Por Thomas à Kempis
Jesus tem muitos que amam seu reino
celestial, mas poucos que carregam a cruz. Muitos desejam consolo, mas poucos a
tribulação. Muitos sentarão à mesa com ele, mas poucos compartilharão seu
jejum. Todos querem alegrar-se com ele, mas poucos desejam com ele sofrer.
Muitos o seguirão até o partir do pão,
mas poucos beberão com ele o cálice de sua Paixão. Muitos admiram seus
milagres, mas poucos abraçam a vergonha de sua cruz. Muitos amam a Jesus quando
tudo está bem com eles, e o louvam quando ele lhes concede um favor; mas, se
Jesus se esconde e os abandona por algum tempo, eles começam a queixar-se e
ficam abatidos.
Aqueles que amam a Jesus unicamente
por ele e não por amor a si mesmos bendizem-no na tribulação e na angústia
assim como no tempo da consolação. Mesmo que ele nunca lhes enviasse um
consolo, eles ainda o louvariam e lhe renderiam graças.
Ah! Como é poderoso o amor puro de
Jesus, quando não vem misturado com interesses egoístas ou amor-próprio! Os que
pensam apenas na própria vantagem não mostram que amam a si mesmos mais do que
a Cristo? Onde se encontrará alguém disposto a servir a Deus sem procurar uma
recompensa?
É difícil encontrar alguém tão
espiritual que esteja disposto a despojar-se de todas as coisas. Onde se
encontrará alguém realmente pobre em espírito e livre de todo apego às
criaturas? Tal pessoa é um raro tesouro
trazido de mares distantes (v. Pv 31.14).
Texto extraído do livro: “A
biblioteca de C. S. Lewis”; BELL, James & DAWSON, Anthony; Ed. Mundo Cristão, P. 244