Por Fabio Campos
Texto base: Mateus 13.44
INTRODUÇÃO.
A. Amados, para entendermos melhor este texto –
especificamente a disposição deste homem em vender tudo o que tinha e isto com
alegria, em troca deste “tesouro oculto” - precisamos voltar para o princípio e
analisar o relacionamento do homem com Deus. Não havia igreja. O que havia era
um jardim regido pelo Criador com toda sorte de provisões para a sobrevivência
do homem (Gn 2.8-9).
B. O relato de Genesis [3.8-10] nos informa que o “Senhor
tinha um relacionamento íntimo com sua criatura”. Com a queda em decorrência da
desobediência, o homem foi separado de Deus tendo agora que cultivar o solo com
“dores”, “fadigas”, em uma terra “maldita” (Gn 3.16-19).
“Por isso o Senhor Deus o mandou embora
do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar
o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante
que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida”. – Gn 3.23-24 (NVI)
C. Voltando ao nosso
texto de meditação, esta preciosidade que foi perdida, agora foi possibilitada
em Jesus Cristo.
“... ou seja, que Deus em Cristo estava
reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e
nos confiou a mensagem da reconciliação”. – 2 Co 5.19 (NVI).
Partiremos para a
exposição do versículo:
1. “O Reino dos céus é semelhante...”.
A. O Reino de Deus trata da comunhão do Criador com a
criatura [lembra-se de como era no princípio]
B. Nossa comunhão com Deus na carne ainda não é perfeita,
mas um dirá será (1 Jo 3.2).
“Pois em parte conhecemos e em parte
profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito
desaparecerá”. – 1 Co 13. 9-10 (NVI).
2. “... um tesouro oculto no campo”.
A. “Enterrar tesouros era comum antes de existir rede
bancária. Às vezes o primitivo dono morria e o tesouro ficava perdido, até que
alguém o achasse por acaso”. (Nota de rodapé Bíblia Shedd).
B. O reino dos céus é
muito proclamado, mas pouco entendido. “Muitos são chamados, mas poucos são os
escolhidos”. “Muitos entram pelo caminho largo que leva a perdição, poucos são
os que entram pelo caminho estreito que leva a vida”.
“Naquele tempo, respondendo Jesus,
disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas
coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”. – Mt 11.25 (AFC)
C. Não fazemos ideia
do privilégio que temos em participarmos deste reino. Um pouquinho apenas de
entendimento e perceberíamos que fazemos parte do maior projeto e que todos os
outros, são importantes, mas diante deste se tornam secundários.
“... o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi
manifestado a seus santos”. – Cl 1.26 (NVI)
3. “... certo homem,
tendo-o achado, escondeu”.
A. Deus nos achou em Cristo. O homem achou
o tesouro, contudo, viu que não tinha o suficiente para compra-lo. Isso nos
mostra da preciosidade elevada que dinheiro nenhum pode comprar.
B. Repare que o homem achou e o escondeu
novamente. Isso nos ensina que devemos guardar a nossa fé, nossa comunhão
com Deus e o nosso coração. O Senhor nos ensina isso através da parábola do
semeador (Mt. 13.1-23). 1) Quando a
palavra não é compreendida o maligno rouba o que foi semeado. 2) Quando a palavra é recebida com
alegria, mas chegando as angústias e as perseguições, logo é perdida. 3) Quando os “cuidados deste mundo” e a
“fascinação das riquezas” sufoca a palavra, ela não produz seus frutos. 4) POR ISSO PRECISAMOS ECONDER NOSSA
FÉ.
C. Quando o homem acha o tesouro e o enterra novamente, isso ele faz
com convicção das riquezas que tinha neste terreno. Ele entendeu que há um
preço a pagar. Mas como já estava dentro, pôde perceber que a “vida já não era
mais sua”.
D. Infelizmente
muitos desistem nessa hora. Colocam na balança os “ganhos” e as “perdas” e
por amarem mais os seus prazeres, desistem e segue o seu curso. Contemplaram o
Reino do lado de fora e tiveram a falsa percepção que não teriam alegria na
santidade. É PRECISO ESTAR DISPOSTO A PAGAR O PREÇO. “Quem amar sua vida mais
do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.39), disse Jesus.
4. “E transbordando
de alegria, vai, vende tudo o que tem...”.
A. Repare com quão “grande
alegria” ele vendeu tudo. Podemos aqui constratar com o jovem rico que se
entristeceu com a proposta de Jesus.
B. Aquele que pensa possuir
algo a perder não está apto para o Reino de Deus. O que é mais importante que
sua vida? Se você ama-la mais do que a Cristo, também digno não será dEle.
C. Quem dessa fonte
bebeu, jamais teve sede novamente. Encontraram
paz e alegria; descanso e sossego para sua alma. O brilho do pecado foi
ofuscado pela luz de Jesus. Jamais terão saudades daquilo que chamavam de
felicidade. Esbaldam-se na alegria - comem e bebem do que nunca comeram e nem
beberam antes. Um verdadeiro banquete que jamais foi degustado pelo homem mais
rico deste mundo.
“Pois o Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”. – Rm 14.17 (NVI)
5. “... e compra
aquele campo”.
A. Este é o momento
que nada mais faz sentido comparada a comunhão com Deus. A “mina dos tesouros”
onde a fonte não seca, fora encontrada.
B. Temos a percepção
real de que agora somos embaixadores do reino e que uma autoridade dos céus nos
reveste de poder para testemunhar. Falamos com propriedade do que recebemos. Nas
palavras do Dr. Martyn Lloyd-jones, “embaixador
é alguém enviado para falar em lugar de outrem. Ele é o porta-voz de seu
governo, de seu presidente, de seu rei ou imperador ou de qualquer outra forma
de governo que, porventura, exista em seu país”.
REFLEXÃO:
1. Existe função mais nobre do que ser um arauto e
escolhido pelo Criador para anunciar aquilo que estava oculto por muitos?
2. O que ainda lhe falta para você vender e comprar este
campo, desfrutando então integralmente de todos os tesouros que ainda lá estão
escondidos?
3. Não há privilégio maior do que estar aqui nesta noite
escutando os mistérios de Deus, pois tudo vai passar - o mundo e os seus
desejos - mas aquele faz a vontade de Deus permanecerá para sempre.
CONCLUSÃO:
1. Você tem este terreno. O mundo é
triste e pelo orgulho precisa ostentar que é feliz, mas não é. O Senhor nos
chamou para algo eterno.
2. Nunca inveje os
arrogantes e nem a prosperidade dos perversos; sabemos que muitos deles não têm
preocupações; são fortes e cheios de saúde e nem sofrem as aflições que outros
sofrem. Gostam de falar mal de Deus e do seu povo.
3. Ainda que nos venha à
indagação do salmista: “... eles têm
muito e ficam cada vez mais ricos. Parece que não adiantou nada eu me conservar
puro e ter as mãos limpas de pecado” (Sl 73. 13-14 NTLH).
4. Quando
entramos na casa do Senhor e contemplamos sua face, a paz que o mundo não pode
receber e a alegria que excede todo o entendimento nos são dadas e o nosso
coração e mente é guardada em Cristo Jesus, o Senhor.
Que Deus nos abençoe e nos guarde nesta palavra para o louvor da sua
glória.
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
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Sermão
pregado na ICT dia 09/04/2014