá vocês servirão
a outros deuses dia e noite, pois não terei misericórdia de vocês’.” – Jeremias
16:13 (NVI)
Nota:
Jeremias deixa claro que a destruição da nação se deve à disposição mental do
próprio povo: Eis que cada um de vós
anda após o propósito (teimosia) do seu malvado coração (12).
® Seu
retorno
“No primeiro ano do reinado de Ciro,
rei da Pérsia, a fim de que se cumprisse a palavra do Senhor falada por
Jeremias, o Senhor despertou o coração de Ciro, rei da Pérsia, para redigir uma
proclamação e divulgá-la em todo o seu reino, nestes termos: "Assim diz
Ciro, rei da Pérsia: "O Senhor, o Deus dos céus, deu-me todos os reinos da
terra e designou-me para construir um templo para ele em Jerusalém de Judá.
Qualquer do seu povo que esteja entre vocês, que o seu Deus esteja com ele, e
que vá a Jerusalém de Judá reconstruir o templo do Senhor, o Deus de Israel, o
Deus que em Jerusalém tem a sua morada.” –
Esdras 1:1-3
® A
segunda Diáspora, anunciada pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
“Cairão pela espada e serão levados
como prisioneiros para todas as nações. Jerusalém será pisada pelos gentios,
até que os tempos deles se cumpram. “ Lucas 21:24
Nota: Depois de 70 d. C., todos os
habitantes de Jerusalém ou morreram na guerra (seja de fome, de doença, seja
porque foram queimados, seja em lutas entre facções judaicas ou contra os
romanos) ou foram escravizados. Jerusalém ficou arruinada; depois da segunda
destruição, em 135 d.C (Imperador Adriano), a cidade foi reedificada como
cidade pagã (dedicado a Júpiter), um templo pagão no lugar que havia sido
ocupado pelo templo de Deus. Os “tempos” dos gentios refere-se, presumidamente,
ao período em que Jerusalém ou o povo judeu foi subjugado por outras nações.
Muitos judeus acreditavam que haveria uma sucessão de quatro impérios malignos
(cf. Dn 7), Roma sendo o último, antes da vinda do Reino de Deus, que os
libertaria do mal.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
A fonte para todos os eventos do futuro
são as Sagradas Escrituras.
II.
TERMOS BÍBLICOS PARA A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
1. Vinda
a. A palavra parousia
(que se pronuncia "parussía") significa "vinda, chegada,
presença, volta, visita real, advento, chegada de um rei". No aspecto
escatológico, este substantivo se refere tanto ao arrebatamento da igreja (1Ts
4.15) como à vinda de Cristo em glória com sua Igreja (2 Ts 2.8).
b. O outro termo é érchomai,
"ir" e também "vir". Duas coisas opostas? Sim, desde que se
considere o movimento entre o ponto de partida e o ponto de chegada. Para quem
está no ponto de partida é "ida", mas, para quem estiver no ponto de
chegada, é "vinda". Esse verbo aparece em referência à vinda de Jesus
(Jo 14.3) e também à sua vinda em glória (At 1.11; Jd 14; Ap 1.7).
“E quando eu for, e
vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que
onde eu estiver estejais vós também.” – Jo 14.3
Nota: Nesse contexto, João provavelmente se refere não à segunda vinda, mas à volta de Cristo após a ressurreição para conceder o Espírito (14. 16-18). Na doutrina judaica, tanto a ressurreição dos mortos (iniciada com Jesus) como a concessão do Espírito indicam a chegada da nova era do Reino. Em 14.6,7, Jesus explica para onde está indo e de que maneira os discípulos chegarão lá. (Keener, CRAIG; Vida Nova, p. 345).
2.
Manifestação, aparição.
a. O substantivo grego aqui é epipháneia, que só aparece seis vezes no Novo Testamento, com uso
exclusivamente paulino, e todas as ocorrências dizem respeito à vinda de Jesus,
desde a encarnação do Verbo (2 Tm 1.10).
b. Este termo, portanto, no seu contexto, sempre traz o alerta
despeito a respeito do modo sobre o qual
nós devemos confirmar a nossa eleição na esperança desta manifestação do Senhor Jesus Cristo.
“Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o
chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão, e
assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.” – 2 Pedro 1:10,11
3.
Revelação.
a.
O termo é apokalypsis. O apóstolo Pedro emprega essa palavra para se referir
ao arrebatamento da Igreja (l Pe 1.7). Esse termo é traduzido ainda como
"manifestação", também em referência ao arrebatamento da Igreja: "De maneira que nenhum dom vos falta,
esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo" (l Co 1.7) ou
de acordo com a versão Almeida Revista e Atualizada, "aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo”.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
"Vinda", "manifestação",
"aparição" e "revelação" são termos
bíblicos que remontam a segunda vinda de Cristo.
III
- OS EVENTOS DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
1. O arrebatamento da igreja
a. É o rapto dos santos da terra, um
acontecimento global e simultâneo em todo planeta. A profecia contempla até fusos
horários, pois uns estarão dormindo à noite e outros trabalhando nesse exato
momento (Lc 17.34-36). Esse evento será inesperado, algo rápido, em fração de
segundo, e invisível os olhos humanos: num momento, num abrir e fechar de
olhos, ao ressoar da última trombeta.
“Eis que eu lhes digo um mistério: nem
todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e
fechar de olhos, ao som da última trombeta. – 1 Coríntios 15: 51
b. O
efeito do arrebatamento é retirar a igreja da cena da história do mundo durante
os sete anos de tribulação.
A trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (l Co 15.52,
ARA). Os mortos salvos, os que "dormiram em Cristo", ressuscitarão
primeiro (l Ts 4.16b); em seguida, nós, os crentes em Jesus que estivermos
vivos nessa ocasião, com o corpo corruptível já revestido da
incorruptibilidade, quando aquilo que é mortal estiver revestido da
imortalidade (l Co 15.53), seremos arrebatados da terra para o encontro com o
Senhor Jesus nas nuvens (l Ts 4.16,17). Essa é a primeira fase da segunda vinda
de Cristo, a esperança da Igreja (Fp 3.21).
c.
O mesmo dia que apanhará o crente
verdadeiro desperto e vigilante, apanhará o incrédulo dormindo, espiritualmente
falando.
d. A vinda do Senhor a nós deve ser
motivo de esperança, e não de temor.
2. A vinda de Cristo em glória.
a. Ordem dos eventos:
1) Vinda visível de Cristo (Mt
24.30,31; Lc 21.25-28).
2) Vinda com seus santos para julgar as
nações e restaurar o trono de Davi (l Ts 3.13; Jd 14; Zc 12.8-14).
3) Destruir a besta e o falso profeta
(2 Ts 2.8; Ap 19.19,20) e estabelecer o seu reino de justiça e paz na terra.
4) Confirmar o reino de Deus de mil
anos (Is 2.4; Ap 20.2,3).
3. A Grande Tribulação.
a. É o período de transição entre a Dispensação da Igreja e o
Milénio, um tempo de angústia e sofrimentos sem precedentes na história (Dn
12.1; Jl 2.2; Mt 24.21; Mc 13.19), também conhecido como "o Dia do
Senhor" (Jl 1.15; 2 Pe 3.10). A Igreja não passará por esse período, que é
conhecido como a "Grande Tribulação" (l Ts 1.10). Será a era do
anticristo (2 Ts 2.7-9), identificado como a besta (Ap 13.2-8).
b. O pré-tribulacionismo conserva a distinção bíblica entre a
Grande Tribulação e a tribulação em geral que a antecede.
c. A Grande Tribulação é devidamente interpretada, pelos que crêem
no arrebatamento antes da tribulação como tempo de preparo para a restauração da
nação de Israel. (Ver Deut. 4:29,30 e Jer. 30:4-11). O propósito da tribulação
não é preparar a igreja para a glória. Nenhuma das passagens do A.T. sobre a tribulação
menciona a igreja (ver Deut. 4:29.30: Jer. 30:4-11: Dan. 9:24-27 e 12:1,2).
d. A igreja cristã primitiva cria na iminência do retorno do
Senhor, o que é um ponto doutrinário essencial da posição pré-tribulacional. O
desenvolvimento detalhado da verdade pré-tribulacional, durante os poucos
séculos passados não prova que essa doutrina seja recente ou que seja uma
novidade. Seu desenvolvimento é similar ao das outras principais doutrinas da
história da igreja.
e. O falso profeta será o porta-voz do anticristo, que enganará
o povo por meio dos falsos milagres (Ap 16.13,14). O anticristo fará um
concerto com a nação de Israel por uma "semana de anos" (Dn 9.27),
mas na metade deste período o concerto será rompido, pois os judeus descobrirão
que fizeram um acordo com o próprio Diabo.
f. Só a partir daí é que começa o período da angústia de Jacó
(Jr 30.7). Todos esses horrores estão registrados a partir do capítulo 6 de
Apocalipse. Este período foi determinado por Deus para fazer justiça contra a
rebelião dos moradores da terra e para preparar a nação de Israel para o
encontro com o seu Messias (Am 4.12).
4. O Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro.
a. Durante os sete anos de tribulação que ocorrerá na terra, os
crentes que foram arrebatados e ressuscitados estarão no céu para serem
julgados (2 Co 5.10).
b. Chamado “Tribunal de
Cristo”, nós seremos julgados não para condenação (pois só os salvos participarão
deste julgamento), mas para premiação, de acordo com o que fizemos através das
obras.
c. Nos jogos gregos de Atenas, a velha
arena tinha uma plataforma elevada na qual se assentava o presidente ou juiz da
arena. De lá ele recompensava todos os competidores; e lá ele recompensava
todos os vencedores. Era chamado “bema” ou
“assento de recompensa”. Nunca foi usado em referência a um assento judicial
(para condenar alguém, mas apenas para premiar).
d. Em seguida, virá a festa das bodas do
Cordeiro (Ap 10.9), o grande banquete que celebrará a união de Cristo com a sua
Igreja.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
O arrebatamento, a grande tribulação e
vinda em glória são os eventos da segunda vinda de Cristo.
CONCLUSÃO
1.
As pessoas que não crêem na Bíblia
fazem predições a respeito do futuro, baseados em histórias que ouviram.
2. Nós, cristãos, embora não possamos
saber nada a respeito do futuro, sabemos que o Nosso Deus conhece todas as
coisas.
3. Certa feita perguntaram para o grande
reavivalista metodista João Wesley: “O
que você gostaria de estar fazendo quando Jesus voltar?” Ele respondeu: “Eu gostaria de estar fazendo o que faço
todos os dias, pois todos os dias aguardo ansiosamente a vinda do Senhor
Jesus”.
4. Precisamos, portanto, colocar toda
nossa esperança em Jesus, pois assim estaremos vigilantes.
“Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e
para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao
único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade,
mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para
todo o sempre! Amém.” – Judas 1:24,25
Soli Deo
Gloria!
Fabio Campos
Aula ministrada na ICT – J - dia 10/09/2017
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Bibliografias:
Escola Bíblica
dominical. A razão da
nossa fé. 3º trimestre de 2017; CPAD; lição 11.
CARSON,
D.A & FRANCE R.T & WENHAM, G. J. Comentário Bíblico Vida Nova.
Editora Vida Nova, 2009. São Paulo, SP.
CHAMPLIN, Norman R. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
LOPES, Hernandes Dias. A segunda vinda de Cristo. São Paulo, SP; Hagnos, 2010.
PRICE, Ross E. & GRAY, C. Paul & GRIDER, J.
Kenneth & SWIM, Roy E. Comentário
Bíblico Beacon, de Isaías a Daniel. Editora CPAD, 2000.
Rio de Janeiro, RJ.
KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia. Editora Vida Nova, 1°
edição 2017.