Escola
Bíblica Dominical – 20 de Dezembro de
2015 | Lição 12
Texto Áureo: Gn
21.6
Verdade prática:
A promessa divina, ainda que pareça tardia, sempre nos sorri no momento certo e
na estação apropriada.
Leitura bíblica em classe:
Gênesis 21. 1-8.
Explicação do texto:
a.
Deus tinha feito uma promessa A Abrão, que lhe daria um filho pelo qual todas
as nações seriam benditas.
b.
Abrão, entretanto, influenciado pela ansiedade da sua esposa, a pedido de Sara
tomou por “mulher” sua concubina Agar; esta gerou Ismael.
c.
Senhor, porém, advertiu que a “descendência”, no entanto, viria de Isaque e não
de Ismael.
d.
Depois de um tempo, Sara ficou grávida e deu a Abraão Isaque.
e.
Sara jubilou-se e expressou sua gratidão com “aquilo que viria a ser o
significado” de Isaque: “Deus me deu
motivo de riso”.
f.
O menino cresceu e, certo dia, Deus “prova Abraão” (Gn 22.1). O Senhor pede a
ele o sacrifício do seu filho, do seu único filho.
g.
Abraão obedece ao mandato de Deus; no momento que ele ia consumar o fato um
anjo do Senhor o interrompe dizendo para não mais continuar.
REFLEXÃO E OBJETIVO DA
AULA: 1) Conhecer
a promessa de Deus a Abraão 2) Saber que Isaque era o bem mais
precioso de Abraão 3) Mostrar como
se deu o casamento de Isaque com Rebeca 4)
Compreender que Isaque era o filho bendito que o Senhor que o Senhor havia
prometido.
INTRODUÇÃO:
a.
Já haviam se passado 24 anos desde que Abraão saíra d Ur dos Caldeus (cidade
extremamente requintada).
b.
Ur era uma cidade antiga (já na época de Abraão), fundada pelos sumérios
muitos séculos antes. Era o auge da civilização (comparada hoje a Londres, Nova
Iorque, São Paulo)
c.
Por que Deus esperou tanto tempo?
d.
Abraão tinha cem anos de idade, e Sara, noventa. Tal situação seria impossível
se ser concebido humanamente falando.
e.
Casos assim, extraordinários, muitas vezes dizem que Deus fará grandes coisas
por meio destes filhos, como é o caso de Rebeca, Raquel, a mãe de Sansão e Ana.
f.
Esses nascimentos são considerados precursores do mais miraculoso e importante
nascimento da história, a saber, o nascimento de Jesus que se originara de uma
virgem (este é evento é lembrado até os dias de hoje quando comemoramos o
natal).
“Toda
criança quer ser homem. Todo homem quer ser rei. Todo rei quer ser Deus. Só
Deus quis ser [uma] criança” – Leonardo Boff (OBS: não concordo com a ideologia marxista de
Leonardo Boff, mas a frase é verdadeira e digna de ser citada)
g.
Deus sempre surpreende; da tristeza de Sara, Deus fez rir.
h.
O nosso problema é que achamos que Deus só age e responde de um jeito, o
lógico. Às vezes oramos por algo, e tudo piora, mas é ação de Deus em nós e não
por nós.
“Um
principio fundamental da vida e do andar da fé consiste em estarmos sempre
preparados para o inesperado quando estamos tratando com Deus”1. D.
Martyn Lloyd-Jones
i.
Foi por meios “impossíveis” (aos homens) que Deus cumpriu a promessa e Sara no
devido tempo deu a luz: nasce Isaque, o “sorriso de uma promessa”.
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO.
A
promessa ao nascimento de Isaque, passou-se um ano (Gn 18.10).
1.
O
nascimento do “riso”.
a.
Isaque nasce exatamente no tempo que Deus determinou: “O menino nasceu no tempo que Deus havia
marcado” (Gn 21.2 NTLH).
b. Isaque nasceu para perpetuar a linhagem da qual viria o
Messias, Jesus, o Cristo de Deus.
c. Tudo está sob a providencia de Deus, pois Ele é o Senhor da
história e sob ela. Tudo ocorre de acordo com o “conselho de sua vontade” (Ef
1.11).
d. Assim como foi com Isaque, o mais importante, entretanto,
aconteceu com Jesus Cristo; nem antes – nem depois -, mas na “plenitude do
tempo” Deus enviou Seu Filho ao mundo (Gl 4.4).
e. O plural inesperado (Gn 21.2) “filhos” (já que Sara daria
apenas um filho a Abraão) implica que ela está olhando para além de Isaque,
para sua descendência que se destina a abençoar a terra:
“Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos?” – Gn 21.7
2. Isaque e Ismael.
a.
Ismael era filho da carne (v.16), e Isaque era filho da promessa, nascido de
forma milagrosa.
b.
Sempre haverá conflito entre a carne e o Espírito, a antiga natureza e a nova
natureza (Gl 5. 16-24).
c.
Houve um desarranjo entre Sara e Agar por conta de seus filhos, contudo, nada
que não estivesse assistido pela Soberania de Deus.
d.
Ainda que Abraão amasse Ismael e animasse em apoiá-lo (Gn 21.10-11), Deus disse
a ele para escutar sua esposa Sara: “Mande-o embora!”
e.
Deus cuidou do menino e de também de sua mãe Agar. Mas a promessa pertencia a
descendência de Isaque (Gn 21.15-21).
f.
Gálatas 4.21-31 explica que os eventos com Ismael e Isaque são uma alegoria que
simboliza a antiga aliança de Deus com Israel e a nova aliança com a Igreja.
ü Ismael:
nasceu da carne e era filho de uma escrava.
ü Isaque:
nasceu do Espírito e era filho de uma mulher livre por vontade humana.
g.
Esses dois filhos retratam os judeus sob a escravidão da lei e os verdadeiros
cristãos sob a liberdade da graça.
h.
A maneira do homem versus a maneira de Deus:
ü Ismael:
nascido pela vontade do homem.
ü Isaque:
nascido da vontade de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Isaque,
o tão esperado herdeiro, ao nascer encheu o coração dos seus pais de alegria.
II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECISO DE
ABRAÃO
No
monte Moriá, através da provação de Abraão, Deus trouxe dois benéficos de uma
única vez: 1) provou a fé de Abraão
e 2) acrescentou fé no seu filho
Isaque.
“Só
o risco real testa a realidade de uma fé”. – C. S. Lewis
1. A provação das provações.
a. A verdadeira fé sempre é testada, pois apenas por intermédio
do teste descobrimos o tipo de fé que temos.
b. A prova de Abraão, de sacrificar seu filho, não tinha o
intuito fazer Deus conhecer a fidelidade de Abraão, mas para Abraão conhecer a
si mesmo.
c. Agostinho diz que independentemente do que Deus sabia,
Abraão não saberia que sua obediência podia suportar semelhante ordem enquanto
o acontecimento não lhe ensinasse, e não se pode dizer que ele escolheu a
obediência que não sabia que escolheria.
d. As tentações dizem quem somos e no que estamos nos tornando.
e.
Pela fé, Abraão, entretanto, creu na promessa e sabia que Deus, caso deixasse
que o sacrifício fosse consumado, ressuscitaria Isaque (Hb 11.17-19).
2. O encontro de Isaque com Deus.
a. Isaque aprendeu com o Pai. Ele também foi obediente, pois
deixou ser amarrado por Abraão (Gn 22.9). Isaque conhecia o seu pai, pois sabia
que era homem de fé. Certamente a fé do seu pai lhe fortaleceu para que ele
pudesse ter a fé em Deus.
b. Isaque já não era um bebezinho, mas um jovem ou até mesmo um
home que tem condições de carregar sobre os ombros a lenha para o sacrifício e
fazer perguntas sobre o que estava acontecendo.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Isaque
tornou-se o bem mais precioso de seus pais. Somente Deus deve ter a primazia em
nossos corações.
III. O CASAMENTO DE ISAQUE
Isaque
poderia ter casado com alguma daquelas jovens, porém, ele sabia que as
cananeias eram idólatras. Ele confiou em Deus e sabia que o Senhor lhe proveria
alguém que compartilhasse da mesma fé com o mesmo propósito.
1. Uma esposa
para Isaque.
a.
Abraão não somente cuidou da vida espiritual e material de Isaque, mas orientou
seu servo a escolher uma noiva “idônea” para ele.
b.
Alguns até sugeriram que este ato simboliza a imagem do Pai celestial
escolhendo a noiva (a igreja) para o seu
Filho (Cristo).
c.
O mordomo de Abraão orou a Deus pedindo um sinal:
“Concede
que a jovem a quem eu disser: ‘Por favor, incline o seu cântaro e dê-me de
beber’, e ela me responder: ‘Bebe; também darei água aos teus camelos’, seja
essa a que escolhestes para teu servo Isaque. Saberei assim que foste bondoso
com o meu senhor”. – Gênesis 24.14 (NVI)
d.
Neste ato Rebeca apresenta características de uma moça dedica que ama o Senhor
(Gn 24.45-46)
ü Espiritualidade
ü Gentileza
ü Respeito
ü Disposição
ü Amor
ao trabalho.
e.
Características da mulher virtuosa nos parâmetros de Deus (Pr 31.10-31).
2. O casamento
de Isaque.
a. Rebeca era uma filha obediente e por isso, após ter
conversado com o mordomo de Abraão, foi contar o ocorrido ao seus pais e
familiares (Gn 24.28).
b. Isaque estava no campo, meditando e orando, quando de longe
a vista sua amada (Gn 24.63).
c. Isaque foi consolado por Deus, devido a morte de sua mãe,
através do casamento com Rebeca (Gn 24.67).
3. Os filhos
que não vinham.
a. Rebeca, a exemplo de sua sogra Sara, era estéril.
b. Diferente de Abraão que coabitou com Agar para gerar um
herdeiro, Isaque buscou a ajuda de Deus: Ele orou “insistentemente por sua mulher” (Gn 25.21).
c. Deus nos dá promoessas, contudo, precisamos orar por elas.
Certa vez, o príncipe dos pregadores C. H. Spurgeon, disse: “Quando Deus quer fazer algo na terra Ele
convoca o seu povo a orar”.
d. Isaque casou-se com 40 anos (Gn 25.20) e foi pai aos 60 anos
(Gn 25.26). Ele orou debaixo de uma promessa por 20 anos mesmo sabendo que Deus
jamais retrocederia naquilo que Ele já tinha designado.
e. Deus, então, lhe deus dois filhos: Esaú e Jacó.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus,
ouviu o clamor do servo de Abraão e providenciou uma noiva para Isaque.
IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
Isaque
era considerado pelos reis de Canaã um príncipe de Deus.
1. Príncipe de
Deus.
a.
Abimeleque, rei de Gerar, temeu Isaque e o mandou embora daquela terra (Gn
26.16)
b.
O rei, então pediu-lhe que fizesse uma aliança com ele, chamando-o “Bendito do
Senhor” (Gn 26.29).
c.
Essa afirmação valida a promessa do Senhor:
“Permaneça
nesta terra mais um pouco, e eu estarei com você e o abençoarei. Porque a você e
a seus descendentes darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz
a seu pai, Abraão. Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do
céu e lhes darei todas estas terras; e por meio da sua descendência todos os
povos da terra serão abençoados”. – Gênesis 26. 3,4 (NVI)
2. Profeta de
Deus.
a.
Deus escolheu Jacó e rejeitou Esaú. Pela lógica deveria ter acontecido o
contrário, mas Soberanamente, Deus, assim quis.
b.
Isaque depois de ter sido enganado, como já tinha abençoado Jacó, não poderia
retroceder naquilo que ele tinha profetizado (Gn 27.37).
c.
Jacó não tinha nada em si mesmo de digno para ser escolhido; mas Deus
Soberanamente o escolheu. Não houve nenhum “porque” para Deus escolher Jacó e
rejeitar Esaú. Tudo foi de acordo com o “conselho de sua vontade”.
Ler com a classe de Romanos
9.10-16:
“E
esse não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai,
nosso pai Isaque. Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer
coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição
permanecesse, não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: “O mais
velho servirá ao mais novo”. Como está escrito: “Amei Jacó, mas rejeitei Esaú”.
E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! Pois ele diz a
Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei
compaixão de quem eu quiser ter compaixão” Portanto, isso não depende do desejo
ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus”. – Romanos 9. 10-16 (NVI)
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Isaque
foi o filho bendito de Abraão. Deus era com ele e o abençoou sobremaneira.
CONCLUSÃO
1.
Essa história maravilhosa que estudamos nos encoraja a confiar em Deus o tempo
todo, sabendo que Ele é o Senhor da história.
2.
Aprendemos que Deus é misericordioso, pois Ele não leva em conta as folhas
“daquele em que o coração não é hipócrita” (Sl 32.1-2).
3.
Que nós possamos, nos tempos de crise e de incertezas, fazer como fez Davi que
se “reanimou no Senhor o seu Deus” (1 Sm 30.6).
4.
Não percamos o propósito de Deus, mas andemos, portanto, não por vista, mas pela
fé, sabendo que Ele é poderoso e fará infinitamente mais daquilo que pedimos ou
pensamos segundo o Seu poder em que nós opera.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
Aula ministrada na ICTJ dia 20/12/2015
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Notas:
1 LLOYD-JONES,D. Martyn. Do Temor à Fé, p.18.
Referências
bibliográficas:
Escola Bíblica dominical. O
começo de todas as coisas. 4º trimestre de 2015; CPAD; lição 12.
WIERSBE, W. Warren. Comentário
Bíblico do Antigo testamento. Santo André, SP; Geográfica editora, 2009.
LONGMAN III, Tremper. Como
ler Gênesis. São Paulo, SP; Vida Nova, 2009.
BRUCE, K. Waltke & FREDERICKS, J.
Cathi. Comentário do Antigo Testamento, Gênesis. São Paulo, SP;
Editora Cultura Cristã, 2010.
LEWIS, C.S. O
problema do Sofrimento. Editora Vida, 2009. São Paulo, SP