Por Fabio Campos
Texto
base: “Ó Senhor, Senhor
nosso, quão magnífico em toda terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua
majestade”. – Salmo 8.1 (ARA)
Por estes
dias, voltando do trabalho por volta das 19 hs (o horário de verão favorece isto)
pude contemplar o firmamento e sentir algo diferente no meu espírito. Aquele crepúsculo
me fez louvar o Senhor por Sua Grandeza, e ao mesmo tempo acalmou o meu coração
(consequência de um dia atarefado); o Deus que criou tudo isso com tamanha beleza e
capricho é o mesmo Deus que controla a minha vida. “Logo não há o que temer”, foi a
percepção que me veio.
Quão
é o nosso privilégio em poder contemplar a obra de Deus concomitante a certeza
de comunhão com Aquele que a fez. O grande reformador, João Calvino, disse: “ainda que mesmo a alma dos ímpios seja
forçada a elevar-se até o Criador pela visão da terra e do céu, a fé tem o seu
modo peculiar de atribuir a Deus o pleno louvor da criação. ‘Apenas pela fé
compreendemos que o mundo foi disposto pela palavra der Deus’, pois que, se não
chegamos até sua providencia, por mais que pareçamos compreendê-lo com a mente
e confessá-lo com a língua, não podemos entender o que vai dizer que Deus é
Criador” [Institutas, Ed. UNESP; TOMO
I, p. 184].
Nós
cristão somos a resposta para este mundo louco e maluco qual caminha desesperadamente
rumo a um lugar que não sabe onde se encontra o seu destino. O mundo que está
imerso na angustia, e precisa encontrar em nós a “paz que excede todo o entendimento”. Precisamos de ousadia e dar às
pessoas a “razão da nossa esperança”.
Os
planetas nada mais são que pequenos enfeites da casa de Deus. Do mesmo modo que
você possui enfeites na sua casa, que não tenha outra utilização a não ser
enfeitar, assim são os planetas e o universo que “decoram” o que Deus criou e
aponta para a sua magnitude, como está escrito:
“Os céus declaram a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1 AFC).
Deus se responsabilizou pela sua criação, e devido a queda do
homem, antes da fundação do mundo, “providenciou
o Cordeiro” (Ap 13.8). Com a queda, Deus podia acabar com tudo e com todos,
já que o “pecado trouxe a morte” (Gn 2.16-17). Mas Ele escolheu a vida ainda
que tenha que ter havido a morte. Esta vida estava no Seu Filho (Jo 1.4); em
Cristo, Deus decidiu seguir com a humanidade, por isso é escrito: “... sem ele, nada do
que foi feito se fez” (Jo 1.3).
O salmo [8], escrito por Davi, trata justamente desta
percepção; um Deus tão magnífico, perfeito, zeloso e grande, que fez o universo
empreendendo o “mesmo esforço” que nós ao trocarmos um copo d’água de um lugar
para o outro [Sl 8. 1,3]. Um Deus que não depende da força do homem, mas que prefere
“suscitar força do recém-nascido”;
não através de armas, “mas do louvor” [Sl
8.2]. Davi diante desta grandeza e maravilhado com tudo isso, pergunta: “Que é o homem que dele
te lembres. E o filho do homem, que o visites” (Sl 8.4 ARA)?
Preparei esta mensagem em um lugar que eu gosto muito, que
serve um café maravilhoso. Localiza-se nas redondezas da av. Paulista (coração
financeiro do Brasil). O interessante foi a conversa paralela de dois senhores,
muito bem vestidos, que ocorria ao meu lado. Eu ali pensando nas “verdades
eternas” de Deus e aqueles dois senhores (aparentemente bem sucedidos
financeiramente) desesperados articulando planos para fugir da crise econômica.
Nós temos aquilo que dinheiro nenhum poderá comprar, ou seja, “paz com Deus”. Nós temos uma mensagem!
A grandeza de Deus me deixa perplexo, mas ao mesmo tempo me
acalma. Justamente aquilo que eu não entendo é o que tranquiliza o meu coração.
As coisas que não nos foi reveladas (Dt 29.29), na eternidade, serão as que
mais trarão alegria e gozo, pois "olho
não viu e ouvido não ouviu, e nem o mais sábio pensador conseguiu arrazoar
aquilo que Deus preparou para aqueles que O amam" (1 Co 2.9).
Deus está no controle, amados. Quando você estiver ansioso e desesperançoso,
olhe para o céu, pois o mesmo Deus que fez tudo isso, é Soberano para te fazer “repousar em pastos verdejantes”; Ele é
o nosso Descanso (Mt 11.28-30). Precisamos apenas esperar como esperou o
salmista: “com paciência no Senhor” (Sl
40.1). O desafio para nós, em meio a tudo isso, é contemplar a glória de Deus,
confiar no seu amor e esperar nEle (Jo 13.15). Que nossos pés não resvalem. Simplesmente
“pratiquemos a justiça, amemos a misericórdia, e com Deus andemos humildemente”
(Mq 6.8).
Este Deus tão Maravilhoso e Perfeito trará ao nosso coração a
percepção que transcende aquilo que os nossos olhos permitem visualizar. Deste
modo, então, com toda convicção intelectual seguido da testificação do
Espírito, dizemos:
“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos
os dias da minha vida”. – Salmos 26.6 (AFC)
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
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Sermão ministrado na Igreja Cristã
da Trindade – Jabaquara – em 28.01.2015