Por Fabio Campos
Texto: “ESPEREI
com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”. –
Salmos 40.1 AFC
Grande parte dos estudiosos da psique humana diz que a “depressão é o mal do século”. Creio que
[do ponto de vista da medicina] não estejam errados. Um dos fatores que coopera
com a “depressão”, justamente é a ansiedade. Seus sintomas são “aflições”,
“angústias”, “perturbação de espírito” causado pela incerteza - ou em relação
com qualquer contexto de perigo, entres outros. Grande parte disso é consequência de uma
demanda excessiva de exigências pragmáticas que auto se denomina “geração Y”.
As Escrituras nas Palavras do Senhor Jesus diz para não “andarmos ansiosos com coisa alguma”
(Mt. 6.34). Creio que este mandamento é um desafio e tanto para nós, pois os
dias são maus. O livro de salmos está repleto de orações ansiosas pelo socorro
divino. A confiança na Soberania de Deus sempre foi o conforto em tempos de
crise a estes homens (Sl 121.1). Muitas das vezes teremos que esperar o
milagre. Não há o que fazer! C. H. Spugeon certa vez disse que, “às vezes, a melhor coisa que um homem com problemas
pode fazer é não fazer simplesmente nada, mas deixar tudo nas mãos de Deus,
pois assim está escrito: ‘Acalmai-vos
e vede o livramento que o Senhor vos trará’” (Êx 14.13).
Muitos são os fatores que podem trazer ansiedades ao
nosso coração: “tarefas importantes que
precisam ser desempenhadas”; “desafios
e oportunidades”; a “espera de uma
notícia”, e etc. Algumas das coisas estão sob nosso alcance e assim devemos
cooperar para que se concretize. Entretanto, os piores e mais graves problemas
não estão à altura do nosso entendimento para poder resolvê-los. Momentos como
estes, nossa oração deve ser: “minha
alma espera no SENHOR, nosso auxilio e escudo” (Sl
33.20). Ainda que o raciocínio lógico deponha contra, e os fatores do que deveria
ser justo mas não é, prevaleça em parte, ainda sim, podemos “descansar no SENHOR e esperar nele, não se
irritando por causa do que leva a cabo os maus desígnios” (Sl 37.7).
Certo pastor contou uma ilustração muito interessante. Certa
vez, Deus pediu a um homem que empurrasse uma grande pedra. Depois de muito
tempo, o homem se cansou devido ao peso da pedra e por não ter conseguido
movimentá-la. Ele voltou a Deus e disse: “Senhor, estou desanimado, pois não
consigo mover esta pedra do lugar”. O Senhor disse a ele: “Eu disse a você para
empurrar e não para movimentá-la; olha como seus braços estão mais fortes; olha
como seus músculos cresceram”. Isso nos ilustra o trabalho que Deus tem feito
em nosso coração, pois “tudo tem o seu
tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec.
3.1).
Até a lagarta tem o seu tempo de casulo antes de virar
borboleta, então porque toda esta agitação em fazer as coisas do seu jeito? Precisamos
nos formar em nove meses dentro do ventre de nossa mãe para poder vir ao mundo;
precisamos também ser cuidados primeiro pelos pais para poder entrar em uma
escola. Há o tempo certo de namorar e de trabalhar; a maturidade antecede um casamento
saudável. Também existe o tempo certo para casar-se! Até para exercer o
ministério precisamos esperar o tempo determinado por Deus. Descansar é “deleitar-se
no Senhor” (Sl 37. 4) dizendo: “Eis
que este é o nosso Deus, em que esperávamos, e ele nos salvará; este é Senhor,
a quem aguardávamos; na sua salvação exultemos e nos alegremos” (Is
26.9 ARA).
Precisamos entender que Deus está na eternidade onde não
existe dia, meses e anos-, e nós estamos presos em um tempo constituído de
segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos. Vemos da perspectiva do
hoje; Deus olha pela ótica da eternidade, pois está escrito “para o Senhor, um dia é como mil anos, e
mil anos, como um dia” (2 Pe. 3.8). Não tem jeito, o
negócio é “esperar pacientemente no
Senhor” sabendo que “ele é o nosso braço manhã após manhã e a nossa salvação no
tempo da angústia” (Is 33.2).
Quero finalizar nossa reflexão com um pensamento de
Agostinho. Em tempos de dúvidas, do que fazer, quando assim nos deleitamos em
Deus e no temor que temos em escolher pelo o que lhe agrada, misteriosamente, o
Senhor nos conduz através de nossas decisões rumo ao caminho que é bom,
perfeito e agradável. Disto diz Agostinho: “Pois
o Todo-Poderoso impele, nas profundezas do ser de cada homem, a sua vontade, de
modo que por essa [livre] agência concretize tudo o que deseja operar por meio
deles”.
A Deus a Glória pela sua Sabedoria Infinita e pelo Seu
Amor leal que assim conduz o seu povo. Na ansiedade, “lance-a em Deus, pois Ele tem cuidado de nós” (1 Pe 5.7), e na
agitação, tenha calma, pois está escrito: “Aquietai-vos,
e sabei que eu sou Deus” (Sl
46.10 AFC).
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
fabio.solafide@gmail.com