Por Fabio Campos
Texto
base: “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens”. – Filipenses 4.5a (ARIB)
Não
precisa muito para estar à público. Basta sair de casa e você será observado
por vizinhos, amigos e por milhares de câmeras existentes nas ruas deste país. Não
posso deixar de mencionar as redes sociais, talvez este seja o meio mais eficaz
de se “promover” os pensamentos e opiniões julgando a personalidade por aquilo
que se escreve. O interessante disto é que Paulo não trata a “exposição” sendo algo
ruim, mas o que é, e como é exposta tal coisa ou situação. Quero então tratar
da “moderação”.
A
moderação pode conotar alguns aspectos como “manso”, “gentil”, “paciente”;
resumindo todos os “antônimos” de “moderação” [que são muitos], posso englobar
tudo dentro da palavra “desequilíbrio”. Segundo a “Chave Linguística do Novo Testamento Grego” [p. 415, Ed. Vida Nova],
o verso (Fp 4.5) diz que “a palavra [moderação] denota [neste contexto] uma
firmeza ‘paciente’ e ‘humilde’, capaz de ‘submeter-se a injustiças’,
‘desgraças’ e ‘maus tratos’, sem ‘ódio’ ou ‘maldade’, confiando em Deus a
despeito de tudo”. O Apóstolo disse que todas estas virtudes precisam ser
“notórias” ao cristão. A Bíblia de estudo - “palavras-chaves, Hebraico e Grego”
– [CPAD, p. 2127] diz que o sentido de ”notório”, equivale “’a conhecer’, de
‘ser o que somos’ ou ‘professamos ser’, ‘reconhecer’”.
Posto
isto, precisamos como cristão, se assim quisermos ser chamados, ser “moderado”
em nossas opiniões, no que dizemos e, como as dizemos. Lembre-se que você
carrega a “bandeira de Cristo”, um “embaixador” representando uma pátria. Sendo
Deus o Presidente e os Céus o País, temos que concordar que a responsabilidade
é de extrema importância, pois a Escritura diz: “Deus julgará seu povo e horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”
(Hb 10.30-31). Muitos são precipitados de lábios! Não pensam e nem arrazoam
antes falar. Atiram e escrevem o que lhe vem na cabeça; o ápice de tal loucura
é quando fundamentam sua opinião no famoso “Deus me disse”. A sentença a respeito
disso é terrível e se soubéssemos de fato o que tal coisa representa diante de
Deus, teríamos mais temor em mencionar o Seu Nome em nossos “achismos” (Ec. 5.
1-7).
Ainda
que estejamos em nosso direito, posso mencionar aqui os atuais “protestos”, a
Escritura nos exorta a “não sermos
apreçados em irar-se, pois isso faz parte da natureza dos tolos” (Ec. 7.9).
Não estou falando da omissão, mas do desequilíbrio! Lembre-se do tema proposto.
Não vamos conseguir resolver todas as coisas. Não podemos tomar o espírito de “messias”,
de salvador da pátria, e se apropriar em nosso coração desta pretensão. A
própria Bíblia faz o desafio: “Considere o que Deus fez: Quem pode endireitar o
que ele fez torto” (Ec 7.13
ACF). Não cabe a nós “endireitar o que Deus entortou”. Não há um justo se quer
(Rm 3.10); então por que essa gana de ser “justo em demasia” sendo que a Bíblia
depõe contra (Ec 7.16-17)? É mais fácil se tornar o maior dos hipócritas do quê
o menor dos santos.
O paciente é melhor do que o orgulhoso! É melhor se passar
por bobo por ser paciente do que ser de fato um tolo devido ao orgulho. Não
importa o inicio! O que importa é forma em que se vai terminar (Ec 7.8). Precisamos
nos ater a respeito. A caminhada nos leva para um fim; então não relativize
aquilo que é firme e seguro, a saber, os ensinos da Palavra de Deus e aquilo
que Ela ordena por conduta. Como cristãos precisamos nos impor e expor nossa
opinião. Todavia, com “ordem e decência”, sabendo “o que falar”, “como falar” e
a “hora de falar”. E em tudo isso não usar palavras torpes e de baixo calão
(Ef. 4.29). Nossa palavra deve ser “sempre agradável, temperada com sal” (Cl
4.6); mansa para ensinar e também para exortar ainda que haja “resistência de
princípio a tal exortação” (2 Tm 2.25).
Nosso tempo é precioso e não podemos perdê-lo com “vãs
filosofias” e assuntos profanos de aparente sabedoria (1 Tm 6.20). O fim do
mandamento bíblico é o amor. Não que o mundo prega!, mas aquele de coração puro
que é testificado por uma boa consciência (1 Tm 1.5). Muitos têm entregado sua
alma a “vaidades” e gastado sua energia em coisas secundárias. Sempre o mesmo
assunto, digo isso no campo teológico. O Brasil pegando fogo e o cara “queimando
os pentecostais na fogueira”. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração e
que, não entrega sua alma aquilo que é efêmero, este sim, subirá ao monte do Senhor
(Sl 24. 3-4).
Portanto, não combina com o cristão o excesso, o falatório
torpe, palavrões e o rigor ascético daquilo que Deus criou para o nosso
desfrute. Precisamos fugir de todo este “desequilíbrio” e seguir a “justiça”, a
“piedade”, “a fé”, “o amor”, perseverando em mansidão (1 Tm 6.11). O espírito
que o Senhor nos deu foi de poder, de amor e de “equilíbrio” (2 Tm 1.7).
Ande com ele [equilíbrio]! Preserve seu testemunho; guarde sua integridade;
fuja de assuntos que não vão edificar, é como está escrito:
“Melhor é o
homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que
conquistar uma cidade”. – Provérbios 16.32 NVI
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
fabio.solafide@gmail.com