Por Fabio Campos
Texto base: “E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e
lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho,
isto é dom de Deus”. – Eclesiastes 5.19 AFC
INTRODUÇÃO:
Mesmo sendo formado em “Gestão Financeira”, prefiro fazer
teologia. Contudo, é necessário trazer o “manuseio das finanças” a luz das
Escrituras, pensada de uma forma teológica. O cenário com a alta da inflação
têm inquietado as famílias brasileiras. Me assusta os preços dos mercados. Um
governo sem sustentabilidade e irresponsável na sua política de crédito no estímulo
do consumo. Mesmo com os preços lá em cima o mercado continua cheio e os
carrinhos lotados. Onde vamos parar? Os bancos não estão nem aí para a alta da SELIC,
ninguém quer perder mercado. Estão destruindo o plano real criado com tanta
sabedoria pelo FHC. O presidente precisa governar com a cabeça e não com a
barriga.
O Brasil não foi “colonizado”, mas “explorado”. Não
arrumando desculpas, mas talvez seja por isso que “damos um jeitinho” em tudo.
O problema é que a “fatura” chega, e assim como Deus não é homem para que minta
- assim o homem não é Deus para que perdoe seus tomadores (risos). A inflação é
velha como o Brasil, e seus resultados e consequências são nocivo a tudo aquilo
que temos por “qualidade de vida”. D. Pedro fabricando dinheiro [irresponsavelmente]
para financiar a Independência proclamada na penúria foram fatos fundadores da
velha sina do tormento monetário. O primeiro ministro da Fazenda, Rui Barbosa,
permitiu o aumento descontrolado da emissão da moeda. O trabalho assalariado
exigia mais dinheiro em circulação. Chegavam imigrantes. A nova ordem política
tinha pressa. Estamos colhendo essa “erva daninha”.
Pois é, como cantou Paulinho da Viola, “Dinheiro na mão é vendável”, assim está
nossa moeda, desvalorizada devido à irresponsabilidade daqueles que deveriam administrá-la
com excelência. E o “povo como está? – tá
com a corda do no pescoço”, como diz o dito popular. Estamos voltando à
década de 70, quando Francisco Santana cantou:
De que me serve um
saco cheio de dinheiro
Pra comprar um quilo
de feijão
No tempo dos
"derréis" e do vintém
Se vivia muito bem,
sem haver reclamação
Eu ia no armazém do
seu Manoel com um tostão
Trazia um quilo de
feijão
Depois que o PT assumiu - no trabalho plantado pelo o FHC
- o “presidente [petista]” afrouxou a política e emprestou; tomou o mérito para
si..., e a música continua: “agora eu
trago um embrulhinho na mão e deixo um saco de dinheiro”.
Não vivo no luxo e passo por várias privações. Meu maior
aprendizado em como gerenciar as finanças não foi na faculdade, mas sim dentro
de um contexto pessoal de dificuldades e controle rígidos com gastos para a
sobrevivência do básico [comida, contas e aluguel]. A reportagem do dia 28/01/2013 publicado na seção de
economia no Estado de S. Paulo - SP diz que “80% dos brasileiros não controlam
suas finanças”. Poucos têm conhecimento sobre as suas finanças, independentemente
do estrato social. Uma enquete feita mostra que, apenas 18% dos entrevistados têm
bom conhecimento; que 71% têm conhecimento parcial; e 10% têm baixo ou nenhum
conhecimento. Em 84% dos domicílios com renda mensal de até R$ 1.330,00, o
chefe de família tem parcial ou
nenhum conhecimento sobre as finanças
de casa.
Um dado que chamou a atenção é que mais de um terço dos
entrevistados (36%) sabiam sobre as contas regulares que deveriam pagar este
mês [janeiro]. Há também falta de conhecimento do lado das receitas, com 40%
dos entrevistados declarando não ter informações exatas sobre a renda. Grande
parte da sociedade brasileira mostra um “descontrole” e uma “indisciplina”
quanto aos gastos. O governo afrouxou o crédito; sem sustentabilidade e
responsabilidade, deu “doce a um bando de crianças” -, por aí você entendeu:
inflação estourando os índices. Grande é o ímpeto do brasileiro em ir às
compras mesmo sem o fôlego financeiro: 38% dos entrevistados informaram que às
vezes, ou nunca, avaliam a sua situação financeira antes de adquirir um bem.
O mundo está assim! Preocupado com muitas coisas,
“vendendo a alma para ganhar o máximo possível”. Correndo atrás do vento! As
contas correntes estão cheias, mas o coração está vazio. Alegria somente por
alguns instantes através da compra de um bem; mas a tristeza é sua amarga
companheira. Trabalham muito; ganham muito; gastam muito; e ainda não sabem o porquê
para tanto. O vazio permanece:
“Sim, cada um vai e volta como a
sombra. Em vão se agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela”. – Salmos 39.6
DEUS E O DINHEIRO
Ser rico não é pecado; assim como ser pobre também não é
pecado. A ordem de Deus ao homem foi “crescei
e multiplicai-vos” (Gn 1.28). Nem todo rico é santo e nem todo
pobre é pecador. Não há melhor e maior salário do que desfrutar com
alegria junto de sua família o que se ganhou. As Escrituras dizem que “o
sono do trabalhador é ameno, quer coma pouco quer coma muito, mas a fartura de
um homem rico não lhe dá tranquilidade para dormir” (5.12).
O grande problema
é quando as riquezas se tornam um “deus” (Mt 6.24). Toda a raiz do mal é controlada
por este “deus” (1 Tm 6.10). Quem serve a quem? O dinheiro se torna um “senhor”
a nós quando ao invés de o controlarmos, ele é quem nos controla. Você não
trabalha para comer; você come para trabalhar. Sua prioridade é trabalhar para
ganhar dinheiro e não trabalhar, ganhar dinheiro, e usa-lo em prol do bem estar
da sua família e do próximo. Quem ama as riquezas se torna escravo delas e
nunca terá o suficiente (Ec 5.10).
Diariamente precisamos nos examinar a respeito da ganância.
Um alerta em altíssima gravidade foi dado por Nosso Senhor Jesus: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso
contra todo tipo de ganância”
(Lc 12.15). O mundo e o seu curso tem por crivo, o sucesso de uma pessoa, por
suas conquistas e do que há guardado em sua conta corrente. Contudo, a vida de
um homem não consiste na quantidade dos seus bens, disse Jesus. O Senhor nunca
alertou sua igreja acerca dos “perigos da
pobreza”; a preocupação de Jesus sempre foi com as “riquezas”.
MORDOMIA CRISTÃ
Entendemos por “mordomia cristã”, o ato de administrar
todo recurso entregue na mão do cristão, visando à glória de Deus. Ou seja, a
partir do momento que você entregou sua alma a Jesus Cristo, sua carteira foi junta.
Já disseram por aí que, a última parte que se converte em um homem, é o seu
bolso. Muitos acham que a carteira é mais valiosa do que a própria alma. Visto
a forma que ele administra seus recursos e justifica sua ganância usando de
“manuseios teológicos” concernente aos dízimos e as ofertas.
O cristão se entrega por inteiro a Jesus. Se for comer ou
beber - ou fazer qualquer outra coisa-, tudo tem que ser para a glória de Deus
(1 Co 10.31). A mordomia administra com sabedoria e generosidade os recursos
auferidos. Isso engloba o “bem-estar” e “conforto” de sua família; o
cumprimento para com as obrigações financeiras; ofertas e doações voluntárias
ao próximo e as instituições filantrópicas; ofertas e dízimos na igreja local.
Deus nunca ficou devendo a ninguém. Ele honra a todos o
quanto o honram (1 Sm 2.30). Nos chama a honra-lo também com os nossos recursos,
e com isso nos promete provisão e o desfrute delas com paz e alegria (Pr. 3.
9-10). Vale a pena andar com Deus e chama-lo também como Senhor sobre nossas
finanças. Trabalhar com dignidade e não procurar a ociosidade. Não importa a
situação, o que importa é a disposição. A situação Deus muda! Se apenas creres,
veras a glória de Deus, e crer é um ato de lançar a rede subordinado a Sua Palavra.
A Escritura diz que “o
preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente
satisfeitos
(Pr 13.4).
A alegria em produzir
e o prazer no que se faz trará consequentemente os resultados propostos.
Alcançando os resultados propostos, a promoção é certa. Com o aumento do
salário e com a sabedoria dada por Deus em administrar os recursos, o resultado
disso será “bem-aventurança” nas finanças e alegria em poder desfrutar dos seus
benefícios. Quando entendemos este princípio, gerimos nossas finanças a luz da Bíblia.
Não somos mais direcionados pelo “Homo
Economicus”, ou seja, o interesse
único em satisfazer os prazeres e necessidades atreladas ao medo de passar
fome. Nossa motivação transcende o mundo físico. Nosso prazer está em cumprir a
Lei do Senhor; somos felizes e tudo o que se faz [neste propósito] prosperará, ainda
que não seja assim aos olhos dos homens.
Conta-se a história que, certo sapateiro convertido
perguntou a Lutero o que poderia fazer para servir melhor a Deus e ser um
cristão melhor. Lutero perguntou: “O que você faz?”. Ao que o sapateiro
respondeu: “Eu sou sapateiro”. Lutero então lhe disse: “Pois bem, faça bons
sapatos, venda-os por preço justo e você irá servir a Deus e ser um cristão
melhor”.
Tudo está
atrelado a algo, e quando nossa habilidade é dada por dom, no esforço em aperfeiçoa-la
pelo o estudo e pela prática, seremos recompensados com o sucesso:
“Você
já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço
real; não trabalhará para gente obscura”. (Pr 22.29).
Portanto, “não
construa a sua casa, nem forme o seu lar até que as suas plantações estejam
prontas e você esteja certo de que pode ganhar a vida.” (Pr
24:27 NTLH)
Quero
tratar três pontos que precisamos de sabedoria para com nossos recursos:
1.
TRABALHAR E GANHAR
Não existe bênção de Deus através do ganho por meio do
trabalho fácil (Gn 3.19; Pr 14.23). Isso precisa estar claro a nós para não
cairmos no engano e enveredarmos pelo caminho estreito [fuja das pirâmides].
Deus o abençoará do “suor
do seu rosto” e não da “sagacidade
do seu coração”. O “justo anda em sinceridade” (Pr. 20.7). Ele não tem
trejeitos sofistas em suas negociações - mantém sua palavra mesmo quando
precisa perder financeiramente (Sl 15.4).
Ganhar de forma honesta pode ser simplista aos arrojados
gananciosos. Contudo, para Deus, é de grande valor. A paz que eles jamais
comprarão com sua fortuna é dada aos que andam em retidão pelo criador do
universo: “Na casa do justo há um grande tesouro, mas nos ganhos
do ímpio há perturbação” (Pr 15.6).
Quanta gente rica, mas perturbada que não consegue ter paz consigo mesmo.
Portanto, a graça de Deus é dada a todos que o buscam em
sinceridade. Nisto segue o dom de ganhar para o sustento. Essa bênção não
acrescenta dores. Diferente daqueles que atormentam os outros [por ser um
atormentado] a ganhar mais e mais, destruindo não somente a si, mas a sua família:
“O avarento põe sua família em apuros, mas quem repudia o suborno viverá” (Pr 15.27).
2.
PAGAR AS DÍVIDAS E CUMPRIR COM AS OBRIGAÇÕES
A Escritura diz para não devermos nada a ninguém, a não
ser o amor (Rm 13.8). Infelizmente as igrejas evangélicas estão cheias de
crentes trambiqueiros. Passar por
dificuldades e estar devedor, é uma coisa; agora justificar a divida atenuando
sua gravidade, é outra. De forma alguma este herdará o Reino dos Céus (1 Co
6.10). Quem toma emprestado e não paga, por Deus, mesmo na igreja, é
considerado ímpio (Sl 37.21).
Pagar é mais importante do quê gastar (Lv 6. 4-5). Sua
palavra precisa valer mais do quê seu salário (Lc 19.8). Não entre pelo caminho
largo. Seja sincero nas negociações - diferente dos que se gabam quando lucram trapaceando
alguém (Pr. 20.14). Liste suas dívidas. Se planeje antes de comprar para não
passar vergonha, e trazer para si e para seus amados maldições (Pr. 15.27). As
pessoas fazem o que dá na cabeça e fundamentam suas loucuras displicentes
dizendo terem “fé”. A Escritura depõe contra isso e foi o próprio Jesus quem
disse:
“Se
um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai
custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os
alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que
aconteceu vão caçoar dele, dizendo: “Este homem começou a construir, mas não
pôde terminar!”” (Lucas 14:28-30, NTLH)
Meu professor de “Matemática Financeira” dizia o
seguinte: “O dinheiro não leva desaforo”.
Precisamos se atentar para nossas dívidas. Devolva qualquer coisa que você
tomou emprestado. Lembra que o Collor já foi um bebezinho bonitinho - a
serpente do Genesis se tornou o grande Dragão do apocalipse. Se você for infiel
no pouco, também será no muito. Precisamos administrar honestamente as riquezas
deste mundo ímpio (Lc 16. 1-13).
Se atente para o que é certo, e ainda que seja uma
pequena moeda de cinquenta centavos, se não for sua, devolva, pois um pouquinho
de fermento leveda a massa toda. Aquilo que não damos tanta importância é justamente
o crivo de Deus para saber se de fato estamos ou não preparados para administrar
as “verdadeiras riquezas”. Portanto, não podemos dar uma de “Zé ninguém,
esquecido!” Busquemos acertar nossas contas, ainda que seja no pouco. Podemos
começar devolvendo os objetos que tomamos emprestados.
3. QUEM POUPA TEM!
Esse não é apenas um dito popular, mas um ensinamento
bíblico: “O homem de bom senso economiza e tem sempre
bastante comida e dinheiro em sua casa; o tolo gasta todo o seu dinheiro assim
que o recebe" (Pv 21.20). Prudência não é contrária à
fé: “Com sabedoria se constrói a casa, e com discernimento se consolida” (Pr 24.3). Não caia na lábia do marketing
apelativo. Você e sua família não precisa ser a família de sorriso amarelo da
rede globo. Tenha objetivos que vão abençoar sua família, e nisto também terá a
graça e a prosperidade de Deus. A compra da sua casa própria – um veículo para
locomoção – o investimentos nos estudos – viagens para sair do estresse e da
rotina – coisas essas que são bênção de Deus para nós (1 Tm 6.17).
Às vezes o Senhor será especifico ao colocar
algum recurso em suas mãos. É importante poupar, contudo, sacrificar o que não
pode ser privado, está fora da vontade de Deus. Por exemplo: se Deus te der um recurso
para você viajar com seus familiares, não retenha. Gaste neste objetivo. Muitos
retêm aquilo que não era para reter, e por isso acontece o mesmo que aconteceu
com Israel no deserto - colheram o maná a mais do que foi ordenado por Deus. O
que aconteceu? “Deu bichos e cheiravam
mal” (Ex 16.19-21)! O dinheiro foi! e você nem se deu conta para quê.
O grande problema dos brasileiros e isso constatado
em pesquisa, é que ele não consegue poupar em longo prazo. Muitos usam de
consórcios e prestações como escapes, dizendo: “Se eu não fizer isso, eu
gasto”. Este é o real motivo do porque muitos não conseguem poupar. Às vezes o
camarada se propõe a comprar uma casa própria e precisa de 20 mil reais para a
entrada. Ele só tem 10 mil. Pensando em curto prazo e se esquecendo do amanhã,
vai até o Magazine Luiza e compra
Tablets, computador e celular de última geração. Pensa só no hoje e preferem continuar
pagando aluguel ao invés de uma prestação do seu próprio imóvel, que seria de
grande bênção também para seus filhos: “Na casa
do sábio há comida e azeite armazenados, mas o tolo devora tudo o que pode” (Pr 21.20).
Outra forma de poupar é
fugir dos juros abusivos dos bancos [especialmente cartão de crédito e cheque
especial]. Vivemos em um país que tem por excelência a carga tributária
altíssima e impostos até sobre o que ganhamos. Você precisa pagar para ganhar. Grande
parte dos financiamentos tem atualização monetária, e se não tem, os juros são
elevados. O intuito dos bancos é prender o correntista não a amortização [aquilo
que é subtraído do montante emprestado] da divida, mas escraviza-lo aos juros
[que remunera a instituição credora]. Para o banco compensa emprestar mil reais,
e fazer disso 5% ao mês. Se houver inadimplência a correção será juros sobre
juros e aquilo que deveria ser pago com dois, virou quatro mil. O “banco
‘bonzinho” te chama para um acordo, e de quatro mil, deixa por três, que de
fato seria dois. Esse é o ciclo que as instituições usam para lucrarem e
jogarem suas receitas para o topo: “O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é
escravo de quem empresta” (Pr 22.7)
Precisamos também tomar
cuidado ao emprestarmos nossos recursos. É difícil dizer não! Mas é extremamente
necessário. Até a familiares é necessário tal atitude [não digo sempre]. Quantas
“rixas” porque um pegou e o outro não pagou - e lá se vai mais uma família
tragada pelo capitalismo selvagem. A Bíblia ensina “quem serve de fiador certamente sofrerá, mas quem se nega a
fazê-lo está seguro” (Pr 11.15). Não podemos agir
somente na emoção e ser convencidos pela situação por meio de palavras tristes
(Pr. 17.18). Se todo mundo que aparecer a você-, pedindo emprestado ou pedindo
sem ser emprestado-, e compadecendo de todos, assim agir, isso não é bondade,
mas falta de critério e discernimento. Você corre sérios riscos de colocar sua
família e a você em saias justas: “Não seja como aqueles que, com um aperto de mãos,
empenham-se com outros e se tornam fiadores de dívidas; se você não tem como
pagá-las, por que correr o risco de perder até a cama em que dorme”? (Pr 22. 26-27).
Precisamos ter cautela a não sermos
fomentadores de gastos dos irresponsáveis. Robert T. Kiyosaki em seu Livro
"PAI RICO, PAI POBRE" (Editora Campus, 2000) ilustra essa verdade
dizendo: "a classe média, os pobres,
vivem uma corrida de ratos, não saem do lugar, pois privilegiam seus passivos.
Contraem dívidas, e depois saem correndo para pagar as mesmas".
Portanto, precisamos ter critérios a que
vamos ajudar nesse tipo de situação. Não sejamos “egoístas”, pois um dia talvez
sejamos nós que estaremos precisando. Mas sejamos cuidadosos para não cairmos
no “conto do vigário”.
COMO LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS?
Quero esboçar oito dicas práticas [que
uso] nos tempos de crises para se livrar das dívidas: “Quem é fraco numa crise é realmente
fraco”. (Pr. 24:10, NTLH).
1) Ore.
Orar antecede o agir. Como li na internet: “A tecnologia pode ater mudar, mas o acesso
ao pai continua sendo de joelhos”. Toda sabedoria da ciência se encontra em
Deus para nos ajudar em qualquer situação adversa.
2) Formule
um orçamento em um planilha com as receitas e despesas.
Depois de orar é hora de agir. Seja apenas forte e
corajoso. Faça uma planilha com todas as despesas mensais e enquadre se
possível, em 80% das receitas. Dos 100% [das receitas], usando 80% daquilo que
já foi planejado [como despesa], 10% poderão ser usados para o lazer e os
outros 10% para aplicar em uma poupança [não sabemos do amanhã].
3) Procure
seus credores e dê prioridade para acertar os que estão negociando honestamente
sem usar de juros abusivos.
Faça uma lista daquilo que se deve. Procure acordos com o
dinheiro em mãos. Isso trará grandes descontos na negociação por ser a vista.
4) Veja
as possibilidade de aumentar sua receita, contudo cuidado para que isto não
atrapalhe seu relacionamento com Deus - a comunhão com sua família - nem tire você
de vez de participar dos cultos e das atividades da igreja.
Buscando o reino em primeiro lugar as demais coisas
[roupa, comida e bebida] serão acrescentadas (Mt 6.33). Tudo é uma questão de
prioridade! Apertando o orçamento, peça a Deus sabedoria para exercer outra
atividade secundária para aumentar sua receita. Nesse tipo de situação nascem
os grandes empresários que estavam com seu talento adormecido. Quem sabe Deus
está te levando para algo que transcende este momento “privativo” que você
esteja passando.
5) Não
acumule novas dividas.
Evite dívida. Gaste apenas o necessário. Entenda que o
momento é de recesso. Quanto mais se negligencia este momento, maior ele será
em duração.
6) Chame
sua família para o jogo e mude seu estilo de vida (necessidade X privação)
Seja franco com a sua esposa e, se os filhos tiverem maturidade,
notifiquem também a eles da situação. Não esconda, pois não há nada oculto que
não venha a ser revelado. Uma hora a bomba estoura, e poderá ser tarde demais.
Chame sua família para o jogo, e mostre a eles o benéfico de passar por
privações sem perder a paz. A casa dividida não prospera. Necessidade é
essencial, por exemplo: Todos os dias você toma Coca-cola [que é o refrigerante
mais caro]. Em um momento de privação, você passa a tomar Dolly. São nestes
momentos que aprendemos a dar valor naquilo que conquistamos.
7) Não
desista e dê um passo de cada vez.
Um passo de cada vez; a tempestade não dura para sempre;
se a casa estiver fundamentada na rocha, certamente, irá prevalecer contra os
ventos e enchentes – ao ficar firme, será presenteada com a bonança. Não se desespere
- seja linear e deixe de lado a tirania do urgente em fazer tudo ao mesmo
tempo. Uma coisa de cada vez! Uma dívida de cada vez! Só não procrastine!
8) Confie
em Deus – vivemos pelo o que acreditamos e não pelo que vemos.
Confie em Deus em todos os momentos. Diga igual ao
salmista no momento do desespero: “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De
onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 121. 1-.2). Traga à memória aquilo que pode te dar
esperança; talvez [essa lembrança] sejam as situações que você pensava que iria
sucumbir, mas Deus mostrou sua fidelidade para contigo e disso hoje, você pode
testemunhar: “Até aqui o Senhor tem nos ajudado”. Certa vez disse C. H. Spurgeon: 'Às vezes, a melhor coisa que um homem com problemas pode fazer é
não fazer simplesmente nada, mas deixar tudo nas mãos de Deus, como está
escrito: Acalmai-vos e vede o livramento que o Senhor vos trará (Ex 14.13)'.
CONCLUSÃO:
Quero terminar este estudo lembrando-se da fidelidade do
nosso Deus; ainda que formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar a
si mesmo (2 Tm 2.13). Confie em Deus e na Sua Palavra, pois o Senhor assiste a
seus filhos em suas aflições (Jo 16.33). Precisamos apenas crer que Ele existe
e que, ao nos aproximarmos dEle, colocando nossas petições através das suplicas
e ações de graças, pela oração, Ele nos galardoará, pois assim faz com todos
aqueles que o buscam (Hb 11.6).
“Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o
que vocês têm, porque Deus mesmo disse: "Nunca o deixarei, nunca o
abandonarei". Podemos, pois, dizer com confiança: ‘O Senhor é o meu
ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens’”? – Hebreus 13. 5-6
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Saga brasileira; LEITÃO, Miriam; Ed.
Record