Por Fabio Campos
Uma
proposta nos é apresentada todos os dias: “Coma do fruto e sereis como Deus”. A
soberba que antecede a queda nos faz tomar o lugar de Deus e julgar de acordo
com a nossa justiça. Muitos travestidos de piedade, mesmo que há aparente
louvor na sua ira contra o mal, por não se examinarem, não conseguem produzir a
justiça de Deus. Onde quero chegar? Creio sim que Deus ama o pecador!
Muitos
samaritanos são consumidos pelo fogo do céu “determinado” por alguns de nós.
Não tem problema, são os “reprovados” desde antes da fundação do mundo. Esse é o
“deus” que seríamos porém o Verdadeiro e Único é bem diferente disso: “Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: "Vocês não sabem de
que espécie de espírito são, pois o Filho do homem não veio para destruir a
vida dos homens, mas para salvá-los" (Lc 9.55).
Deus é um Pai que deve ser seguido como
exemplo. Aliás, o mandamento é, “Sedes vós perfeitos como perfeito é o vosso
Pai celeste” (Mt 5.48).
Mas qual o contexto dito aqui pelo Senhor Jesus? O que precisamos para alcançar
esta perfeição dita no imperativo? O contexto trata do “amor ao próximo”. Muito
mais que isso! Trata do amor aos inimigos (Mt 5.43). A justiça do homem caído não
tem prazer em amar os inimigos e orar pelos os que o perseguem. Já Deus prova o
seu amor para com o pecador que fez nascer o sol sobre maus e bons, e fez
descer chuva sobre os justos e injustos. Isso não é amor? Seria um paradoxo o
Senhor pedir para amar nossos inimigos sendo que Ele os odeia.
Nosso Deus não o homem que diz: “Faça o que
mando, mas não faça o que eu faço”. Nada disso! Pelo contrário, sua orientação
tem o parâmetro Nele mesmo. Ame o pecador: “Se vocês amarem aqueles que os amam, que
recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem
apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!
Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês". (Mt 5.46-48 NVI).
Não podemos usar dos salmos precatórios para amaldiçoar
ou demandar fogo dos céus contra os inimigos. O que seria de Paulo se João não
tivesse apreendido a lição com o Mestre? Mesmo que o pecador seja lançado no
inferno Deus em nenhum momento deixou de ama-lo, pois seu amor não é manifesto
em não jogar as pessoas no inferno, mas em dar o seu único Filho para que os que
Nele crer, não vá para lá. Deus é amor (1 Jo 4.8) e não pode negar a si mesmo.
Isso explica o porquê Jesus amou Judas até o fim mesmo sendo ele o filho da
perdição (Jo 13.1). Negar o amor ao pecador é negar um atributo de Deus e
torna-lo mutável. Ele não muda (Ml 3.6) e assim é ontem, hoje e sempre será.
Ainda que o pecador não atenda o chamado de Deus, o ato de convencer [mesmo que
continue na dureza do seu coração] pela ministração por meio dos arautos
demonstra o seu amor para com todos (Sl 25.8).
Por nós amados, já teríamos jogado a muitos no
inferno que hoje estão em Cristo. Somos bons até o momento que precisamos
exercitar os frutos do Espírito. O Senhor é Deus e não homem (Os 11.9). O homem
é ruim (Rm 3.10-12; Mt 7.11), inclinado para o mau desde de sua infância (Gn
6.5; Sl 51.5). Deus é bom e sua misericórdia dura para sempre. Quem não
entendia muito bem como Jesus poderia ser amigo de pecadores eram os fariseus
legalistas (Mt 11.19; Lc 7.39; 19.7). Lógico que todos se arrependiam e o
seguia. Mas Ele foi criticado por ter andando com eles [pecadores].
Deus é Deus e está no trono da Graça. Não
podemos tirar o poder de amar de suas mãos e distribuir conforme nossas
convicções teológicas. Convido você a ler Mt 5.43-48 sem as pressuposições dos
pregadores [os quais muitos os admiro, mas não concordo com sua ideia] de que
Deus odeio o pecador assim como o pecado.
A ira do homem não produz a justiça de Deus (Tg
1.20). A história de Jonas tipifica muito bem a justiça do homem e a justiça de
Deus. Jonas um grande profeta foi repreendido por tratar os ninivitas como pecadores
odiados; pois é, odiados pelos israelitas, mas amados por Deus. Logo quem somos
para falar do assunto com tanta “propriedade”? Nisto confirma que o amor de
Deus transcende toda teologia, pois como entender isso?
“De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu
pelos ímpios.
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. - Romanos 5. 6-8 NVI
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. - Romanos 5. 6-8 NVI
Pense nisso!
Fabio Campos