Por Fabio Campos
Texto
base: “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo”. (Ml
3:10a NVI)
Esse tema, dízimos, de fato é um
assunto muito debatido nos anos da cristandade! Não para menos, quando a parte
afetada é o bolso, o “bicho pega”! Mas o que a Bíblia diz a respeito? Para nós
cristãos, que estamos não mais debaixo da lei, mas sim da graça, é certo
dizimar o que ganhamos?
Dízimo na Lei de Moisés é o
equivalente a 10% do que foi auferido com o trabalho! Os judeus davam o dízimo
de todas as suas colheitas! Estima-se que eles tinham de três a quatro ‘tipos
de dízimos’ distintos (Mt 23.23). Alguns usam o texto de Mateus 23.23 para advogarem o mandamento do dizimo para a igreja neo-testamentária. Entretanto,
temos que avaliar que Cristo estava fazendo uma exortação aos fariseus. Eles
por serem Judeus tinham que fazer isso, assim também como tinha que guardar o
sábado.
Contudo, o Senhor Jesus instituiu
ensinamentos muito mais profundos do que os de Moisés. Já que na nova aliança
as Leis não eram escritas em tabuas, mas no coração. Um exemplo disso é que
Moisés diz para não matar; Cristo disse que “aquele que tem ódio do seu irmão,
já matou”. A Lei diz “não adulterarás”, Cristo diz “Aquele que cobiçar uma
mulher no seu coração, já adulterou”. Percebe que, se a nossa justiça não
exceder em muito a dos escribas e fariseus, de modo algum entraremos no reino
(Mt 5.20)?
Os fariseus eram “perfeitos” na
entrega dos dízimos! Então porque nós, os cristãos, salvos por Jesus, nós que
experimentamos aquilo que Isaias, Jeremias, Noé e Daniel, não experimentaram,
não podemos dar além do dizimo? É como ouvi uma vez: “A última parte de um homem a se converter é a carteira”. Sabemos
que os abusos são muitos em nome de Malaquias 3.10. De fato este texto não
serve como mandamento para persuadir alguém a dar a contribuição. “A luz da
exegese dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, este, caducou” como
mandamento.
Muitos não sabem, mas o dízimo vem
antes da Lei! Abraão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque (Gn 14.20). Moisés o legislador,
o que instituiu o dízimo para Israel, veio somente 600 anos depois de Abraão. Concluímos
que, Abraão sendo o pai da fé, o qual pela fé teve a justiça imputada, e Moises
o legislador da lei, e nós os cristãos salvo pela fé em Jesus para a imputação
de justiça, damos o dízimo não pela lei de Moisés, mas pela fé de Abraão.
Melquisedeque, rei de Salem, sacerdote do Deus Altíssimo, sem pai, sem mãe, e
sem genealogia, que não teve princípio de dias, nem fim de existência, que foi
feito semelhante ao Filho de Deus, Jesus, recebeu o dízimo de Abraão pela fé,
dos melhores despojos. O sacerdócio levítico segundo a ordem de Arão foi constituído
pelos homens para uma ordem na Eclésia! O
de Melquisedeque que tipifica a Cristo que é eterno, por ter sido constituído
diretamente pelo Deus Vivo, sem a ordenação de Arão. Damos o dízimo não pela
ótica da Lei, mas da fé: “Pois
quando há mudança de sacerdócio, é necessário que haja mudança de lei” (Hb 7.12
NVI). Não estamos mais debaixo do sacerdócio de Arão, mas do de Cristo.
Sendo assim, para o Cristão, no meu
modo de pensar, 10% é apenas o piso e não o teto. O dízimo se dá no lugar que
se congrega, onde você é alimentando. As ofertas também, mas elas abrejem uma
visão maior. Você pode ofertar na vida de um irmão necessitado, e a palavra diz
que “aquele que empresta aos pobres, empresta a Deus”; você
pode ofertar em um ministério, em uma instituição de caridade, enfim, a oferta
é livre!
Tenha certeza de uma coisa, tudo o que
você faz para Deus, no tempo oportuno, Ele te recompensará! Aquele que semeia
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundancia também
ceifará. O que importa é que você contribua o que tiver proposto no seu
coração, não com tristeza ou por obrigação, pois Deus ama a quem dá com
alegria. Jamais o Senhor vai pedir algo que você não tenha! Sua oferta será
aceita não pela quantidade estipulada pelo pastor ou apóstolo tal! Seu dízimo e
oferta serão aceitos conforme seus rendimentos (2 Co 8.12). Por isso que você
não precisa ficar constrangido diante dos tele-evangelistas que pedem o que
você não tem!
O salvo oferta como salvo! Pessoas
salvas não têm problema em dizimar e ofertar! Se elas entregaram sua alma que é
eterna, a Cristo, o que dizer das finanças que é um elemento passageiro?
Precisamos não de dizimista nas igrejas, precisamos de pessoas salvas. Os
salvos não são persuadidos a dar por causa do pastor. O salvo é constrangido
pelo amor de Cristo, e reconhece que até o seu salario inteiro, caso dizime,
ainda é pouco em gratidão pelo que o Senhor fez em sua vida!
SOLI DEO GLORIA!
Fabio Campos