Escola
Bíblica Dominical – 22 de Fevereiro de
2015 | Lição 8
Texto Áureo: Ex.
23.7
Verdade prática: Deus
é vida, pois a morte não foi planejada por Ele; isso se comprova no fato de que
o ser humano foi criado para eternidade; mas devido a desobediência, pelo
pecado, chegou a morte.
INTRODUÇÃO:
1. O tema é abrangente
e requer um estudo diligente acerca desta questão, pois há diversas correntes conflitantes
nos corredores teológicos acerca “da guerra” e da “pena capital”.
I. O SEXTO MANDAMENTO
1. Abrangência.
a. Este mandamento está no imperativo, e consiste numa
proibição absoluta.
b. Este mandamento entregue ao povo, através de Moisés, abrange
a “violência” e a crueldade deliberada fruto do coração corrupto do homem.
(Destacar “eutanásia”, “eu” [boa] e thanatos [morte]; seria dar uma “boa morte” aquele que estivesse
sofrendo. Contudo, há uma diferença entre “morrer
misericordiosamente” para “matar
misericordiosamente”.).
c. É importante salientar que o mandamento foi prescrito por
intermédio de Moisés, entretanto, sempre esteve vigorando, pois Deus condenou o
homicídio de Caim contra seu irmão Abel, jurando vingança a qualquer um que
matasse Caim (Gn 4. 8-16).
2. Objetivo.
a. O objetivo principal
pelo qual esta mandamento foi dado por Deus, era para que houvesse reverencia a
respeito da “santidade da vida”.
b. Jesus trouxe mais
luz ainda acerca deste texto, quando Ele diz que “se houver ira contra o irmão,
sem motivo, tal estaria sujeito a julgamento; e que qualquer um que chamar o
seu irmão de tolo, estaria sujeito ao inferno (Mt 5.21-22).
c. O fato de você odiar
o seu irmão já te faz um homicida (1 Jo 3.15).
d. Este mandamento tem
por objetivo “preservar a vida” e fomentar a “paz entre os homens”.
“Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles
que os perseguem,
para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus”. – Mateus 5. 44-45
para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus”. – Mateus 5. 44-45
3. Contexto.
a. Não matarás é uma
lei que está latente no coração de todo homem; repare que todas as civilizações
tem restrições concernente ao homicídio.
b. Código de Hamurabi é
o código de leis qual foi escrito na mesopotâmia em aproximado 1700 a.C.
c. Diferente de todos
os códigos, somente o Pentateuco, possui o selo divino confirmando o mandamento
que fora dado aos homens; entretanto, é fato que, tal mandamento não precisa
ser impresso em cartilhas para se ter a ciência, pois o próprio Deus imprimiu-o
no coração do homem.
“(De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam
naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam
a lei; pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações.
Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os,
ora defendendo-os.)” – Romanos 2. 14-15 (NVI)
II. IMPORTÂNCIA
1. Da vida.
a. Somente Deus tem o direito de tirar a vida de
alguém.
2. Não
matar.
a. O texto proíbe o “assassinato”. Este verbo “ratsach” engloba “matar”, “assassinar”,
“destruir”.
b. A tradução mais precisa do texto seria “não assassinarás” ou
“não cometerás assassinato”.
c. O texto refere-se a proibição do “homicídio premeditado
(doloso)” por uma vingança pessoal.
d. Refere-se também ao “homicídio culposo” (quando não há
intenção de matar).
3. Etimologia.
a. “Cognato” são palavras que possuem, etimologicamente, sua
origem comum. A pronúncia é parecida, porém com algumas adaptações a ortografia
local: ex. ar (Brasil); aire (espanhol); air (francês); air (inglês); aria
(italiano).
b. O termo não aparece quando “matar” se trata de “guerra” ou
“administração de justiça”, seja no contexto judicial ou militar.
c. Alguns estudiosos dizem que este termo aparece somente em Nm
35.30 quando deveria ser aplicada a pena de morte: "Quem matar uma pessoa terá que ser executado como
assassino mediante depoimento de testemunhas”
(Nm 35.30 NVI).
d. Mas o sentido primário do verbo era a ideia de não matar por
vingança.
III. PROCEDIMENTO JURÍDICO
1. Significado
de homicídio.
a. Não há coisa mais horrenda diante de
Deus do que tirar a vida de alguém.
b. Repare que Deus diferencia o crime cometido contra o homem e
contra um animal quando diz: “porque Deus fez o homem segundo a sua imagem” (Gn 9.6b).
2. Homicídio doloso
(Nm 35.16-21).
a. Trata do homicídio deliberado, premeditado,
com dolo, exclusivamente em caráter de vingança ou maldade.
b. Este tipo de homicídio tinha por punição a pena capital.
"Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue
será derramado”. – Gênesis 9.6 (NVI)
3. Homicídio culposo
(Nm 35.22-25).
a. Crime por ocorrência de um acidente de modo involuntário.
b. Nestes casos, a lei preservava o causador deste acidente e o
protegia.
c. O homem era transportado para um cidade de refúgio, criada
justamente para protegê-lo caso cometesse o crime acidental, se houvesse o
desejo de vingança por parte dos familiares.
d. Outro modo também era agarrar-se nas pontas do altar como
foi o caso de Adonias quando Salomão na fúria queria matá-lo (1 Rs 1. 50-51).
e. Esses dois recursos equivalem ao “habeas corpus” concedido
atualmente, ou seja, proteger indivíduos que estão tendo sua liberdade
infringida.
IV. PUNIÇÃO
1. O sangue de Abel.
a. O sangue de Abel representa o sangue de toda sua
descendência.
b. O sangue
de Jesus clama por misericórdia.
“... a Jesus, mediador de uma nova aliança, e ao sangue
aspergido, que fala melhor do que o sangue de Abel“. – Hebreus 12.24 (NVI)
2. O vingador.
a. A lei dava o direito
de vingar o sangue inocente.
“O vingador da vítima matará o assassino; quando o encontrar
o matará”. – Números 35.19 (NVI)
b. Este principio de vingança até hoje é aplicando com base
neste capítulo pelos beduínos (parte de um grupo árabe habitante dos desertos).
c. Jesus mandou substituir a vingança pelo perdão.
"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente
por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na
face direita”. – Mateus 5. 38-39 (NVI)
d. Contudo, o que precisar ficar claro é que Jesus não
recriminou o “uso da espada”
“Ele lhes disse: "Mas agora, se vocês têm bolsa,
levem-na, e também o saco de viagem; e se não têm espada, vendam a sua capa e
comprem uma”. – Lucas 22.36 (NVI)
e. Tirar a vida de alguém em legitima defesa não é considerado
assassinato.
"Se o ladrão que for pego arrombando for ferido e
morrer, quem o feriu não será culpado de homicídio”. – Êxodo 22.2 (NVI)
3. Expiação
pela vida.
a. Homicídio doloso: “vida pela vida” (Ex 35.23)
b. Homicídio culposo: “viver na cidade de refúgio até a troca
do sacerdócio” (Ex 35.25)
INFORMAÇÕES EXTRAS:
1. A complexidade do tema:
“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”. –
Romanos 12.18 (NVI)
2. Deus usa as autoridades
para punir o mal e proteger o bem; a espada não vem em vão.
“Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres
o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e
vingador para castigar o que faz o mal”. – Romanos 13.4 (AFC)
3. Ser pacifico é uma coisa; ser omisso é outra.
“Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem
se enche de planos para fazer o mal”. – Ec 8.11 (NVI)
4. Só quem foi vitima da criminalidade pode emitir um parecer
a respeito.
"Desde que servi na infantaria, durante a
Primeira Guerra Mundial, me desagradam as pessoas que, cercadas de segurança e
conforto, fazem exortações aos homens na frente de batalha". – C. S. Lewis
5. Deus usou a guerra para que menos pessoas pudessem
ser vitima dela.
a. Os governos civis são estabelecidos por Deus para honrar
os que fazem o bem, enquanto satanás desestimula e ataca aqueles que fazem o
bem.
b. Se eu contemplasse um bandido fazendo mal a minha esposa e
aos meus filhos, de alguma forma, tentaria (ainda que pela força física)
impedi-lo de continuar.
“Fiz uma rápida inspeção e imediatamente disse aos nobres,
aos oficiais e ao restante do povo: "Não tenham medo deles. Lembrem-se de
que o Senhor é grande e temível, e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por
suas filhas, por suas mulheres e por suas casas". – Nm 4.14 (NVI)
c. Um grande exemplo disto foi quando Deus levantou Winston
Churchill, primeiro ministro da Inglaterra durante a segunda Guerra Mundial.
d. Em 1940, enquanto Hitler invadia Holanda, Bélgica e
França, numa noite de terror, Churchill disse:
“Quero dizer à Câmara, como disse àqueles que se juntaram a
este governo: ‘Não tenho nada a oferecer além de sangue, trabalho, lágrimas e
suor’. Temos diante de nós uma provação das mais dolorosas. Temos diante de nós
sofrimento. Vocês perguntam: ‘Qual a nossa política’? ‘Eu responderei: É lutar
numa guerra – pelo mar, pela terra, pelo ar – com todo o nosso poder e toda a
força que Deus possa nos dar: lutar numa guerra contra uma soberania
monstruosa, jamais superada no sombrio e lamentável catálogo de crimes humanos.
Essa é nossa política’. Vocês perguntam: ‘Qual é o nosso objetivo’? Posso
responder em uma palavra: vitória – a vitória a qualquer custo, a vitória
apesar de todo o terror; pois sem a vitória não há sobrevivência”.
e. Churchill de forma indireta cumpriu o sexto mandamento:
“não matarás”, pois ele lutou pela vida. Era melhor morrer uma centena de
tiranos do que milhões de inocentes.
CONCLUSÃO
1. A igreja ora e o
estado pune o mal e protege o bem.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
Aula ministrada na ICTJ dia 22/02/2015
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Referências bibliográficas:
Escola Bíblica dominical. Os dez mandamentos. 1º trimestre de 2015; CPAD; lição 8
LEWIS, C. S. Cristianismo puro
e simples. São Paulo, SP; Martins Fontes, 2014.
BATISTA, Paulo Sérgio. Manual
de respostas Bíblicas. São Paulo, SP; Kairós
Edições.
F. HARISSON, Everett. Comentário
Bíblico Moody. Volume I.
Batista Regular, 2010. São Paulo, SP
CARSON, D.A. Comentário
Bíblico Vida Nova. Vida Nova, 2012. São Paulo, SP
GRUDEM,
Wayne. Politica segundo a Bíblia. Vida Nova, 2014. São Paulo, SP
MELO,
Edino. Winston Churchill, Um grande líder. Editora Transcultural, 2011.
Campinas, SP