Por Fabio Campos
Texto base: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”.
(At. 4:20)
Não existe nada melhor nesta vida do
que conhecer a Deus! O vácuo que há na alma do homem é muitas vezes preenchido
com diversas coisas, mas com toda certeza, suas “alegrias” são passageiras. Muitas
delas têm conseqüências devastadoras como é o caso das drogas, bebidas, e sexo
ilícito. Mas quando o homem é satisfeito neste vácuo com a presença do Deus
Vivo por meio da comunhão com o Filho Jesus, este tem uma alegria inexplicável,
mesmo em meios as intempéries, ele desfruta de uma paz ao qual o mundo nunca
poderá receber.
Você pode estar pensando que o
assunto a ser tratado neste post será sobre a situação dos “ateus”. Este não
será o foco da minha reflexão! Os ateus já foram sentenciados pela Palavra de
Deus como “tolos”: “Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe’”. (Sl 14:1). O
foco são os “religiosos” e teólogos que pensam que conhecem a Deus.
É interessante que o texto base que
trouxe trata de uma fala de Pedro onde ele responde às autoridades religiosas
afirmando e interrogando-as que se “aos olhos de Deus é justo obedecer a homens
ou a Deus?”. Falando a esses líderes, conhecedores da Torá, Pedro que aos olhos
dos homens era sem instrução e comum (At. 4:13), disse aos sacerdotes
“irrepreensíveis” na Lei: Porque não podemos deixar de falar do que temos
visto e ouvido”. (At. 4:20). Quanta virtude nesta frase; quanta
ternura neste Deus que se revela a homens simples e sem instrução de tal forma
que, os que receberam esta experiência propagam seu amor com uma intrepidez
inexplicável.
Paulo nos diz que: “O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica. Quem pensa conhecer
alguma coisa, ainda não conhece como deveria. Mas quem ama a Deus, este é
conhecido por Ele” (1 Co. 8:1-3). Muitos têm um vasto conhecimento
teológico, e graças a Deus por isso, mas não conhecem a Deus, ou seja, não tem
relacionamento verdadeiro com o Senhor. Se nossa teologia não tiver o
significado de servir a sociedade, anunciar este Deus em sua essência no
dia-a-dia, e se os ensinamentos das Escrituras seguidos dos manuseios
teológicos não transformarem os escritos em ação, nosso estudo será egoísta,
pernicioso por meio da jactância do coração humano. Abominação diante de Deus!
Nesta semana tive o privilégio de
participar do lançamento do novo livro do Pr. Luiz Sayão: “O problema do mal no
antigo testamento”. Na apresentação, tinha mais um preletor, também homem de
Deus, erudito. Porém, este falou muito de Agostinho entre outros sábios da fé
cristã, mas quando o Sayão assumiu o micro-fone, no decorrer da sua
ministração, brotaram diversos versículos bíblicos, e na graça que Deus lhe
concedeu, foi impossível não notar a vivência e relacionamento que este homem
tem com Deus. A Teologia para Sayão é secundária diante do que Jesus nos
propôs: um relacionamento de Pai para filhos. E é exatamente isso que Pedro
tinha e quis expor aos religiosos o que é conhecer a Deus e ser conhecido por
Ele. “Como podemos deixar de falar do que experimentamos?”. A Teologia saiu do
papel, seus livros acadêmicos eram um relacionamento com Deus, lidos por todos
e que, com a sinceridade de coração e no partir do pão, caiam na graça do povo.
O Senhor realizava grandes sinais por meio deles, e a cada dia acrescentam
aqueles que iriam se salvar. Teologia é isso! Se não for assim, seremos
sacerdotes, mestres da Lei, escribas, mas sem o conhecimento de Deus e nem de
seu poder!
Tem gente que decorou o livro
“História eclesiástica” de “Eusébio de Cesaréia, as institutas de Calvino, sabe
de cor e salteado as melhores teologias sistemáticas disponíveis a nós, mas não
conhecem a Deus. É triste ver cristãos que colocam os ensinos de Calvino em pé
de igualdade com os de Paulo, Pedro, João, e etc.!
Sabe por que muitos que tem vivência
com Deus transmitem realmente o evangelho, enquanto outros, teólogos, pregam a
Palavra, mas sem intimidade, e Deus em suas bocas se tornam algo estranho?
Simples! O salmista nos responde: “A
explicação das tuas palavras ilumina e dá discernimento aos inexperientes” (Sl
119:130)
Que ao gloriarmos em algo, gloriamos
em conhecer ao Senhor em profundidade, pois só assim teremos a eficácia que
Pedro teve em seus sermões, arrebatando multidões. Como disse Lutero: “Sermão
sem unção, endurece o coração”.
Assim diz o Senhor: "Não se glorie o sábio em sua
sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar,
glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor, e ajo
com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que
me agrado", declara o Senhor. (Jr. 9:23-24 NVI)
Deus abençõe!
Fabio Campos
Soli Deo Gloria!