Por Fabio Campos
O Pecado sexual é tão somente a consumação de maus
desejos que já moram em nosso coração. Essa obra me ajudou a entender isso de
forma mais abrangente. Literalmente posso afirmar: minha foi desnudada! Quanta
coisa há em mim que precisa ser tratado por Deus através da ação do Espírito
Santo.
Gostei muito do livro A
Batalha de Todo Homem. Os autores desta obra compartilham
suas experiências e como conseguiram obter vitória sobre a tentação sexual.
Porém, “Purificando o coração da Idolatria Sexual” escrito pelo Dr. John Street
tem outra proposta: “reconhecer e eliminar as motivações idólatras potenciais,
empregando um sistema bíblico, que prevenirá um fracasso no futuro. O coração é
o solo propício de onde cresce a terrível imoralidade”.1
Na introdução o autor trata da “Teologia do Desejo Santo” que é a tentativa de compreender o que
Deus diz ser “bom”, porém, devido a nossa pecaminosa, fizemos mau uso delas,
como é o caso do sexo.
“O paradigma
arruinado” trata das motivações e comportamentos dos homens.
Deus fez o homem para satisfazer sexualmente o seu cônjuge; com a queda, os
homens buscam, de forma egoísta, sua própria satisfação ainda que tenha que privar
o outro.
A “teologia do
Desejo Cobiçoso” trata dos desejos pecaminosos descobertos gradativamente –
a cada nova “aventura”. O autor cita, por exemplo, “mulheres que são, com
frequência, atraídas para práticas sexuais ilícitas através de livros
românticos erotizados em que ocorrem descrições pornográficas leves progredindo
para imagens e descrições pornográficas pesadas. Muitas lésbicas admiram que
foram atraídas para relações homossexuais pelo convidativo apelo-suave do
romance”.2 O
Dr. Street aborda a forma que podemos aconselhar pessoas, através da Bíblia,
que estão escravizadas por esses desejos: “Ao que trabalha com aquele que está
sexualmente escravizado, o conselheiro bíblico precisará ser habilidoso
hermeneuticamente no que se refere ao uso da palavra cobiça dentro do contexto
onde ela aparece”.3 Ele trata
também sobre a biologia do homem no sexo, os hormônios que criam o apetite sexual.
Em suas pesquisas, John Street, diz que, “as intenções e os propósitos do
coração podem prevalecer sobre a sua bioquímica”.4
Ninguém pode negar o poder da libido. Em seu projeto criativo, Deus planejou o
sexo para ser bom e poderoso, mas não irresistível. Ele cita o caso de um homem
qual dizia não conseguir ter vitória contra as tentações sexuais: “Imagine sua filha de cinco anos de idade
entrando no quarto enquanto você está fazendo amor com sua amante. Você
continuaria sua prática de sexo ilícito enquanto ela estivesse olhando? “Claro
que não!” respondeu ele horrorizado com a ideia. Então, o medo do que sua filha
poderia ver e pensar é real e extremamente
poderoso. Aliás, o medo do homem é mais poderoso que os impulsos biológicos!
Esta é a razão porque você sabe que pararia”. 5
Ele conclui sua introdução dizendo que “formas
rígidas de comportamento moralista falharão para aconselhados que estejam
lutando com este complexo labirinto de desejos. Este comportamento pecaminoso
pode acabar, mas o anseios sensuais desordenados continuarão a afligir o
aconselhado”.6
CAPÍTULO
1
– ALIMENTANDO PENSAMENTOS DE COBIÇA SEXUAL
O autor aborda nesse capítulo o “pensar” em sexo de
forma saudável e pecaminosa. Pensar em sexo é algo normal, pois foi Deus quem
criou o sexo para ser desfrutado no casamento e deu a libido ao homem para que
tivesse vontade e prazer ao praticá-lo.
A questão, no entanto, é que o pecado deturpou tudo.
Veja que até mesmo um versículo bíblico por muitos não pode ser lido com a
pureza devida. Muita gente quer refrear seus impulsos pecaminosos se privando
de “certas carícias” no ato sexual, dizendo que é pecado. Mas veja que o
problema não é o sexo, mas o nosso coração. Imagine que alguém poste este verso
no facebook: “Gazela amorosa, corça
graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o
embriaguem os carinho dela” (Pr 5.19).
Esse verso deveria ser normal. No entanto, por conta
do pecado, pode causar em alguns, certo incomodo. Portanto, o problema não está
no sexo e nas suas carícias, mas em nosso coração que maculou essa excelente
criação de Deus.
Sobre as “compulsões
sexuais como Escravidão”, o autor diz que “há dois tipos distintos de
escravidão. Assim como na sociedade israelita antiga havia uma diferença entre
o escravo nascido em casa e o trabalhador forçado – existem diferenças entre os
dois tipos de escravidão. Temos a pessoal que se encontra sob o domínio total,
completamente entregue ao direcionamento dos desejos, que não é regenerada e
não possui o poder regenerador do Espírito Santo.7
O segundo tipo de escravidão é o trabalhador forçado. Este é o escravo
relutante que se tornou um prisioneiro de guerra. O inimigo o capturou, mas ele
não é seu cidadão ou filho. A guerra é algo fatigante, e, por vezes, a pessoa
que lutou sem sucesso por um grande período de tempo pode se render e tentar
negociar uma trégua. Ou então ele foi enganado ou seduzido a fazer um tratado
de paz com a poderosa tentação do pecado sexual. Por fim, ele sucumbe ao pensamento
“é inútil resistir”.8
b.
A diferença entre tentação sexual e escravidão sexual
Há diferença entre ser “tentado” do estar
“escravizado”. Todas as pessoas são tentadas. Quando escravos, porém, não temos
guarda. Cedemos fácil. Não há mais esforço. Street trata desta diferença. Como
podemos lidar com as tentações? Se de fato somos um escravo, em qual nível
estamos no servir deste “senhor”? Como vencer isso?
c.
O sentimento de escravidão sexual
O sentimento de fraqueza devido a escravidão sexual
é a consequência da maldição de Deus sobre o pecado. John Street diz que, Deus
deseja que o escravo errante perceba sua escravidão. Quanto mais o homem se
entrega à sensualidade e à cobiça, maior é o controle que esse senhor exerce
sobre ele. Salomão descreve isso da seguinte forma: “Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas
do seu pecado será detido” (Pv 5.22)9
Precisamos redobrar nosso cuidado em momentos
extremos de fadiga, tensão e stress. Por “alívio”, é oferecida como escape a
gratificação sexual: “O Espírito é forte, mas a carne é fraca”, disse Jesus aos
seus discípulos no momento de maior tristeza e tensão que eles enfrentaram. Há
morte em todas as áreas quando o pecado é consumado: 1) a esperança morre
(falta de esperança e desespero são comuns entre as pessoas escravizadas
sexualmente); 2) a utilidade morre (a auto-gratificação
torna a pessoa improdutiva. Uma vez que ela consome mais e mais o talento e a
energia da pessoa, sobra pouco para torna-la produtiva; 3) a consciência morre (O
pecado corrompe a consciência. Quando a pessoa sexualmente tentada se entrega
para aquilo que crê que lhe dará satisfação, ela aceita e acredita em uma
mentira. Ela corrompe a mente e sua capacidade de despertar a consciência; 4) relacionamentos
morrem (O casamento sofre desde a simples falta de atenção até situações
severas de ira, violência e divórcio. Amigos também são afetados, já que o
pecado altera o nosso humor); 5) o tempo morre (A cobiça demanda tempo.
Exaure as energias do cérebro com imaginações, e como a pessoa que está presa
às drogas, gasta-se muita horas acordado planejando e buscando a próxima dose.
Esta perda é irrecuperável); 6) os recursos morre (o maior custo do
pecado é morte; porém, para consumir o pecado é necessário dinheiro. Isso é comprovado
pelos lucros da indústria do sexo. É muito dinheiro pago com pegado); 7) a
piedade morre (A devoção pessoal, mesmo que presente, é normalmente árida e
sem significado; “tira a finura da vida
espiritual”, como diz o pastor Paulo Romeiro); 8) o corpo morre (através
das doenças sexualmente transmissíveis).
d.
O paradigma para a escravidão sexual
O pecado escraviza progressivamente. Cada um é
tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz (Tg 1.14).
1)
Primeiro estágio (o pecado pertence a
nossa natureza; porém alimentado pelos desejos depravados internos da carne;
seja pelos pensamentos; seja pela experiência. Quanto mais se peca, mais
vontade de pecar se terá. A cura se encontra num coração regenerado pelo
Espírito. A cura não está no exorcismo; em batalhas espirituais ministradas por
alguns lideres do neopentecostalismo. Quebrar possível maldição hereditária? sem chance! É
necessário “nascer da água e do
Espírito”. Isso não é esforço nosso, mas graça de Deus. Não há “técnicas”
para vencer o pecado; a “Bíblia diz tão somente para andarmos no Espírito para
que de modo alguma possamos satisfazer os desejos da carne.
2)
Segundo estágio (A cobiça concebe num
coração fértil quando ela ganha o consentimento da vontade). Nossos olhos
precisam estar treinados; porém, mais importante ainda é ter um coração limpo.
Imagens sensuais, por exemplo, são sementes que se alojam em nosso coração
quando as cultivamos. À medida que vamos regando essas sementes mais vulneráveis
nos tornamos na defesa contra a tentação sexual. O Dr. John Street diz que,
“satanás possui milhares de anos de experiência em recorrer aos desejos latentes
do coração. Existem desejos corruptos dentro de todo coração, semelhante a um
vírus inativo de computador, que através de um pequeno estímulo, pode vir à
tona e reprogramar a vida toda do aconselhado” (que luta contra a escravidão
sexual).10
3)
Terceiro estágio (o coração fecundado
com a cobiça, em algum momento, dará à luz os atos visíveis da transgressão).
Pecado gera mais pecado. É comparado a uma gestação na qual o ventre da
imaginação não pode mais contê-la. “O que o homem semear isso também colherá”,
diz a Bíblia. Aquele que está escravizado sexualmente não mensura riscos para
satisfazer os seus desejos pecaminosos. Ele assume riscos cada vez maiores, como,
por exemplo, ser descoberto – contanto que seu apetite voraz seja satisfeito. Neste
estágio, o escravizado, entretanto, não consegue mais se satisfazer com seu cônjuge.
Reclama do seu parceiro a despeito das práticas sexuais. Muitos, por isso, vão
a busca de outras “aventuras” como masoquismo, sadismo, homossexualismo etc.
Street diz que, “quando uma pessoa está escravizada sexualmente pelos seus desejos
cobiçosos, suas exigências egoístas denunciam uma agenda voltada para a
satisfação pessoal a qualquer custo, mesmo que isso signifique que seu cônjuge
seja usado para dar vazão às suas expressões sexuais egoístas”.11
4) Quarto estágio (O pecado completamente formado resulta em morte). O
pecado mata, e é aos poucos. É como o peixe pescado! Quando o pescador apanha o
peixe em seu anzol ele primeiro cansa o peixe. Se puxar de uma vez, o peixe
escapa. Mas ele cansa-o até quando não houver mais nenhum tipo de resistência; ele
apanha o peixe de uma vez por todas. Assim é o pecado. Ele minha o nosso vigor.
Chegam a desesperança, inutilidade, consciência cauterizada, relacionamentos
rompidos, tempo perdido, recursos desperdiçados, impiedade e corpos adoecidos.
e.
A aplicação da teologia no aconselhamento de problemas sexuais.
O autor aborda a forma que devemos pensar a respeito
do que Deus diz sobre o padrão que Ele estipulou para o matrimônio. Street nos
ajuda a aplicarmos uma teologia bíblica no aconselhamento. O que Deus diz sobre
as fantasias pecaminosas? Como o sexo deve ser desfrutado? Qual o relacionamento
está sob a bênção de Deus? Jonh Street traz essas respostas a luz das
Escrituras.
f.
Atingindo o cerne da cobiça
O cerne da cobiça se encontra no coração que guarda
diversas fantasias. A pessoa que assim vive nunca está satisfeita nos seus
apetites sexuais. Sempre busca novas coisas e novos parceiros. É possível que
alguém que se encontre nesse estado consiga obter vitória sobre suas tentações
por algum tempo, mas é temporário; enquanto o cerne da cobiça que se encontra
enraizado não for cortado, tão logo ele florescerá e dará luz ao pecado.
CAPÍTULO
2
– IMPUREZAS DO CORAÇÃO QUE SE TORNAM DESEJOS COBIÇOSOS
Muitos cristãos genuínos se encontram em dificuldade
na área do sexo. Ainda que o ato não seja consumado, o “fato de haver impureza
no coração”, já demonstra que há certa dificuldade nesta área. A diferença é
que o cristão verdadeiro luta contra isso. Seu desejo é agradar a Deus. Seu
prazer está na santificação, entretanto, sua tristeza, em seus fracassos. A
diferença do verdadeiro para o falso cristão é esta. O falso não faz questão de
pensar no que Deus pensa. Ele não possui o desejo por santificação. É um
cristão nominal; o pecado não é acidental na vida dele, mas cotidiano. Vive na
prática do pecado.
Street trata os sentimentos como “autocomiseração”,
“autopiedade” e “ressentimento” que desencadeiam em cobiça. Quando a cobiça é gerada
o pecado é consumado. O salário disto é a morte.
CAPÍTULO
3
– DESCRIÇÃO DO PANTEÃO DE ÍDOLOS DO CORAÇÃO
a.
A ira que Conduz à Fantasia e a Atividades Lascivas
O escravizado sexualmente, geralmente, busca
satisfazer sua ira e descontentamento alimentando seus maus pensamentos. Muitos
até chegam a se zangar com Deus quando por Ele são repreendidos. A resposta
deste descontentamento é materializada através das atividades sexuais. Porém, o
Senhor repreende a quem ama (Hb 1211). Citando F.F Bruce, Street, diz: “O homem que aceita a disciplina [privação]
vinda de Deus como algo projetado pelo seu Pai celestial para o seu bem, deixa
de lado sentimentos de melindre e rebeldia; ele aquietou sua alma, o que, por
sua vez, produz terreno fértil para o cultivo de uma vida justa, sensível à
vontade de Deus.” 12
Pessoas que se encontram neste
estado não suportam ser contrariadas. Possuem uma visão elevada de si mesmas.
Este sentimento de revolta, de poder e vanglória desembocam para práticas
sexuais ilícitas. Pois o sexo além da satisfação física, pode também alimentar
o ego.
b.
A autocomiseração como alimentador do desejos e feitos cobiçosos.
É comum os pensamentos lascivos crescerem quando a
autocomiseração reina no coração. Sentir dó de si mesmo é um grande perigo para
reparar essa “falta”. A carne grita; o diabo persuade “você merece, vai... não seja tão duro assim consigo mesmo”. A autocomiseração
que Street trata é a falta que viermos a ter; é o tipo, por exemplo, do homem
solteiro: “ninguém me quer... bem o que posso fazer”! Só me resta contratar uma
prostituta ou consumir pornografia para reparar este meu “sofrimento”.
c.
A autogratificação pela dedicação excepcional
John Street diz que a auto-gratificação é uma espécie
de recompensa pelas virtudes exercidas. É o caso do homem, por exemplo, que se dedica
ao trabalho por períodos prolongados: “Eu mereço”! Quantos pastores caíram
neste engodo. Pregam, visitam, ensinam, aconselham; mas levam uma vida dupla
para se auto-compensar por sua performance. Não podemos descuidar. Jamais
podemos descansar em nosso desempenho. Cristo é o nosso descanso. Viva como se
você não merecesse nada! E depois que tiver feito tudo, considere um servo inútil.
Essa postura nos manterá seguros e firmados na Palavra de Deus.
d.
A lisonja e o elogio que alimentam o desejo sexual.
Qualquer pessoa possui o desejo de
ser amada e adorada; mas o cristão que busca aprovação das pessoas se torna
presa fácil da lisonja para a pessoa sexualmente atraente. Um coração ferido
pela baixa autoestima é o pior inimigo da pessoa escrava do sexo. Por vezes, o
sexo é um meio; o fim, no entanto, é o prazer de ser “admirado”. O marketing da
indústria do sexo gira em torno da facilidade, entretanto, sem exigência: “Você
é lindo, desejado, atraente, poderoso...”. Esse é o “encanto”. Essa proposta
tem muito mais aceitação em pessoas que estão feridas em suas emoções em
virtude a “reprovação” de outros. As mulheres, por sua vez, também têm suas
vulnerabilidades. A busca por afirmação de suas virtudes as coloca nas mãos de
lobos devoradores. Com palavras adocicadas e carregadas de elogios – conseguem
o seu objetivo quando encontram um coração carente. O autor aborda através dos
princípios bíblicos como se proteger desta “carência de elogio”.
e.
O descontentamento como solo fértil para a cobiça sexual
A insatisfação com a vida consiste em expectativas
não supridas. Street diz que “a pessoa descontente procura novas emoções e
experiências que superarão suas experiências anteriores da vida. Quando você
acrescenta cobiça a um coração descontente, você tem a fórmula para todo tipo
de experimento e perversão sexual. (...). Isso foi verdade com relação aos
homens de Sodoma. Não mais satisfeitos com suas esposas e seus parceiros
sexuais dentre de sua própria cidade, eles anelavam por algo novo, neste caso,
os anjos que eram hóspedes na casa de Ló.”13.
John Street trata do poder do arrependimento neste tipo de situação. Gratidão é
ser grato; quem é grato não busca novas aventuras, mas se alegra com o que
possui. Seja grato a Deus pelo seu cônjuge.
f.
O medo que alimenta o desejo sexual.
O medo busca por reafirmação; ele traz consigo uma
série de sentimentos nocivos como perturbação e irritação. É por medo de algo
que muitos fazem concessões perigosas. Por medo, a namorada cede sexualmente ao
namorado que ameaça em deixa-la. É o calouro na faculdade que se sujeita a uma transa
com prostitutas para provar à seus amigos que ele está ali não de brincadeira.
O homem faz guerra não porque é corajoso, mas porque tem medo; medo de ser substituído.
O medo é um grande vilão na vida daquele que luta contra a escravidão sexual.
g.
O desejo pelo poder ou por controle alimenta a Cobiça sexual
John Street trata do desejo pelo poder ou por
controle. Pessoas escravizadas sexualmente são presas fácil de pessoas
inescrupulosas que usam sua posição de autoridade para conseguir satisfação de
apetites pecaminosos. Homens geralmente se utilizam da sua posição de destaque
perante a sociedade para atrair parceiras. Mulheres, no entanto, se utilizam da
sedução através de joias e vestimentas. Outros vícios entram neste jogo;
álcool, drogas etc. Street faz uma abordagem bíblica do assunto.
h.
O desejo pelo conforto alimenta a cobiça sexual
Street diz que “tudo o que apela a centros de prazer
somático do cérebro tem o potencial para ser um agente ativador poderoso da
cobiça do coração pecaminoso.”14
Todo prazer que substitui Deus é idolatria. Este ídolo é construído através de
vários sentimentos do coração. John Street diz que, “isto tem sido verdade para
cada um dos oito eixos do Panteão de Ídolos do Coração. Ira, auto-comiseração,
temor, descontentamento, lisonja, poder/controle, auto-gratificação e conforto
são exemplos comuns de uma variedade de desejos latentes que se manifestam
caracteristicamente na escravidão sexual”.15
John Street diz que o trabalho do conselheiro é identificar esses vários desejos
da pessoa escravizada ao sexo e conduzi-la à purificação bíblica.
CAPÍTULO
4
– INTERPRETANDO O DESEJO IDÓLATRA
John Street trata em “Interpretando o desejo idólatra” o esforço para entender o que há
dentro do aconselhado (escravizado sexualmente) à medida que isso interage com
as inúmeras situações de problemas da vida: o que ele está pensando? Como ele
racionaliza sua cosmovisão? Quais são as reais motivações dele? O que ele mais
ama e o que ele mais detesta? A quem ou o que ele adora? O coração é diferente
de tudo. Ele é perspicaz, calculista, e muda constantemente. Muitas vezes é
ativamente enganador e se auto-engana, não é inerte. Por isso só seremos
libertos da presença do pecado no último estado da salvação, ou seja, na
glorificação – quando ressuscitarmos num corpo incorruptível. A carne, o mundo
e o diabo por essa questão são os grandes inimigos daquele que está lutando
pela purificação. A arma do nosso inimigo consiste no desencorajamento. “Para
com isso”; “não adianta tentar”; etc!
O coração é uma fábrica de ídolos, com disse João
Calvino. A reputação é um deles. Homens e mulheres cedem a situações para serem
aceitos num determinado grupo de pessoas.
João Calvino expõe a natureza cobiçosa do coração humano quando diz: “Não há ninguém que não nutra dentro de si
um tipo de reino”. Calvino enxerga o orgulho e suas expectativas avarentas
como a mãe de tudo no coração que se rebela contra Deus. Ela irá mimar e cuidar
de todos os pecados sexuais até que eles tenham estabelecido algum tipo de reino
no coração.
John Street também argumenta que “o orgulho cultiva um sentimento de auto
merecimento expectante”. Ela alimenta o coração, que ao mesmo tempo está faminto
e ferido. Quando está faminto, ele tende a desejar o elogio dos outros
(lisonja), mandar-nos outros (controle/poder sobre), desejar a recompensa dos
outros (auto-gratificação) e o prazer dos outros (conforto). Sua propensão para
o merecimento próprio o torna suscetível a se magoar com facilidade. Portanto,
ele desejará algum consolo por causa de sua fúria para com os outros (ira), de
fracasso dos outros (auto-comiseração), de medo dos outros (temor), e de
familiaridade dos outros (descontentamento). Estes desejos têm o potencial de
escravizar uma pessoa a diferentes tipos de pecado, especialmente os pecados
cobiçosos do sexo. Calvino indica o ponto de partida para sua cura: “Pois quando as Escrituras nos convidam a
deixarmos a preocupação própria, isso não apenas apaga de nossa mente a ânsia
de possuir algo, o desejo pelo poder, e o favor do homem, mas também arranca
pela raiz a ambição e o desejo por glória humana e inúmeras outras pragas
secretas”. O ponto de partida no lidar com um reino de cobiça no coração
não envolve Prozac ou encontros de poder, mas o poder das Escrituras.”16
A Bíblia diz que é Deus quem efetua em nós tanto o querer como o realizar. Quando abrimos mão do nosso esforço, pela confiança de
que Ele nos dará graça para vencermos essa a luta, o temor e o tremor passam a
nos favorecer para que andemos em novidade de vida, atingindo a transformação
duradoura e completa. É Deus quem faz! Sem o novo nascimento – nascimento do
alto, o homem pode até reconhecer que é um miserável que se encontra
escravizado pela cobiça. Ele até pode se esforçar para se livrar desta prisão,
porém, uma vez que possui apenas uma natureza terrena e não uma nova natureza,
ele se encontra num estado de escravidão permanente.
CAPÍTULO
5
– PURIFICANDO O CORAÇÃO DO DESEJO SEXUAL IMPURO
Neste capítulo, John Street, aborda o modo como
muitos têm tratado o pecado sexual. Não se fala mais de pecado, mas trauma. Não
é necessário conversão, mas terapia. Creio que o acompanhamento de um psicólogo,
em alguns casos específicos, seja importante. Mas o problema é mais complexo. Muitos
conseguem, através de terapias, se livrarem da compulsão sexual. Entram como um
pecador escravizado, porém saem como um fariseu com justiça própria.
John Street traz cinco estratégias que ajudará o
conselheiro a direcionar o aconselhado sobre como purificar o coração da compulsão
sexual:
1.
Você precisa ser um discípulo (aprendiz) do evangelho da graça:
É necessário que tratemos o pecado com seriedade; porém, a graça deve
acompanhar a nossa denuncia. O que nos constrange é o amor de Deus; e o que nos
leva ao arrependimento é a sua bondade. É necessário expor que a graça de Deus
não consiste somente em perdão, mas em purificação.
2.
Prepare-se para limpar a casa – e não simplesmente dar uma geral:
O alvo não é a melhora; é a santidade. Como disse C. S. Lewis: “Experimente a
santidade e você nunca mais desejará outra coisa”. Santidade é amar o que Deus ama e odiar o que
Deus odeia. Ser cristão não deixar de fazer as coisas erradas, mas se alegrar em
fazer o que agrada a Deus. É se alegrar em Deus em toda e qualquer circunstância.
Se não houver de fato uma “limpeza na casa”, jamais chegaremos ao “pleno
conhecimento de Deus”. Se não nos “revestirmos do novo homem” não poderemos experimentar
a boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.
3.
Você não pode confiar no catavento dos seus pensamentos:
Salomão explica como os sentimentos controlam o pecador sexual. “Quanto ao perverso, as suas iniquidades o
prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido” (Pr 5.22). O pecado
escraviza. A pessoa que se entrega se torna vulnerável a todo tipo de ataque.
Ela já não resiste. Street diz que “crer
mais em nossas impressões do que em Deus sempre resultará em problema”.
4.
Estar atento para situações de tentação: Não podemos
brincar com os nossos impulsos. Nunca se ache forte suficiente para enfrentar
uma tentação. Sansão jamais pensaria que pudesse cair nas mãos do seu inimigo.
Brincou com o pecado; foi laçado pela sedução persistente de Dalila. Acordou
preso e cercado pelos inimigos. Devemos nos afastar de tudo o que nos incite a recorrer
a pecados antigos. Quem não quer cair, não anda em lugares escorregadios.
5.
Aprenda a confiar na igreja que ensina a Bíblia: A
igreja faz parte da provisão graciosa de Deus para o cristão que está lutando
contra o pecado sexual. Uma igreja que leva a sério a Palavra de Deus jamais
disciplinará sem o objetivo da restauração. Ela terá, antes de tudo, o temor de
Deus em saber que Ele comprou com seu próprio sangue aquela alma que está
padecendo em seus vícios.
CAPÍTULO
6
– O DESEJO SEXUAL E A FAMÍLIA.
A escravidão sexual cobra um preço alto. E
infelizmente quem paga por ele é a família. O casamento é afetado. O Dr. Street
trata neste capítulo de casos onde pessoas se distanciaram de Deus, do cônjuge
e da família para viver suas aventuras. A busca por novidades não têm limites.
Não importa o quanto de dinheiro e energia terão quer ser empreendidos para
satisfazer a cobiça. A relação íntima com o cônjuge passa a ser mecânica, sem
prazer. O escravizado começa a reclamar do seu parceiro dizendo que não mais o
satisfaz.
John Street aborda a A) “Manutenção da pureza do casamento”.
Ele diz que permanecer puro no casamento envolve mais do que a fidelidade
física. A fidelidade conjugal é uma questão de coração. De que maneira um casal
matem singularidade de coração em sua fidelidade a Deus e um ao outro? O que
precisa acontecer no matrimônio cristão para que a pureza seja estabelecida e
mantida? Street traz cinco diretrizes que a Bíblia diz respeito à sexualidade para
o casamento:
1.
As Escrituras encorajam o ato sexual dentro de um relacionamento heterossexual
monogâmico:
O sexo foi criado por Deus para ser desfrutado dentro
do casamento; o problema veio com a queda (Gn 3). Tudo o que Deus fez “muito
bom” o homem distorceu. Em Cristo, é possível desfrutar deste presente de modo
satisfatório conforme ordenado por Deus. A libido, a atração, o desejo pelo
cônjuge – são dons de Deus para o casal para que possa haver alegria no ato
sexual. Como sempre digo, o seu cônjuge deve ser sua única fonte de prazer;
portanto, aproveite!
2.
Aliança matrimonial significa que a atividade sexual não visa uma
auto-gratificação, mas a satisfação do cônjuge.
O sexo foi criado por Deus não para satisfação
própria, mas do cônjuge. Todas as vezes que a ordem de prioridade é alterada, o
egoísmo reina. O pacote do sexo egocêntrico contém traição, masturbação,
homossexualismo, lesbianismo, incesto, estupro etc. Muitos problemas no
casamento seriam eliminados caso os cônjuges levassem a sério essa admoestação
e começassem a buscar avidamente satisfazer seus cônjuges.
3.
O sexo dentro do matrimônio não está livre do desejo pecaminoso caso os
cônjuges estejam fazendo uso de suas fantasias idólatras com propósitos de
excitação e desempenho.
Jesus disse que só o fato de cobiçar alguém em no
coração tal coisa é considerado um adultério. O ato sexual deve haver entrega
não somente de corpo, mas de mente e alma.
4.
A garantia contra a tentação sexual orientada pela cobiça pode ser mantida
quando existe uma determinação em se manter relações sexuais recorrentes e
ininterruptas no casamento.
A Bíblia recomenda que o sexo seja desfrutado
constantemente entre os cônjuges. Não pode haver longos períodos de abstinência
(1 Co 7.5). Para o casamento, o sexo não é uma opção, mas mandamento. Negar sexo
ao cônjuge é pecado.
5.
O casal precisa ser aberto e honesto sobre seus desejos sexuais.
Um dos piores inimigos na vida sexual do casal é a
falta de comunicação. Por vezes, mulheres reprimidas não estão abertas a
satisfazer as vontades do seu marido! E maridos “xucros” entendem que as demandas
sexuais da esposa são imorais. Infelizmente muitos casamentos estão se findando
porque não há diálogo e nem cumplicidade nos desejos legítimos que se pode ter
no ato sexual.
B.
A manutenção da pureza enquanto solteiro
Depois da minha conversão, fiquei solteiro por quase
dois anos e meio. Eu sei muito bem o quão difícil é abster-se do sexo para
honrar a Palavra de Deus. Mas o Senhor me deu graça. A graça de Deus é suficiente.
A época de solteiro é essencial para que se possa
ter um casamento feliz e sexualmente saudável. É neste período que você aprende
a se dominar. Seus apetites são santificados. Muitos, viciados na masturbação,
por exemplo, se casam pensando que não terão mais problemas com a sua
sexualidade. Enganam-se! O casamento resolve por algum tempo; mas se isso não
for tratado às coisas tendem a piorar; ou seja, o escravizado buscará prazer em
outra fonte que não seja o seu cônjuge e acabará arruinando a sua vida e de todos
que estão envolvidos, em certo ponto, com eles. Quando se leva uma vida santa
no tempo de solteiro, o Senhor recompensa com um casamento saudável. O sexo já
não é mais essencial, mas complemento; por isso ele se torna prazeroso.
C.
A escolha do cônjuge e a cobiça sexual.
Muitos não querem casar por causa da beleza do matrimônio, mas para se arrumar na vida. Outros casam para fugir da tutela dos
pais. Outros escolhem o cônjuge segundo os padrões do mundo; outros, no
entanto, casam-se por causa de sua baixa-estima ou por medo de ficar sozinhos.
Escolhe a primeira pessoa que aparecer com o interesse. John Street diz que
esses ídolos (a motivação na escolha do cônjuge) controlam o companheiro para a
vida toda.
D.
A educação para os filhos
Street trata neste capítulo a forma como os pais
podem falar de sexo com seus filhos. Citando o psicólogo cristão, James Dobson,
10 itens são citados:
1. O
papel da relação sexual no casamento.
2. A
anatomia e fisiologia masculina e feminina.
3. A
gravidez e o processo de nascimento.
4. A
polução noturna.
5. A
masturbação.
6. A
culpa e a fantasia sexual.
7. A
menstruação.
8. A
moralidade e a responsabilidade no sexo.
9. Doenças
venéreas.
10. As
características sexuais secundárias que resultarão em mudanças glandulares – pêlos
pubianos, desenvolvimento sexual geral, aumento de interesse no sexo, etc.
É importante que os pais ensinem seus filhos a
conhecerem seu próprio coração. Street passa algumas dicas em como fazer essa
abordagem.
CONCLUSÃO
John Street encerra o livro dizendo que “há uma
diversidade nos desejos do coração que em alguns momentos tem-se a impressão de
que todos se convergem. As questões do coração, como ira, a auto-comiseração, o
temor, o descontentamento, o desejo
pelo elogio, pelo conforto, pela satisfação própria ou pelo controle das coisas podem existir muito
antes de qualquer pecado sexual. Eles normalmente predispõem o coração a ser um
terreno fértil para a cobiça e a imoralidade. A Palavra é o que ilumina, dá
entendimento e esperança quando aplicada adequadamente pelo conselheiro”.17
No final Street traz um resumo sétuplo que o conselheiro
pode trabalhar com pessoas escravizadas sexualmente.
MEU
PARECER
Por mais que fujamos do assunto – por sermos seres
caídos – nossos desejos sexuais, até certo ponto, estão em desordem. Imagine se
Deus resolvesse projetar em um telão, a vista de todos, nossos pensamentos pecaminosos?
Seria uma vergonha!
Este livro me ajudou a detectar outros pecados que
jamais pensaria que pudessem levar à escravidão sexual. Vi-me na obrigação de passar essas
informações a outros. Meu desejo sincero, portanto, é que você possa ser ajudado
através da leitura desta resenha (e do livro) e que outros possam ser ajudados
por seu intermédio.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
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_____________________________
Citações:
1 STREET, D. John. Purificando o coração da idolatria
sexual. p. 12
2 IBid, p. 19
3 IBid, p. 22
4 IBid, p. 26
5 IBid, p. 26
6 IBid, p. 28
7 IBid, p. 37
8 IBid, p. 40
9 IBid, p. 46
10 IBid, p. 57
11 IBid, p. 64
12 IBid, p. 116
13 IBid, p. 147
14 IBid, p. 160
15 IBid, p. 165
16 IBid, p. 178
17 IBid, p. 233
Ficha
técnica:
Autor: John D.
Street
Páginas: 236
Editora: Nutra
Publicações
São Paulo – SP;
2009.