Por Fabio Campos
Texto
base: “Depois disso,
Mardoqueu voltou para a porta do palácio real.”
– Ester 6:12a
O
homem, por natureza, é escravo e condicionado a opinião de seu semelhante. Carece
de atenção e paparicos. Sua vaidade demanda por reconhecimento e apreciação.
Satanás, que também é agricultor (Mt 13.39), sabe cultivar a semente da carência, campo
fértil para todo tipo de maldade que lá se encontram no coração dos seres
humanos.
Hamã,
um estadista no reinado de Assuero (Xerxes), rei da Pérsia, foi mais um que se
deixou cirandar pelo Diabo.
Sua
promoção subiu-lhe à cabeça, e ele se tornou um ambicioso assassino. Mardoqueu,
judeu devoto, não se curvava perante Hamã, e isso deixou o orgulhoso governante
com muita raiva. Por esta razão, Hamã decidiu destruir todos os judeus.Ele
persuadiu o réu Xerxes a assinar um decreto no qual era ordenado aos persas que
destruíssem, matassem e saqueassem todos os judeus, em toda a extensão do
reino. Mas Deus, que é Soberano, não permitiu que Hamã desse continuidade ao seu
ardiloso plano.
Os
homens matam não porque são corajosos, mas por serem medrosos. Temem a
inferioridade.Descobri que todo trabalho
e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas (Ec 4.4).
Dominar o próximo é o meio de não ser dominado por ele.
Mardoqueu,
do ponto de vista do mundo, era apenas um zero a esquerda. Você acha que ele se
importava em ser lembrado desta forma? Nenhum um pouquinho.“Dia após dia eles lhe falavam, mas ele não lhes dava
atenção...” (Et 3.4).
O tio de Ester era justo; amava o seu povo; temia
a Deus. Após uma reviravolta incrível (convido a você a ler o livro de Ester), Hamã
vestiu Mardoqueu com as vestes do rei, colocou sobre sua cabeça uma coroa e lhe
preparou o cavalo da realeza, para que houvesse uma congratulação pública. O
humilhado agora era exaltado; e o exaltado, humilhado. Com Deus é assim!
Aquele que ficava à porta do rei, agora possuía a
coroa do rei. Assim Mardoqueu, após isto, mandou-lhe preparar um trono
ao lado de Xexes. Foi isto que aconteceu? Não, não!“Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta
do palácio real” (Et 6,12). Suas vestes poderiam ser reais, mas o seu coração
era do único Rei, o seu Deus.
Hamã,
por sua vez, era um empregado da realeza; mas o seu coração sempre esteve no
trono. Comia mortadela e arrotava caviar. Mardoqueu foi longe demais quando
faltou com a reverencia à Hamã. Feriu seu ego. Hamã era pedante, falava do que
não sabia para se aparecer.
Sabe
aquele pessoal entrão, espalhafatoso, aparecido, intrometido? Pois é, assim era
o Hamã.
As
pessoas que mais se afirmam são as mais inseguras. A força ostentada é a auto
defesa da fragilidade. Basta uma simples careta da vida para os inseguros anunciarem
com megafones suas “qualidades”.
Hamã
era um falastrão. Quando alguém o elogiava fazia questão de tornar o fato
conhecido a todos.
O
homem piedoso, no entanto, busca apenas o elogio de Deus. Nossa pecaminosidade nos leva, por vezes, a ser
um “Hamã” perante as pessoas. Nos tornamos o “bobo da corte”. O tolo não tem prazer no entendimento, mas
sim em expor os seus pensamentos (Pr 18.2).
Irmãos,
há pecado até mesmo em nossa santidade, pois “por trás de uma atitude piedosa”, como
disse George MacDonald, “pode haver uma ganância ímpia”. Eu, por exemplo, posso
ter escrito este artigo com intuito de ganhar o louvor dos homens. Lutei contra
isto, para não me assemelhar a Hamã. O pecado habita em nós, mas ele jamais
deve ser nosso senhor.
O
homem honrado, todavia, prioriza o Reino de Deus (ainda que para isto precise
ser humilhado no reino dos homens). Onde está o nosso coração? Na porta com
Deus ou no trono com o Diabo?
Ainda
que Deus nos coloque no trono, o nosso coração, entretanto, jamais poderá sair
da porta. Nos bastidores da queda há um coração cheio de vaidades. Somente os
passos da humildade desfilarão na passarela da honra (Pr 18.12).
Em Cristo Jesus, considere esta reflexão e arrazoe isto em seu coração.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
“A
folha branca é o meu púlpito principal.”
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BIBLIOGRAFIAS:
Quem é quem na Bíblia Sagrada. Editado por Paul Gardner. Editora Vida Acadêmica. São Paulo, SP