Por Fabio Campos
Texto
base: “Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de
tempo e depois se dissipa”. –
Tg 4.14 (NVI)
Você
sabe o que vai acontecer amanhã? Não, não é uma pergunta cínica! Talvez a
grande maioria diga que não sabe o que ocorrerá amanhã, entretanto, vivem como
se já estivesse no amanhã. Deste estilo de vida é que nasce a ansiedade
exagerada que o domina.
Pensando
no triste acidente ocorrido com o candidato a presidência da república, Eduardo
Campos, a certeza que somos pó foi cravada ainda mais no meu coração. Tiago é
bem claro nisto quando diz que “somos
como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”. A
entrevista dada por Campos ao jornal nacional, um dia antes de sua morte, foi
repleta de palavras de esperança e promessas de um Brasil melhor. Mas assim como
todos nós, que um dia voltaremos ao pó, “prematuramente”, Eduardo Campos, partiu,
e todos os seus planos foram cancelados, até mesmo aqueles que ele estava
determinado e convicto que cumpriria em mais algumas horas.
Quantos
de nós vivemos “agitados” correndo de um lado para outro, traçando o futuro com
nossas próprias mãos. Não sabemos o que acontecerá amanhã (Tg 4.14). Por que,
então, viver atormentado por algo que não chegou, ou talvez nunca vá chegar? O
grande problema é que queremos ter o controle de nossa vida. Não podemos ter a prepotência
(e isso temos de sobra) de bater no peito e dizer: “em 2015 estarei assim”.
Não! A Soberania de Deus é muito pesada para tentarmos leva-la com nossas próprias
mãos.
Toda
ansiedade vem de uma possibilidade à concretizar, seja boa ou ruim. A pior,
talvez, seja as possibilidades boas! A prosperidade nos faz assentar no trono e
dizer: “estou seguro, quem poderá me fazer mal?”. Dizemos: “hoje ou amanhã,
irei a tal cidade, e lá, passando algum tempo, ganharei muito dinheiro” (Tg
4.13). Mas muitos foram pegos de surpresa no seu conforto. Nesta madrugada a
alma de alguns será pedida, e todo projeto, ideologia, riqueza e prestigio,
ficarão na terra dos mortais. Apresentaremos-nos ao Criador.
Hoje
soube de um amigo que faleceu. Ainda que neste momento estivéssemos distantes, por
conviver com ele muito próximo por vários anos, senti muito esta perda. Menino
novo, forte, alegre, foi morto por um covarde que “sem a arma rebola e muda de
voz” (se é que você me entende). Pensando nestes dois episódios (a morte do meu
amigo e do político Eduardo Campos), as palavras de Tiago fizeram ainda mais
sentido para mim. Fez-me temer em como dizer as coisas do amanhã: “Ao invés
disso, deveriam dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”
(Tg 4.15).
Não dá para viver sabotando os dias na esperança do “dia ideal”.
Não podemos mais procrastinar a alegria de viver de segunda para sexta, sábado
e domingo. Não podemos viver esperando por algo que ainda não aconteceu para
estarmos felizes. Quando se é jovem, o sonho é acabar o colégio; terminou o
colégio, o mundo ideal é a conclusão da faculdade. Acabou a faculdade, o
objetivo é casar; casou-se, agora o mundo ideal, o mais esperado, é pelos
filhos; nasceram os filhos, agora é a formação deles; se formaram - finalmente
chegou no grande objetivo, ou seja, aposentar-se”. Depois de alguns anos, morremos.
Você não viveu! Você vegetou! Sabotou toda sua vida por apenas
alguns anos de aposentadoria. No anseio de ter “todo o controle na palma das
suas mãos”, não viveu como deveria e tempo passou.
Amados, nós vivemos pelo o que acreditamos e não pelo que
vemos. O Senhor Jesus nos disse para “não andarmos ansiosos por coisa alguma, principalmente
no que vamos comer - no que vamos beber - e como vamos nos vestir”. Somos tão
frágeis que não podemos acrescentar um dia sequer no curso de nossa vida.
Quando a ansiedade pelo amanhã chegar com força ao seu
coração, se lance em Deus através da oração e suplica, apresentando os seus
pedidos a Deus, pois Ele tem cuidado de nós. Certamente, a paz de Deus que
excede todo o entendimento, guardará o seu coração em Cristo Jesus.
Eu não sei o que me vai acontecer amanhã; mas de uma coisa eu
tenho certeza: “... aos seus amados dá enquanto dormem” (Sl 127.2). Sei também que todos os cabelos da minha
cabeça (que não são muitos) estão contatos em sua exatidão por Deus. Quantos
milionários trocariam sua fortuna por uma noite de sono sem os efeitos do
calmante? Pois é, além de tudo, aos seus amados, o Senhor concede o sono!
Simplesmente confie e sempre diga: “Se Deus quiser, isso faremos ou ali iremos”. Assim, poderemos dizer
como disse o salmista nos tempos de incertezas e aflições:
“Em paz me deito e logo
adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança” – Salmos 4.8 (NVI).
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
fabio.solafide@gmail.com