Por Fabio Campos
A queda doutrinária dos últimos
tempos de fato tem sido uma pedra de tropeço para os pequeninos! Os tempos são
difíceis! Não é para menos, as Escrituras estão se cumprindo! Quando vejo uma
igreja com desvios doutrinários (posições secundárias), mas que possuem os
sinceros na fé, me vem à mente a igreja de Corinto! Uma igreja desacreditada
pelos homens, mas amada por Deus!
A maioria das cartas de Paulo as igreja
tratavam de assuntos doutrinários e exortações a respeito dos desvios. Quem
pensa que julgar outrem doutrinariamente falando é errado ainda não entendeu as
cartas paulinas, as quais foram inspiradas pelo o Espírito de Deus. Do
contrário também é verdade! A igreja de Corinto estaria diariamente nos sites
de “humor-reformado” sendo zombada pelos seus desvios. Não foi assim que Paulo
tratou aqueles irmãos! Paulo amava aqueles irmãos de uma forma incondicional (2
Co 2.4). De fato o amor não é inconveniente, mas se alegra com a verdade, não
usando de palavras torpes nem chulas. Apesar dos erros, Deus pela sua Soberania
permitiu as heresias, para que os sinceros fossem manifestos (1 Co. 11:19).
A Bíblia não ensina a intercessão (arrependimento
para salvação) pelos apostatas. Esses crucificaram Cristos para si mesmos,
expondo-o à ignomínia, sendo impossível renová-los para o arrependimento (Hb:
6.4-8). Mas aos que estão “debaixo” de sua liderança, estes são o alvo do amor
de Deus, assim como os coríntios. Portanto, quero tratar de igrejas que dentro
da sua visão teológica traz em seu bojo ensinos “controvertido”, mas professam
as doutrinas centrais do cristianismo. Tal análise é diferente na comparação
com a posição doutrinária das Testemunhas de Jeová, do Mormonismo, dos
Adventistas, do Catolicismo, e etc, quando comparamos aos Neopentecostais, os
quais dentro da ortodoxia são os mais “complicados” devido a suas
“invencionices”.
Dentro do parâmetro proposta acima,
conforme os erros dos corintos listrados abaixo, como os blogueiros e
apologistas tratariam a igreja de corinto em seus sites?
1)
Era desunida, que ao invés de ajuntar,
espalhava (1 Co: 1.10)
2)
Vangloriava-se do seu conhecimento (1
Co: 1.30-31)
3)
Tinha como doutrina para se achegar a
Deus o “conhecimento intelectual” sem a revelação do Espírito Santo (1 Co: 2.5)
4)
Eram imaturos e carnais (1 Co: 3.1-3)
5)
Eram sábios aos próprios olhos (1 Co:
3.18)
6)
Acusaram Paulo de infiel para com eles
(1 Co: 4.1-4)
7)
Eram orgulhosos (1 Co: 4.19)
8)
Havia imoralidades sexuais que nem os
pagãos cometiam (1 Co: 5.1; 6.18-19)
9)
Não tinham discernimento espiritual (1
Co: 5.2)
10) Não
tinha sabedoria para resolver problemas, e estava sujando o nome de Deus nos
tribunais seculares (1 Co: 6.1,6)
11) Não
levavam desaforo para casa (1 Co: 6.7-8)
12) A
maioria dos casamentos estava em crise (1 Co: 7. 1-16)
13) Eram
soberbos em sua teologia (1 Co: 8.1-3)
14) Afrontaram
o Apóstolo Paulo colocando em check seu apostolado (1 Co: 9.1-2)
15) Eram
constantemente tentados a voltar às praticas imorais na adoração dos deuses no
seu templo (1 Co: 10.6-22)
16) Eram
libertinos (1 Co: 10.23-33)
17) Muitas
mulheres eram rebeldes no lar no trato com o marido (1 Co: 11.2-16)
18) Transformaram
a ceia do Senhor em “bacanal”. Os glutões comiam sem esperar os mais pobres.
Não tinham reverencia nenhuma para este sacramento tão santo instituído pelo
Senhor Jesus Cristo (1 Co: 11.17-34)
19) Queria
ser melhores uns dos que os outros na prática dos dons (1 Co: 12.25)
20) Não
tinha o amor ágape entre sua maioria (1 Co: 13.13)
21) Não
tinha o equilíbrio no uso do dom de falar em “outras línguas” (1 Co: 14.1-6)
22) Cada
um buscava o dom para o seu próprio benefício (1 Co: 14.12)
23) Eram
meninos da fé (1 Co: 14.20)
24) Não havia
ordem e decência no culto na manifestação do dom de línguas; todos falavam ao
mesmo tempo (1 Co: 14.24-31)
25) Alegavam
não ter domínio sobre seus corpos diante da manifestação do Espírito;
contextualizando: – o famoso “reteté” (1 Co: 14.32-33)
26) Muitas
mulheres eram espalhafatosas e “batiam de frente” com seus maridos em público
(1 Co: 14.34-35)
27) Taxavam
o apóstolo Paulo de um “apóstolo menor” em autoridade diante dos doze
escolhidos (1 Co: 15.9-11)
28) Alguns
não estavam mais acreditando na ressurreição de Cristo e dos santos que
dormiram no Senhor (1 Co: 15.12-19, 35)
29) Estavam
se corrompendo pelos ensinos dos falsos mestres, ao ponto de Paulo dizer que,
mesmo dentro da igreja, alguns ainda não conheciam a Deus (1 Co: 15.33-34)
30) Acusaram
Paulo de narcisista (2 Co: 3.1; 4.5)
31) Alguns
estavam irredutíveis à mensagem do Evangelho (2 Co: 6.11-13)
32) Disseram
ser Paulo um “frouxo” e medroso (2 Co: 10.1,10)
33) Valorizavam
os falsos “apóstolos” desvalorizando o trabalho de Paulo entre eles (2 Co:
11.5,13)
34) Toleravam
de bom grado os hereges que pregavam outro evangelho (2 Co: 11.19-20)
A igreja de Corinto representa para
nós nos dias de hoje um pouco de cada igreja no contexto físico. Quem passou
por uma igreja neopentecostal se identificou em alguns pontos (talvez a
maioria); quem passou por uma igreja pentecostal-clássica se identificou em
outro; e também aqueles que conhecem as igrejas históricas viram que de corinto
toda constituição humana tem um pouco.
Portanto irmãos, o respeito e trato
diante dos irmãos mais fracos e sem conhecimento profundo teológico deve ser
com ternura. A exortação sem amor é religiosidade farisaica; mas concordar com
erros doutrinários em nome do amor, de fato não é amor, e sim hipocrisia!
Deus não desistiu de corinto, e por
meio de Paulo, o Senhor usou de severidade e exortação para com eles, mostrando
que, mesmo diante dos erros, conhecia os que lhe pertenciam, e que dentro da
instituição mística onde Cristo é o cabeça, o Seu Senhor, os preservaria de pé.
Então quem somos nós para tomarmos a decisão pelo o cabeça, o qual morreu e
ressuscitou por estes?
O julgamento é este: não julguemos
nada antes do tempo, pois, neopentecostais, luteranos, calvinistas,
pentecostais, batistas e anglicanos, cada um desses, dará conta de si mesmo a
Deus.
Vamos denunciar o erro; vamos exortar;
mas não vamos desistir desses irmãos! Refiro-me não aos lideres apostatas, mas
aos pequeninos, que “perecem” por não ter um pastor para guia-los ate os verdes
pastos. Essa foi a atitude de Paulo com estes irmãos “complicados”: “Tenho
grande confiança em vocês, e de vocês tenho muito orgulho” (2 Co 7.4
NVI)
“Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos
controvertidos. Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come
apenas alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não
come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois
Deus o aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que
ele está em pé ou cai. E ficará em pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar” (Rm 14.1-4 NVI)
SOLI DEO GLORIA!
Fabio Campos