Escola
Bíblica Dominical – 24 de Julho de 2016 |
Lição 4
Texto Áureo: 2
Tm 4.5
Verdade prática:
A missão do evangelista é falar de Cristo a todos, em todo lugar e tempo, por
todos os meios possíveis.
Leitura bíblica em classe:
Atos 8. 26.40
EXPLICAÇÃO DO TEXTO:
a.
Antes de subir aos céus Jesus, comissiona seus discípulos a pregar o evangelho
para todas as pessoas em todos os lugares.
b. Com
a descida do Espírito Santo, os discípulos receberam poder para testemunhar e
cumprir o Ide do Senhor. Era notória a todos a autoridade que lhes foi
outorgada (At 4.13).
c. Com
muitos sinais e prodígios os apóstolos anunciavam a Jesus Cristo e Deus
acrescentava a cada dia aqueles que haveriam de ser salvar. Pedro prega o seu
primeiro sermão e a igreja ganha três mil irmãos.
d. Ocorre
o primeiro martírio da igreja. Estevão (um dos sete diáconos) é morto a
pedradas pelas autoridades judaicas e pelas testemunhas que lá se encontravam
(dentre elas se encontrava Saulo, o futuro Paulo de Tarso At 8.1a).
e. O
povo de Deus (a igreja ali formada) é disperso, exceto os apóstolos; foram
pelas regiões da Judéia e de Samaria (At 8.1).
f. Os
que haviam sido dispersos pregavam por onde quer que fossem; (Felipe foi para
Samaria).
g. Houve
um grande avivamento em Samaria por intermédio da pregação de Felipe (At 8.5-8)
h. Neste
avivamento, uma situação se destaca: “a possível conversão de Simão, o mágico, considerado
uma pessoa de importância pelas pessoas daquela comunidade (At 8.9-10). Ele
creu e foi batizado.
i. A
notícia deste avivamento, ocorrido em Samaria, chegou a Jerusalém. Quando os apóstolos
recebem a notícia, logo encaminham Pedro e João.
j. Quando
Simão, o mágico que havia crido na pregação de Felipe, viu Pedro e João impondo
as mãos sobre as pessoas e elas recebiam o Espírito Santo, ofereceu dinheiro
aos apóstolos para obter o poder de Deus. Pedro ordena que ele se arrependa de
sua maldade (At 8.17-24).
l.
Pedro e João retornam para Jerusalém; na volta passaram pelos povoados de Samaria
e anunciavam a Jesus Cristo (At 8.25).
m. Um
anjo aparece a Felipe e manda ele que vá para o Sul, pela estrada deserta que
desce de Jerusalém a Gaza.
n. Felipe
sai de um avivamento na cidade de Samaria e vai para o deserto por orientação
divina. Assim como fez Felipe, precisamos estar dispostos a pregar para uma
multidão e também para uma única pessoa.
REFLEXÃO E OBJETIVO DA
AULA:
1) Compreender que o evangelista é um ganhador de almas;
2) Mostrar os atributos de um
evangelista; 3) Saber em que
consiste o trabalho de um evangelista.
INTRODUÇÃO:
a.
Todo cristão tem o dever de evangelizar e ganhar vidas para o Senhor Jesus.
Independentemente da função ministerial, todo cristão é incumbido no dever de
anunciar as boas novas do reino de Deus:
“Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.” – 1 Pedro 2.9 (AFC)
b.
Porém, precisamos entender que “evangelista” é um dom ministerial; trata-se de alguém
dotado de habilidades para exercer essa função em especial.
c.
Vamos estudar os atributos do ganhador de almas.
I. EVANGELISTA, GANHADOR DE ALMAS
Pensando
de uma forma lógica, o crescimento da igreja (do ponto de vista físico) depende
do evangelismo; Deus usa homens para trazer homens, formando assim, o organismo
físico e representativo do Senhor Jesus aqui na terra.
1. Definição.
a. A
palavra evangelista, originária do termo grego “evaggelistes”, define o obreiro vocacionado por Deus. Trata-se de
um dom ministerial:
“E
ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério,
para que o corpo de Cristo seja edificado.” - Efésios 4:11,12 (NVI)
b. Como
disse C. H. Spurgeon: “Evangelismo é como
um mendigo dizendo a outro mendigo onde ir para encontrar o pão”.
c.
Como fez Felipe, evangelismo é compartilhar o evangelho para alguém tão
necessitado de Cristo como você mesmo.
2. O evangelismo no Antigo Testamento.
a. A
palavra que designa o arauto das “boas-novas”, no hebraico é basar (Is 40.9; 52.7). Como exemplo,
cito:
“Como
são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a
paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião:
"O seu Deus reina!".” - Isaías 52:7 (NVI)
b.
Esse texto, por exemplo, retrata de forma comovente a chegada das boas-novas
cujo o mensageiro é o enviado e portador desta esplêndida tarefa; Paulo cita
essa passagem em Rm 10.15).
3. O
evangelismo em o Novo Testamento.
a. Felipe
foi o primeiro discípulo a receber o título de evangelista (At 21.8).
ü Timóteo,
mesmo sendo um pastor local, foi incumbido para o evangelismo (2 Tm 4.5)
ü A
história da igreja atribui o titulo de evangelista ao médico Lucas. (tudo indica
que seja por conta do seu evangelho e pelas viagens evangelísticas nas quais
foi cooperador com Paulo).
b. A
dispersão fortaleceu a atividade evangelística da igreja; por onde eles
passavam, o evangelho era pregado.
c.
É incrível o pedido dos discípulos em suas orações em meio a perseguição; eles
não suplicaram a Deus alívio para os seus sofrimentos; não pediram estratégia
para atenuar a mensagem, mas ousadia para proclama-la:
“Agora,
Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a
tua palavra corajosamente.”- Atos 4:29 (NVI)
4. O
evangelismo na era da igreja
a. Os
grandes reavivamentos são destacados pela evangelização. Deus não “unge”
métodos; Deus unge pessoas.
b. Avivamento
não acontece no mundo; avivamento é um evento para a igreja. Se ela, pois, perder
o sal, se tornará insípida (Mt 5.13).
c. Grandes
coisas o Espírito Santo fez quando homens buscaram o Senhor de todo o coração:
ü Despertamento
em Herrnhut através dos irmãos Morávios (1727).
ü Grande
despertamento sob a liderança de Jonathan Edwards (1735).
ü William
Carey e a sua missão na Índia (1793).
ü Avivamento
na América e na Inglaterra através de John Wesley e George Whitefield.
ü A
missão de Hudson Taylor na China (1854).
ü O
avivamento da rua Azusa (1906).
ü A
chegada de Daniel Berg e Gunnar Vingren no Brasil (1910).
SÍNTESE DO TÓPICO I
O
evangelista é chamado e vocacionado pelo Senhor para ganhar almas.
II. ATRIBUTOS DE UM EVANGELISTA
O
ministério do evangelismo requer algumas características especificas no
exercício da sua função.
1. Amor às almas.
a. O apóstolo Paulo era alguém apaixonado pelas vidas; ele
sofria como a mãe que sofre para gerar um filho. Seu desejo era formar Cristo
nas pessoas (Gl 4.19).
b. Tudo na vida de Paulo era um meio; o fim era a proclamação
do evangelho:
“Porque,
embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número
possível de pessoas – 1 Coríntios 9:14 (NVI)
c. Felipe superou as barreiras que fora erigidas pelo judaísmo.
Um estrangeiro poderia converter-se ao judaísmo, mas o etíope, que era eunuco,
não podia participar plenamente da adoração (Dt 23.1).
d. Porém, pelas Escrituras, Felipe sabia que um dia estrangeiros
e eunucos não seriam mais excluídos da comunhão do povo de Deus:
“Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se ao Senhor
venha a dizer: "É certo que o Senhor me excluirá do seu povo". E que
nenhum eunuco se queixe: "Não passo de uma árvore seca". Pois assim
diz o Senhor: "Aos eunucos que guardarem os meus sábados, que escolherem o
que me agrada e se apegarem à minha aliança, a eles darei, dentro de meu templo
e dos seus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas, um nome
eterno, que não será eliminado. E os estrangeiros que se unirem ao Senhor para
servi-lo, para amarem o nome do Senhor e para prestar-lhe culto, todos os que
guardarem o sábado sem profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu
trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. “Seus
holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa
será chamada casa de oração para todos os povos’.” - Isaías 56:3-7 (NVI)
e. O desafio para a evangelização saudável é parar de tentar
reformar as pessoas por meio de regras, em vez de leva-las à cruz.1
f. Mack Stiles conta, em seu livro, Marcas de um evangelista:
“Meu amigo Pete Hise terminou seus estudos no seminário por
trabalhar como garçom no Applebee´s. Todo final de tarde, quando o restaurante
fechava, os garçons se reuniam no bar e tinham cerveja e bate-papo, antes de
voltarem para casa. Pete viu isto como uma oportunidade. Ele perguntou aos rapazes
se queriam ter um estudo bíblico com ele, se ele mesmo trouxesse as Bíblias.
Eles concordaram. Ora, Pete havia assinado no seminário um compromisso de que
se absteria de álcool, mas não havia nada no compromisso dizendo que não
poderia estar com outros que bebiam. Por isso, Pete começou um estudo “Bíblia e
Cerveja”. Nas várias semanas seguintes, à medida que o poder da Palavra operava
nos corações, os garçons começaram a crer em Cristo. Muitos deles. Foi um avivamento
no Applebbe´s.”2
g. Muitos querem reformar as pessoas; ao invés de pregar a
salvação em Jesus Cristo, pregam que elas precisam parar de beber e fumar; não
pregam a salvação pela fé, mas ensinam que é necessário dar o dizimo para serem
prosperas, por exemplo.
h. Pete não fez “não cristãos” a agirem como “cristãos”; a sua
pregação os fez cristãos de verdade e não de fachada, como acontece em sistemas
moralistas.
i. A pregação de William Carey na Índia não girava em torno dos
erros teológicos do hinduísmo, mas na morte e ressurreição de Jesus. Cristo
deve ser o tema de nosso sermão. Nossa apologética deve ser feita com tempero e
mansidão na qual o alvo é a graça de Deus através de Jesus Cristo.
j. Sobre isso, Mack
Stiles diz:
“Nunca use a apologética para vencer um argumento, mas use-a
para lidar com genuínas objeções à fé. Realmente, um tremendo benefício
apologético é fazer uma afirmação (cordial) de que você está ciente do problema
e que faz bom uso de seu intelecto, mas ainda é uma pessoa de fé.”3
2. O conhecimento da Palavra de
Deus.
a. Felipe conhecia as Escrituras; Jesus era o tema do seu sermão
evangelístico:
“Então, Felipe, abrindo
a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.” – Atos 8.35
b. É exigido do evangelista um perfeito manejo da Palavra da
Verdade (2 Tm 2.15) e que esteja pronto para responder, com mansidão e temor, a
razão da sua esperança (1 Pe 3.15).
3. Espiritualidade plena
a. Precisamos do poder de Deus para sermos eficazes na missão
evangelística (At 1.8). Felipe era cheio do Espírito Santo (At 6. 2-4).
b. O poder do alto para é que nos capacitará a proclamar a
Jesus Cristo como único Senhor e Salvador.
c. Porém, não podemos cair na soberba quando atingirmos nossos
objetivos evangelísticos (como muitos fazem). (Confira o artigo “Do que pode se gloriar um servo inutil” que escrevi há algum tempo).
“Mas esmurro o meu corpo
e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo
não venha a ser reprovado.” – 1 Co 9.27
d. Não faça cálculos (Davi foi disciplinado por realizar o censo),
ganhe vidas:
“Quem salva um vida, salva o mundo inteiro.” – Declaração do
protagonista do Filme, a Lista de Schindler
d. Disponibilidade.
a. Mesmo casado, Felipe era alguém disponível. Ele esteve em
quatro lugares diferentes: 1) Samaria, Gaza, Azoto e Cesareia.
b. Ele evangelizou coletivamente e também individualmente.
c. Porém, há um alerta a ser feito. Felipe não descuidou de sua
família. A Bíblia diz que aquele que não cuida dos seus, especialmente dos de
sua família, tem negado a fé e é pior que um descrente (1 Tm 5.8).
d. Certamente, Felipe, era mais livre devido ao fato da sua
família já ser convertida ao Senhor (ele tinha quatro filhas que eram
profetizas At 21.8,9).
e. Muita gente deseja ser missionário na África, porém não
cumprimenta nem o vizinho. Difícil!
SÍNTESE DO TÓPICO II
O
evangelista possui alguns atributos que lhes são concedidos por Deus.
III. O TRABALHO DE UM EVANGELISTA
O
evangelista precisa de algumas habilidades básicas para ser eficaz na sua
missão: 1) Proclamação do evangelho
(pregar a fé); 2) Apologia da fé
cristão (defender a fé); 3) e a
integração do novo convertido (consolidar a fé).
1. Proclamação
do Evangelho.
a.
A mensagem do evangelismo é Cristo, e este crucificado (1 Co 2.2).
b.
Paulo afirma que a mensagem que foi confiada ao pregador, que é um “embaixador
de Cristo”, consiste em dizer aos homens que “se reconciliem com Deus.4
c.
John stott declara: “Não pode haver evangelização sem evangelho uma vez que a
evangelização cristã pressupõe as boas novas de Jesus Cristo. A evangelização
eficaz se torna possível apenas quando a igreja recupera o evangelho bíblico e
a confiança em sua verdade, relevância e poder”.5
2. Apologia da
fé cristã.
a. Todo
evangelista precisa ter base suficientes para defender a fé. E isso não importa
o lugar e com quer que esteja (Fp 1.15,16, Paulo diante das autoridades).
b.
Paulo nunca se “engasgou” diante de ninguém ao anunciar a Cristo ou na defesa da
fé. Ele fez isso diante de Festo (At 25 – 26) e diante dos filósofos atenienses
(At 17). Há muita sabedoria na abordagem de Paulo nestes dois discursos.
c.
Precisamos estudar, se preparar e confiar o nosso trabalho ao Espírito Santo.
Jesus nos mandou pregar, e não salvar.
3. Integração
do novo convertido.
a. Não
basta ter apenas evangelismo; é necessário que tenha pedagogia; o novo convertido
precisa ser discipulado para consolidar a sua fé, para que não se desvie da
caminhada proposta pelo Senhor Jesus (Hb 12.1).
b.
É grande a rotatividade de pessoas em igrejas que são fortes no evangelismo,
porém fracas na pedagogia. Nossos frutos devem permanecer (Jo 15.16).
c.
O novo convertido, portanto, deve ser evangelizado, acolhido e ensinado.
SÍNTESE DO TÓPICO III
O
evangelista tem como função proclamar o evangelho.
CONCLUSÃO
1.
Um evangelista é um ganhador de almas.
2.
Atributos de um evangelista:
ü Amor
às almas
ü Conhecimento
da Palavra de Deus.
ü Espiritualidade
plena
ü Disponibilidade
ü Fé
ü Perseverança
ü Ser
chamado por Deus
3. Felipe
se destacou como o maior evangelista da igreja primitiva; ele rompeu barreiras
sociais e teológicas para cumprir aquilo que lhe fora proposto.
4.
Estejamos, portanto, preparados, pois Deus é quem efetua o querer e o realizar
conforme a sua boa vontade (Fp 2.13).
5.
Obedeçamos o Ide do Senhor, pois como disse C. S. Lewis: “Ir, faz o caminho”!
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
Aula
ministrada na ICT – J - dia 24/07/2016
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Notas
e citações:
1 STILES, Mack. Marcas
de um evangelista; p. 49
2 Ibid, p. 49-50.
3 Ibid, p. 137
4 LLOYD-JONES, D. Martyn. Pregação e
Pregadores; p. 31
5 LOPES, Hernandes Dias. Atos,
A ação do Espírito Santo na vida da igreja; p. 172
Referências
bibliográficas:
Escola Bíblica dominical. O
desafio da evangelização. 3º trimestre de 2016; CPAD; lição 4.
LOPES, Hernandes Dias. Atos,
A ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo, SP; Hagnos, 2012.
CARSON, D.A. Comentário Bíblico Vida Nova. Vida
Nova, 2012. São Paulo, SP