Por Fabio Campos
Texto
base: “E a fome era gravíssima na terra”. – Genesis 43.1 AFC
A
revista “Isto é dinheiro” desta semana trouxe em sua capa uma frase por título
que me chamou a atenção: “Quem vai ouvir
as preces da indústria”? Quem acompanha o mercado financeiro sabe bem que o
índice de inadimplência da “pessoa jurídica” cresceu muito neste ano comparado
a “pessoa física”. Os empresários estão de cabelo em pé!
Aportar
crédito através da PJ se tornou um grande desafio, visto a austera política de
crédito para este perfil de tomador. Se as empresas vão mal, consequentemente os
pais de família que depende da produção também são penalizados. O resultado disto
tudo é “privação”, “necessidade”, “estresse”, “ansiedade”, “depressão”, “síndrome
do pânico” e hospitais cada vez mais lotados, que faz subir as despesas no
orçamento com a compra de remédios.
Tudo
bem, já tivemos uma “concordata” no país e aqui estamos. Ainda mais somos um
país desenvolvido, e fomos “coroados” com a participação no grupo dos BRICS. Mas
e quando o que está acabando não são os recursos financeiros, mas sim os
recursos naturais? Literalmente, estamos secando! Vejo a hora em que a fortuna
do milionário não lhe dará direito de beber um copo d’água da sua própria
torneira. Para mim isso é “desesperador”! Duas coisas que têm me deixado
preocupado: 1) a economia que é gerida atualmente por um governo que administra
apenas com a barriga ao invés com a cabeça; 2) e a principal, os reservatórios
com seus níveis a cada dia mais baixo.
Todavia,
as Escrituras nos traz o discernimento disto tudo. Acreditando ou não os sinais
estão aí! Os “falsos profetas com seus megatemplos”; “reino contra reino”; “terremotos”;
“nação se levantando contra nação”; “fomes”; “pestes” (a nova é o vírus Ebola);
“pai matando filho”; “filho matando pai”. Quando você puder leia com calma,
Mateus 24, certamente terá a impressão de estar lendo o noticiário do dia.
As
pessoas estão em pânico. Muita gente tomando calmantes. Pessoas com salários
altos que temem perder sua boa condição de vida estão sacrificando suas
famílias no altar de mamon. Muitos têm mais medo do fracasso do que propriamente
de ficarem sem a comida no prato. O problema não é a necessidade, mas o status,
ou seja, “como vão me olhar se eu estiver nesta situação”. A notícia da recisão
é mais dolorosa do que o “ser” dispensado. Envolve o nosso orgulho, e fere
nossa estima. Não deveria, mas é assim!
Não têm jeito, as Escrituras estão se cumprindo!
Mas nisto tudo há uma esperança para aqueles que “não se apoiam no seu próprio entendimento, mas antes confiam no Senhor”
(Pr 3.5). Ainda que estejam em dificuldades, o Senhor cuidará de cada uma de
suas necessidades (Sl 40.17). O Senhor Jesus disse para “não estarmos ansiosos
com nada” (Mt 6.24). Não teremos falta do básico (comida, bebida e roupa). O
corpo é mais importante do que a comida. Todas as vezes que a ansiedade bater
em nossa porta, demandando por provisão, o Senhor nos convida a olharmos para os
céus e avistarmos as aves: “pois, não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros;
contudo, o Pai celestial as alimenta”. A pergunta do Senhor é retórica: “Não têm vocês muito mais valor do que elas [aves]”? Nossa pequenez é tão insignificante que, por mais preocupações que
tivermos, não poderemos acrescentar uma hora que seja a nossa vida.
Reparem, os que amam o dinheiro são agitados. Basta uma crise
e a queda de uma simples folha se equivale a um barulho da queda de um andaime.
Vivem assustados! A ganância pelo “ganhar” inibe o medo de “perder”, e por
amarem o dinheiro, dele, então, se tornam escravos; nunca estão satisfeitos! O
Eike Batista perdeu porque queria mais! Mas será que não era suficiente o que
ele já tinha?
O Senhor diz quem se desespera nestes tempos de crise são os
pagãos, aqueles que não conhecem a Deus e nem Sua graça. Ficam a pensar: “Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’
ou ‘que vamos vestir”? Não desfrutam do seu ganho (ainda que muito) com paz
e tranquilidade. Se você se identificou neste trecho, com sinceridade se
despoje do seu orgulho e confie sua vida a Deus. Certamente o resto Ele fará
(Sl 37.5). Não é o fim!
Precisamos buscar o Reino em primeiro lugar. Isto se faz,
dando o melhor de nós em nossa empresa não somente pelo ganho financeiro, mas
porque tal coisa agrada a Deus. Após ter dado do seu melhor, é hora de confiar
o dia trabalhado ao Senhor, entregando sua labuta em Suas Mãos, pois se o
Senhor não edificar casa, em vão é o trabalho dos edificadores. É hora de desfrutar
do momento de descanso naquilo que glorifica a Deus; ou seja, cuidar da sua família,
dos amigos e dos irmãos. Não deixe o trabalho tomar seu pensamento na hora do devocional
e na leitura da Palavra. Certa vez, C. S. Lewis disse "Coloque as coisas prioritárias na frente e as coisas secundárias
irão se harmonizar. Coloque as coisas secundárias na frente e perderá tanto a
primeira quanto a segunda. Nós nunca desfrutaremos na sua plenitude, até mesmo
do prazer sensual de um alimento, se formos pessoas dominadas pela cobiça".
Deus não permitirá que “seus pés vacilem” (Sl 121.3). Deus é
socorro bem presente na angústia. Nada faltou a Israel no deserto (Dt 2.7); o
profeta Elias foi alimentado pelos corvos em sua depressão (1 Rs 17.6); a viúva
de Sarepta teve o suficiente quando parecia não haver mais saída (1 Rs 17.16); Jesus
teve pena da multidão faminta que o seguia, e fez multiplicar cinco pães e dois
peixes, alimentando cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças
(Mt 14.21).
Creio que todo cristão verdadeiro tem um testemunho para
contar a respeito da provisão de Deus, quando não havia mais saída. Eu tenho,
mas meu espaço é curto! Deus em tudo provê ricamente para nossa satisfação
quando nEle depositamos nossa esperança (1 Tm 6.17). Grande parte dos ricos
deste presente século deposita sua esperança na incerteza das riquezas. Mas se a
bolha estourar? E se o PIB continuar caindo e a inflação subindo? E se o
racionamento de água chegar a sua casa? Tudo isso comprova que a riqueza é
incerta; em menos de 24 horas tudo pode virar pó.
Por isso diz a Escritura: “Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este
ou aquele dia poderá trazer” (Pr 27.1). O mercado está agitado, e até o pãozinho dado
pelas empresas aos funcionários, foi cortado para conter gastos. Pois é meu
amigo leitor; tempos difíceis os nossos. Mas a provisão de Deus não falha. Ele
jamais permitirá que o justo seja abalado. A fortuna do maior milionário do
mundo nunca poderá comprar a paz que excede todo o entendimento. Esta (paz) é
dada dos céus. Busque isso neste tempo de “incertezas”. Mas, e as demais
coisas? Certamente serão acrescentadas, como bem disse o “velho” Agostinho: “Entregue o passado à misericórdia de Deus,
o presente a seu amor e o futuro a sua providência”.
Assim finalizo daquilo que experimentei, pois vivo do que acredito e não do que vejo, como está escrito:
“Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o
que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’.
Podemos, pois, dizer com confiança: ‘O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O
que me podem fazer os homens? ’” - Hebreus 13. 5-6 (NVI)
Considere este artigo e arrazoe
isto em seu coração.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
fabio.solafide@gmail.com