Texto base: “Amados, embora estivesse muito
ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos, senti que era
necessário escrever-lhes insistindo que BATALHASSEM PELA FÉ (Apologia,
Grifo: Fabio) de uma vez por todas confiada aos santos”. Jd. 3
(NVI)
Apologética (do latim tardio apologetĭcus,
através do grego ἀπολογητικός, por derivação de "apologia", do
grego απολογία: "defesa verbal") é a disciplina teológica própria
de certa religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina,
defendendo-a de teses contrárias. (Wikipédia)
A primeira vez que ouvi a palavra de Deus, pura e
ilibada, foi um pouco diferente do normal. Comecei a sentir um desejo de ler a
Bíblia mesmo não tendo esse costume, até mesmo por não ser
convertido, mas sempre que via algum evangélico pregando a palavra, parava para
ouvir a mensagem. Aquilo, entretanto, foi criando um desejo por saber mais de
Deus.
Na época, um amigo tinha se convertido a Jesus
Cristo, e pedi a ele que me apresentasse sua igreja. Foi engraçado. Chegamos ao culto
e em menos de quinze minutos de palavra, este meu irmão em Cristo, me
levou embora. Eu sem entender nada, perguntei: - O que aconteceu?
E foi nesta resposta que tive o meu encontro
maravilhoso com Jesus Cristo.
“Fabinho, hoje o meu pastor convidou um pregador de
fora, e como a ministração não estava de acordo com a Bíblia, achei melhor
explicar o evangelho a você de uma forma mais “simples”, me disse
ele.
Irmãos, eu sem entender nada, até mesmo porque não
conhecia a Bíblia, fiquei “confuso”. Mas na hora que o Espírito Santo de Deus deu
graça ao meu amigo para me falar a palavra, bastou quinze minutos de conversa
sobre o real motivo do sacrifício de Jesus e mais nada. Aquilo foi impactante,
minha vida mudou!
Hoje conheço este Cristo, aquele cujo apóstolo
Paulo com uma simplicidade tão grande pregou aos gentios. O mesmo Cristo que
foi pregado por Paulo, em algumas igrejas, não gera os resultados esperados
pela Eclésia, pois coisas simples demais não são atraentes.
Que reine o pragmatismo, “glória a deus” (d
minúsculo porque o pragmatismo religioso é fruto do paganismo).
O evangelho de Cristo quando é pregado em sua
essência nos traz constrangimento com relação ao pecado - sede de mudança - e
alegria pelo perdão concedido por Deus por intermédio de Cristo. Uma das coisas
lindas em Jesus no seu ministério terreno foi à forma como se
relacionou com os seus discípulos. Ele sendo Deus, não usou de tal artifício
para impressionar a ninguém, mas como servo, humilhou-se a si mesmo, amando até
mesmo Judas Iscariotes até o fim. Ele não é um Deus distante, mas é o Emanuel,
o Deus conosco, aquele se que identifica com as nossas fragilidades, com os
nossos medos, ansiedades e, mesmo sendo Ele perfeito, não exige nossa
perfeição; aliás, para Ele já somos perfeitos e pelo o seu sangue somos
santificados e justificados diante de Deus gratuitamente. Que amor é este... Que
coisa linda é esta graça disponível em Jesus Cristo!
Quando Judas (não o traidor) escreveu sua epístola
exortando os cristãos a batalhar (apologética) pela fé que nos foi dada, o
verbo “batalhar” no grego “epagõnizesthai”, tem a conotação de
“lutar por”; “contender”; “exercer grande esforço por alguém”. A palavra era
usada para disputas atléticas, incentivando os esforços dos atletas nos jogos. (Chave
linguística do Novo Testamento Grego, Vida Nova)
A minha
luta não é contra o pecador; minha apologia não é para apontar o pecado de
ninguém, pois isto a própria palavra já traz a luz pela leitura e pregação do
evangelho. Quem trata de pecado é Jesus; Ele é quem purifica o coração do homem
pecador. Entretanto, no campo doutrinário, com relação às heresias e distorções
bíblicas, cabe a nós cristãos, zelarmos pela palavra que nos foi confiada. Não
podemos tolerar estes que deliberadamente estão corrompendo a fé na sua
essência. Como disse o apóstolo Paulo, acerca dos falsos “apóstolos” que
estavam distorcendo o evangelho na igreja de Corinto:
- “Pois tais homens são falsos
apóstolos, obreiros enganosos, fingindo-se apóstolos de Cristo.
Isto não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de
anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam que são
servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem”. 2 Co
11: 13-15 (NVI).
Esses tais “apóstolos”, a igreja os toleravam de
boa mente (V. 4). A fé cristã não pode ser sincretizada com o paganismo.
Infelizmente, assim como aconteceu no quarto século com a decisão de
Constantino de oficializar o cristianismo como religião oficial do império
romano, misturando as crenças, assim acontece hoje também em algumas igrejas,
quais precisam de amuletos e caminham pelo esoterismo para deixar seus cultos
mais atraentes. Constantino dizia que o culto cristão era muito simples, e que
precisava de apetrechos físicos para valorizar as reuniões. O nosso Jesus tem
sido “misturado”, apartando os sinceros de coração da simplicidade do seu
evangelho.
É com muito pesar e aflição de espírito que escrevo
esse texto. Sei que muitos se desviam diariamente por não conhecer as
misericórdias infalíveis do Senhor. Quando estamos caídos, é Jesus quem nos
levanta. Quando não nos sentimos mais dignos da presença de Deus, é Jesus quem
nos justifica para entrarmos com a consciência sem culpa diante do pai. Quando
erramos, é Ele quem nos dá as oportunidades para recomeçarmos. Quando estamos
confusos, é Ele quem nos direciona. Se eu tivesse que escrever todos os seus
feitos, não teriam livros suficientes no mundo para escrever seus atos de amor
para conosco.
Este é o Jesus. O Nazareno é manso e simples, porém
é o único que tem todo o poder. Sua simplicidade sempre será o centro da minha
defesa. Podem me criticar. Não somos obrigados a concordar com tudo, porém não
posso de forma alguma negligenciar este chamado. Isto seria desonesto com a
Bíblia e com a minha consciência. Conforme disse Lutero: - “Não é sábio ir contra
a consciência”. Por isso digo: JESUS CRISTO, É, E SEMPRE SERÁ O CENTRO DA MINHA
APOLOGÉTICA!
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
fabio.solafide@gmail.com