Escola
Bíblica Dominical – 08 de Novembro de
2015 | Lição 06
Texto Áureo: Gn
6.5
Explicação do texto:
a.
Logo após o relato do homicídio de Caim para com o seu irmão Abel, a Bíblia
lista a descendência ímpia de Caim qual Lameque se encontra.
b.
O texto narra a sua perversidade moral (casamento polígamo) e o seu cruel homicídio
(assassinato de um homem e de um menino).
Verdade prática:
O mundo de Lameque em nada diferia do nosso; resistindo à graça de Deus,
entregaram-se à devassidão, à violência e à resistência ao Espírito Santo.
Leitura bíblica em classe:
Gênesis 6. 1-8
Reflexão e objetivo da aula:
1) Explicar a maravilha que era o
mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as pessoas; 2) Compreender como o pecado se
espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado; 3)Explicar que o mundo depravado estava condenado à destruição.
INTRODUÇÃO:
I.
A prostituição sagrada ou cultural é vista aqui como o apogeu do pecado, numa
sequencia de acontecimentos que teve inicio quando Adão comeu o fruto proibido,
continuou com Caim assassinando o irmão e com a vingança desmedida de Lameque.
a.
Lameque: descendente de Caim; primeiro polígamo da história; vendo que Ada e
Zilá eram mulheres atraentes, atraído por elas, ao invés de uma, casou-se com
as duas.
b.
Lameque era sanguinário; sabendo do castigo de Deus a respeito do homicídio,
deliberadamente, zombando da justiça de Deus, Lameque matou um homem porque este
tinha o ferido e também um menino porque havia o machucado.
c.
Este é o mundo de Lameque; imoral, corrupto e cruel; este sistema está entre
nós; nós vamos isso estudar este contexto na aula de hoje.
I. UM MUNDO MARAVILHOSO.
Mesmo
com a queda, o mundo antediluviano (antes do dilúvio) era farto e pródigo,
entretanto, não perfeito (correção revista: “ecologia
perfeita”).
1.
Fartura
de pão.
a.
O homem só passou a comer carne após o dilúvio e não antes:
“Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês:
os animais selvagens, as aves do céu, as criaturas que se movem rente ao chão e
os peixes do mar; eles estão entregues em suas mãos. Tudo o que vive e se move
lhes servirá de alimento. Assim como lhes dei os vegetais, AGORA lhes dou todas
as coisas”. – Gênesis 9.2-3 (NVI)
b. Muita coisa se perdeu com o dilúvio; os registros
paleontológicos (estudo dos fósseis) traz evidencias que tanto a flora (estudo
das plantas), como a fauna (estudo dos animais) pré-diluvianas, eram abundantes.
c. Algumas espécies de animais e plantas encontram-se extintas.
2. Saúde perfeita.
Além
das consequências do pecado no que concerne o decreto de Deus “no dia em que dela comeres, certamente
morrerás!”; o fato do homem ter desobedecido trouxe consequências no seu
físico e abalou o cosmo.
a.
Os homens viviam em médio 900 anos antes do dilúvio.
b.
A longevidade de Adão à Noé era extensa.
c.
Quem lê os textos superficialmente pensa que foi por causa de Noé que a raça
humana foi afetada; entretanto, o que aconteceu é que, muita coisa se perdeu
com o dilúvio e a vida já não era a mesma antes dele.
Ø Noé
morreu com 950 anos (Gn 9.29)
Ø Abraão
morreu com 175 anos (Gn 25.7).
Ø José
morreu com 110 anos (Gn 50.26).
3. Beleza perfeita.
O
povo tinha uma beleza singular; ainda que o problema estivesse no coração do
homem, a beleza despertou a cobiça que já havia no homem, o que fomentou a
poligamia.
a.
Um povo hedonista: O prazer era o
bem supremo. Não importava como; o que importava era ser feliz; essa era a
filosofia do povo.
b.
O povo era abastado de comida e bebida; havia mulheres atraentes por todos os
lados.
c.
Pecamos mais na abundância do que na escassez.
4. Tecnologia avançada.
a.
Tubalcaim (filho de Lameque) era mestre habilidoso de toda obra de cobre e de
ferro (Gn 4.22).
b.
O homem pré-diluviano era muito mais sábio do que a geração de hoje (mesmo com
toda tecnologia).
c.
Eles viviam centenas de anos e por isso conseguiam acumular mais informações e experiências.
Nota:
Uma
pessoa que não tivesse conhecimento tecnológico não sabedoria como extrair o
ferro do minério de ferro. O processo químico não é tão simples assim, e é
conhecido como smelter. (...). Tubalcaim
sabia o que era minério de ferro e como extrair o ferro dele 1.
d.
A geração da época tinha um alto grau de conhecimento tecnológico. (Leitura com
a classe: Gn 4).
Ø Havia
cidades (Gn 4.17)
Ø Agropecuária
(Gn 4.20).
Ø Entretenimento
em forma de instrumentos (Gn 4.21).
Ø Tecnologia
em forma de mineração, siderurgia, metalurgia e processos manufaturados (Gn
4.22).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Apesar
da queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
a.
O mundo de Lameque era ingrato e cruel. Seus pecados eram hediondos e
abomináveis.
1. Devassidão sexual.
a. A exemplo de Lameque, dominado pela cobiça, a sociedade da
época estava entregue a suas paixões. Não havia limites para a maldade.
b. Até a descendência piedosa de Sete se corrompeu.
“Os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram
bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram”. – Gênesis 6.2 (NVI)
c. Quem são os “filhos de Deus” que o texto menciona? Há pelo
menos três interpretações:
1. Que esses filhos de Deus sejam anjos (Sl 29.1) que não
guardaram o seu estado original (1 Pe 3. 19,20).
“No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há
muito tempo desobedeceram , quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé,
enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito,
foram salvas por meio da água”. – 1 Pedro 3. 19-20 (NVI)
Nota: Quem era os Nefilins (filhos gerados do relacionamento entre
os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens”)? A Bíblia de estudo NVI (Nova
Versão Internacional) diz que eram “pessoas
de grande porte e força (Nm 13. 31-33). A palavra hebraica significa ‘caídos’.
Aos olhos dos homens, eram os heróis da antiguidade, homens famosos, mas aos
olhos de Deus eram pecadores (caídos) prontos para a condenação”.
Os defensores desta linha de pensamento refutam os que assim
discordam usando o texto de Lc 20.27-40 quais afirmam que os anjos são
assexuados, dizendo que o texto não menciona que eles “são assexuados”, mas que
“apenas não se casam”.
Eles defendem a sua tese a luz de Jd 1. 6, que diz:
“E aos anjos que não conservaram seus posições de autoridade
mas abandonaram sua própria morada, ele os tem guardo em trevas, presos com
correntes eternas para o juízo do grande Dia”. - Judas 1.6 (NVI)
Por
fim, esta posição foi mantida na literatura apocalítica, no judaísmo rabínico e
pelos pais da igreja primitiva.
2.
Há outra linha de pensamento que acredita que os “filhos de Deus” eram
descendentes da linhagem de Sete, mas que, alguns deles foram tomados e controlados
pelos anjos apostatas, e permitiram acesso aos demônios vindo a sucumbir a
oferta das “filhas dos homens”.
3.
A grande maioria dos teólogos cristãos ortodoxo acredita que esses eram homens
da descendência de Sete. Essa posição foi endossada pelos reformadores João
Calvino e Martinho Lutero. (essa também é minha posição).
Nota:
Sustento minha posição com base no verso 3 que diz: “Então disse o Senhor: ‘Por causa da perversidade do homem, meu
Espírito não contenderá com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte
anos’”.
Ou
seja, deste relacionamento misto, a linhagem ímpia multiplicou-se e por isso a
maldade se alastrou não havendo mais referência do que é santo. Deus, por isso,
decidiu exterminar a raça preservando Noé
e sua família, pois Noé era justo e andava com Deus. O juízo aqui é aplicado a
homens e não a anjos.
2. Violência sem limites.
Os homens eram implicáveis (ilustrar um homem implacável)
a. Nosso tempo não é diferente e a escritura nos informa que a
tendência é piorar.
“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos,
desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família,
irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem,
traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de
Deus”. – 2 Timóteo 3.1-4 (NVI)
3. Resistência à graça divina.
a. Deus insistiu com aquela geração, porém a longanimidade de
Deus deu lugar ao juízo e por isso:
“Então
disse o Senhor: ‘Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não
contenderá com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte anos’”. – Gênesis
6.3 (NVI)
b. O pensamento
arminiano, o homem pode resistir a graça de Deus; ou seja, segundo os
teólogos arminianos, “Deus endureceu o coração de faraó porque primeiro o faraó
endureceu o coração para Deus” (Ex 8.15).
“Mas quando o faraó
percebeu que houve alívio percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração
e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o Senhor tinha dito”. –
Êxodo 8.15 (NVI)
c. Já o pensamento
calvinista reformado diz que o homem não consegue resistir a graça de Deus.
Assim como foi com o apóstolo Paulo, o homem pode resisti-la por algum tempo,
mas por meio de “aguilhões”, Deus amansa nossa carne, interferindo eficazmente
levando, por meio do Espírito Santo, o homem ao convencimento do pecado, da
justiça e do juízo.
A linha calvinista entende que foi “Deus quem endureceu o
coração do faraó”.
“Eu, porém, farei o
coração do faraó resistir; e, embora multiplique meus sinais e maravilhas
no Egito, ele não os ouvirá”. – Êxodo 7. 3, 4a (NVI)
O texto áureo dos calvinistas para fundamentar o seu
posicionamento concernente ao assunto, é o de Romanos 9.17-18 que diz:
“Pois e Escritura diz
ao faraó: ‘Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu
poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda terra’. Portanto, Deus tem
misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer”. – Romanos 9. 17-18
(NVI)
e. Concernente a aparente contradição, o problema se encontra
não na Bíblia, mas em nossa mente finita qual não consegue entender os textos
de forma plena.
f. O fato é que os autores inspirados pelo Espírito Santo não
estavam nem aí para “essa briga” qual viria ocorrer, e que, por isso,
livremente, escreveram desta forma.
g. Deus é Soberano e nós temos responsabilidades. Exemplos:
Ø Responsabilidade
do homem: (Lc 13. 34-35: Lamento de Jesus
por Jerusalém)
Ø Soberania de Deus: (Mc 4. 11-12: Jesus citando Isaías 6.9-10).
“Ele lhes disse: ‘A
vocês foi dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão fora tudo é dito
por parábolas, a fim de que, ‘ainda que vejam, não percebam, ainda que ouçam,
não entendam; de outro modo, poderiam converter-se e ser perdoados’!” – Marcos
4. 11-12 (NVI)
SÍNTESE DO TÓPICO II
A
maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO.
Noé
foi pregador na sua época; porém não foi ouvido. Diferente dos ninivitas que
deram ouvidos à pregação de Jonas (1 Pe 3.20), o povo de sua época rejeitou sua
mensagem.
Quando o homem é de dura cerviz, Deus retira a Sua Palavra do
meio do povo:
“E o que a Escritura é considerado como pior flagelo de Deus
e como sinal de sua ira é que Ele retire Sua Palavra dos homens”. – Martinho
Lutero (A liberdade do cristão; documento elaborado por Lutero dirigido ao papa
a fim de expor sua doutrina e visão acerca da justificação pela fé).
1. Pregação de
Noé.
a.
O longo e penoso ministério de Noé (2 Pe 2.5).
b.
Noé pregou com palavras, mas acima de tudo, com atitudes, a saber, construiu a
arca. Em 120 anos de exposição apenas oito pessoas, contando com ele, foram
salvas.
2. Uma geração corrompida.
a. Deus, por amor ao seu povo, incluindo nós que aqui estamos,
teve que eliminar toda aquela civilização.
b. Certamente não estaríamos aqui se esta geração não fosse
destruída.
“Deus disse a Noé: "Darei fim a todos os seres humanos,
porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei
juntamente com a terra”. – Gênesis 6.13 (NVI)
c. Hoje, porém, não é diferente. A Escritura diz que por se
multiplicar a iniquidade o amor de muitos se esfriaria (Mt 24.12).
d. Os homens comem, bebem e se entregam ao sexo desenfreado
como se Deus não existisse e como se não houvesse amanhã. O tolo vive desta
forma (Sl 14.1).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O
mundo de Lameque estava condenado a destruição.
CONCLUSÃO
1.
Nossa função é pregar o evangelho e confirmar nossa fé através das boas obras
(para que o mundo as veja e glorifique o Pai que está nos Céus).
2.
O fato do mundo não estar conformado conosco, zombando e escarnecendo da nossa
mensagem, se encontra em que nós, primeiramente, não estamos conformados com o
ele (Rm 12.1-2).
3.
Sejamos, portanto, como Noé.
“Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele
andava com Deus”. – Gênesis 6.9 (NVI)
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
Aula ministrada na ICTJ dia 08/11/2015
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Notas:
1 LOURENÇO, Adauto. Gênesis 1 & 2, a mão de Deus na
criação, p.48.
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Referências
bibliográficas:
Escola Bíblica dominical. O
começo de todas as coisas. 4º trimestre de 2015; CPAD; lição 06.
LOURENÇO, Adauto. Gênesis
1 & 2, a mão de Deus na criação. São José dos Campos, SP; Editora Fiel,
2011.
LONGMAN III, Tremper. Como
ler Gênesis. São Paulo, SP; Vida Nova, 2009.
BRUCE, K. Waltke & FREDERICKS, J. Cathi.
Comentário
do Antigo Testamento, Gênesis. São Paulo, SP; Editora Cultura Cristã, 2010.
CARSON, D.A. Comentário
Bíblico Vida Nova. Vida Nova, 2012. São Paulo, SP