Por Fabio Campos
Texto
base: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação,
exortação e consolação”. (1 Co 14:3
ACF).
Recentemente escrevi um artigo chamado “Amor a Deus ou medo
do Diabo”, dizendo que tem pessoas que só são crentes por causa do encardido!
Se tirar o “chifrudo” dos seus esboços, acabou o ensino; acabou o congresso!
Quero abordar neste artigo aqueles que têm por alvo nos seus escritos e preleções
a crítica. Se não atacarem a Teologia da Prosperidade, o Neopentecostalismo e o
Arminianismo, acabou o sermão. De fato, as obras infrutíferas devem ser
denunciadas e a fé precisa ser defendida. É Bíblico! Mas tudo tem um limite e a
hora certa para ser exposto. A grande maioria desses pregadores tem
conhecimento, são ricos em sua teologia, mas pobres de temas.
Alguns estão bem intencionados, falam do que precisa ser
criticado. Outros são rasos! Para estar por cima, denigre o alvo do seu
arrazoado. Necessitam rebaixar o alvo de sua crítica para se vangloriar de sua
tese. O alvo não é construir! O alvo é ganhar popularidade. Mesmo sendo de linha
pentecostal, gosto da teologia dos reformadores, mas infelizmente alguns se
gloriam mais na “teologia reformada” do que no Evangelho. Se pudessem, transliteravam
o versículo de Gálatas para: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na “teologia
reformada””. Creio piamente que nem os reformadores dariam tanta ênfase naquilo
que temos como prioridade.
Paulo diz os princípios no qual o sermão deve ser pautado: “Edificação”,
“exortação” e “consolação”. Edificação neste texto é o ato de “encorajar”,
construir alicerces; exortar não é chegar com os dois pés no peito dos ouvintes
com fala hostil, mas “animar e aconselhar, como um advogado de defesa (1 Jo
2.2); consolar, é dar ânimo aos abatidos e os que estão desencorajados. Perceba,
estes que só criticam, têm isto por motivação? A maioria, não! Então, fuja!
O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo está acima de linhas
teológicas controvertidas concernentes a temas secundários. Temos que lembrar
que a mensagem das Boas-novas precisa ser clara, tendo por alvo todos os níveis
de intelectualidade. O que tem que permanecer como fundamento de fé no coração
do Cristão é a mensagem da qual o levou ao arrependimento em quebrantamento, e
entrega ao Senhor Jesus. Nisto que o Pai e o Filho no alvo de Sua Graça permanecem
no nascido de novo (1 Jo 2.24).
Precisamos ser simples e profundos ao mesmo tempo. Quando o
pregador é bíblico, humilde, e ama gente, certamente seu sermão será eficaz.
Lutero disse que “Sermão sem unção
endurece o coração”. O ministro deve denunciar o pecado (Mt 3.1), ensinar a
Palavra em sua essência (Mt 9.35; At 28.31), proclamar a paz a todos os povos
sem exceção (Ef 2.17), e o mais importante, anunciar a Jesus (At 8.35), que Ele
é o Cristo (At 8.5) e Filho do Deus Vivo (At 9.20), com graça e com o tempero
da mansidão. Consigo identificar nas Escrituras um conteúdo apologético e
doutrinário, mas a relevância está em anunciar as boas-novas em graça, e não
fazer do púlpito um apoio para a crítica somente.
Por isso irmãos, é necessário reter o que é bom! Nem tudo que
tem popularidade nas redes sociais, de fato, reflete o genuíno Evangelho. Nem
tudo que diz ser piedoso é santo. Muitos estão pregando a Cristo por inveja,
porfia, causando discórdia sendo insinceros. Mesmo que Jesus esteja sendo
anunciando (o que é muito bom) é necessária a cautela.
Os ensinos estão carregados de “verdades”, porém muitos deles
sem amor e misericórdia. Se não for para edificar, exortar e consolar, tenha
cuidado com o seu conteúdo. A Teologia dos fariseus é bíblica e deve ser
obedecida, mas é hipócrita, na qual tem o repúdio do próprio Deus, que é o alvo
de sua teologia e de seu zelo (Mt. 23.3).
A ordem é “Acautelai-vos”!
SOLI DEO GLORIA!
Fabio Campos