Por
Fabio Campos
Este
é o sentimento de todo homem convencido pelo Espírito Santo acerca da sua
situação. Querer fazer o bem, mas estar aprisionado pelo mau, tendo a lei de
Deus no interior, nos traz angústia e desespero. Muitas das vezes nos
encontramos neste estado: “dentro de um
fosso atolado pela lama”. A paternidade divina que nos faz clamar pelo
“Aba” dá lugar ao juízo que diz, “horrenda
coisa é cair nas mãos do Deus Vivo”.
Davi,
homem segundo o coração de Deus, principal dentre todos os reis de Israel,
estava neste estado mental de condenação. No salmo 40 sua confissão trata
justamente da culpa em decorrência dos seus pecados. O mal que estava o
rodeando atribuiu ele ao juízo de Deus, e devido seus pecados serem mais
numerosos do que os cabelos de sua própria cabeça, seu coração desfaleceu. Davi
não tinha confiança para se achegar ao trono da graça a fim de receber graça e
misericórdia: “... as minhas iniquidades me prenderam de modo que não
posso olhar para cima” (Sl 40.12).
Em tempos
de fraquezas e quedas - momentos em que damos mais vazão à carne por “resistir
o Espírito” – nosso sentimento é de vergonha ao ajoelhar-se diante de Deus.
Davi neste estado clamou ao Senhor dizendo: “não me
negues a tua misericórdia” (Sl 40.11). Parece que não há mais saída. O que
olhamos ao redor é diversos homens aparentemente piedosos com pedras nas mãos
em “nome da lei”. Por estes somos levados Àquele que é Santo e que não pode
contemplar o mal. Mas quando o coração está quebrantado e contrito, a
misericórdia triunfa sobre o juízo, pois Ele conhece os que lhe pertence, e
mais do que “não pecar” [pois se não fazemos dEle mentiroso], é ter prazer na
vontade de Deus. Ainda que nos membros haja outra lei que milita contra a lei
do Espírito e da vida - ainda sim, os nascidos de Deus têm prazer na lei do seu
Senhor, pois ela [lei] está no seu coração (Sl 40.8).
Como é
bom saber que tudo o que Deus “tinha” a fazer para nos perdoar assim Ele fez
não pela nossa fidelidade, mas pela a fidelidade do Filho Jesus. Muitas das
vezes não conseguimos ser fiel a Deus; contudo, Ele permanece fiel, pois não
pode negar a si mesmo. Diante da Aliança feita no sangue de Jesus, tudo o que foi
demandado pela justiça da lei, foi suprida pela justiça de Cristo. Agora a vida
que vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, o qual me amou, e se
entregou a si mesmo por mim. Aleluia! Diante disso, então, oremos sem medo, o
que Davi orou: “Agrada-te,
Senhor, em libertar-me; Apressa-te, Senhor, a ajudar-me”. (Sl
40.13).
Portanto,
regozijem-se todos os que buscam ao Senhor – todos aqueles que amam sua
salvação, pois grande é o Senhor. Como é feliz o homem que nestes tempos põe
sua confiança no Senhor ao invés de apoiar-se no seu desempenho. Ele é bem-aventurado por não ter sua iniquidade atribuída pelo Senhor (Sl 32.2). As maravilhas do
Senhor são tantas, e o que Ele tem operado para com conosco é tão magnificente
que, ao começar a falar dEle, faltam as palavras, e todas elas jamais poderão
explica-Lo.
Então, podemos
sim, achegar-se por um novo e vivo caminho confiadamente no trono da graça.
Ainda que nossos pecados sejam mais do que os fios de cabelo de nossa cabeça,
ainda sim, o trono em Cristo, não será de juízo, mas de graça e misericórdia.
Isto [graça e misericórdia] nós teremos no tempo oportuno. Ele conhece nossa
estrutura e sabe que somos pó! Por isso entoemos...
“Mas eu
sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim”. (Salmos
40.17 AFC)
Soli Deo
Gloria!
Fabio Campos