Escola Bíblica Dominical – 07 de junho de 2015 | Lição 10
Texto Áureo:
Lc 18.24
Verdade
prática: As Escrituras não condenam
a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado.
Leitura
bíblica em classe: Lc 18.18-24
Reflexão e
objetivo da aula: “Qual o estilo
de vida que o cristão deve ter à luz desse texto”?
INTRODUÇÃO:
a. A Bíblia nos alerta no que concerne ao uso do
dinheiro e aquisição das riquezas.
b. Os primeiros líderes cristãos desestimulavam o
consumo de bens.
c. O secularismo materialista fomenta o acumulo de
bens.
O contexto
de Jesus concernente as riquezas e os bens materiais.
Ø No judaísmo a riqueza era considerada uma “dupla
bênção”. Os religiosos abençoavam não somente para ajudar o seu próximo, mas
para conseguir méritos por meio deles, ou seja, o pobre era “um meio”.
Ø Jesus nos seus ensinos fez sérias advertências a
respeito desta atitude: “prática da justiça a vista dos homens” (Mt 6.1); “como
deve se dar esmolas” (Mt 6. 2-4); “juntar tesouros no céus e somente de lá
receber os elogios” (Mt 6.19-21).
I. O
DINHEIRO, BENS E POSSES.
1. Perspectiva secular.
a. Perspectiva materialista.
Ø O jovem rico, ainda que com a aparência de piedade,
era materialista.
Ø Ele tinha interesse na vida eterna, mas a vida
eterna ainda não era a sua prioridade.
Ø Ele amava suas riquezas mais do que a vida eterna.
b. O dinheiro
nos escraviza numa “falsa segurança”, nos dá “amigos falsos” e compra um “poder
que não existe”.
“Muitas pessoas gastam o dinheiro que não ganharam, para
comprar coisas que não querem, para impressionar pessoas de quem elas não
gostam”. – Will
Rogers
2. Perspectiva
cristã.
“O
dinheiro será um excelente servo, mas ele nunca será um bom patrão”. – Paulo Romeiro
a. Nosso Pai sabe do que precisamos antes mesmo de pedir:
“Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘que vamos
comer?’ ou ‘que vamos beber?’ ou ‘o que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que
correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas”.
– Mt 6. 31-32 (NVI)
b. Quando o reino é prioridade, as coisas essências
são acrescentadas.
“Se
você ler a história, descobrirá que os crentes que mais realizaram neste mundo
foram exatamente aqueles que pensavam mais no mundo por vir”. – C. S. Lewis
Acrescentado...
“É
pelo fato dos crentes terem deixado de pensar no outro mundo que se tornaram
ineficazes neste mundo”. – C. S.
Lewis
SÍNTESE DO
TÓPICO I
Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um
elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem
coexistir.
II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO
DE JESUS.
1. Ricos
e pobres.
a. As
divisões das classes na época:
Ø Ricos:
Sacerdotes comerciantes da fé.
Ø Herodianos:
Não era uma seita, mas um partido político que apoiava a dinastia de Herodes.
Eram Judeus de nascimento, mas de crença pagã.
Ø Aristocracia judaica: Enriqueciam-se à custa de impostos de suas propriedades e do seu
comércio.
Ø Judeus comerciantes: Embora não possuíssem herdades, tinham uma participação ativa na vida
econômica da nação.
b. No extremo
oposto vinham os pobres.
Ø Apelidados por “povo da terra” (Lc
21. 1-4).
Ø Eram oprimidos pelos ricos (Tg
2.6).
2. Generosidade
e propriedade.
a. Os “ricos
generosos” era estimados por todos.
b. Entretanto,
a grande parte usava-se do pobre para alcançar méritos diante dos homens. Por
isso disse Jesus:
"Portanto, quando você
der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas
e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já
receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, que a sua mão
esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que você preste a sua
ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o
recompensará". – Mt 6. 2-4 (NVI)
c. Por que
“quão difícil é entrar no Reino de Deus aqueles que possuem riquezas (Lc
10.23)?
Ø A riqueza não corrompe o pecador,
mas o seu perigo está em corromper o homem bom.
Ø Geralmente os que possuem muito
dinheiro colocam sua confiança nelas, e não em Deus.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
No judaísmo do templo de Jesus havia dois grupos
sociais, os ricos e os pobres; a ideia era de que os ricos prosperavam porque
tinham o favor de Deus.
III. DINHEIRO,
BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS.
1. Jesus alertou sobre os perigos da riqueza.
a. A divergência no ensino de Jesus para com o dos
rabinos:
Ø A riqueza para Jesus nada dizia acerca da condição
espiritual do homem.
“Então lhes disse: ‘Cuidado!
Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não
consiste na quantidade dos seus bens’". – Lc 12.15 (NVI)
Ø Muito mais do que a pobreza,
Jesus fez sérias advertências a respeito dos perigos da riqueza (Lc 16.13)
2. Jesus ensinou a confiança em Deus.
a. A riqueza não é um mal em si:
“Ordene-lhes que pratiquem o
bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma,
eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que
há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida”. – 1 Tm 6.18-19 (NVI)
“O problema da teologia da prosperidade não é a prosperidade,
mas a teologia”. – Paulo Romeiro
b. O que é
hoje proposto nas igrejas que pregam a teologia da prosperidade nunca foi
prometido por Jesus, por isso “há muitos decepcionados com a graça”.
c. O ensino
de Cristo é para nos exercitamos em generosidade para abater a avareza.
d. Deus
sempre nos tirará de nossa “segurança equivocada” para confiar somente Nele
como provedor:
“Ordene aos que são ricos no
presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza
da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa
satisfação”. – 1 Tm 6.17 (NVI)
SÍNTESE DO
TÓPICO III
Jesus ensinou sobre o dinheiro e alertou sobre o
seu perigo. Por isso, os discípulos deviam colocar a sua confiança em Deus.
IV. DINHEIRO,
BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ.
1. Avaliando a intenção do coração.
a. Avareza é
idolatria (Cl 3.3).
b. Os judeus tinham o exercício da
caridade para não cair nesta idolatria.
c. Mas caiam no erro de gloriar de
suas “boas-obras”, por isso disse o Senhor:
“Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba
o que está fazendo a direita”. – Mt 6.3 (NVI)
d. O caso de Maria em Betânia é um exemplo positivo de
“boa-ação” acompanhada da motivação correta (Lc 7. 36-50).
2. Entesourando no céu.
a. Mordomia: Mordomo
é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não lhe pertencem, mas
ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu legitimo dono.
b. Com a queda, tudo se corrompeu.
“Há
pecado em nossa santidade”. C. H. Spurgeon
c. Toda riqueza, com a queda, ainda que seja ganha de
forma lícita, para Deus, é iníqua.
“Por isso, eu lhes digo: usem
a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela
acabar, estes os recebam nas moradas eternas”. – Lc 16.9 (NVI)
SÍNTESE DO
TÓPICO IV
Jesus ensinou a respeito do uso correto do
dinheiro, mostrando o cuidado que devemos ter com a avareza.
CONCLUSÃO
1. O dinheiro não é neutro, pois “não leva desaforo”.
O dinheiro é um Deus.
2. Você pode usá-lo para o bem ou para o mal.
3. Nada é nosso; o mordomo precisa ser fiel.
"O amor ao dinheiro, ocultamente no coração, é o bastante para
levar um indivíduo, que em outros aspectos possui moralidade e irrepreensão, ao
abismo do inferno". - J. C. Ryle
4. Seja fiel no pouco e no muito você será colocado.
"Talvez não seja a vontade de Deus que sejamos
ricos, mas é a vontade dEle que sejamos santos". - Thomas Watson
Soli
Deo Gloria!
Fabio
Campos
Aula
ministrada na ICTJ dia 07/06/2015
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Referências bibliográficas:
Escola Bíblica dominical. Jesus, o homem perfeito. 2º trimestre de 2015; CPAD;
lição 10.
RYLE. J. C. Meditações
no Evangelho de Lucas.
São José dos Campos, SP; Fiel, 2013.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro, RJ; CPAD, 2014.